terça-feira, 2 de março de 2021

A LENDA DO CORPO SECO (por Dino de Menezes)



A LENDA DO CORPO SECO 

Esta história começa no século XVII com a descoberta de ouro no Brasil, em uma cidade chamada Registro, que vem a ser o local onde teve início essa lenda macabra. As primeiras jazidas de ouro do Brasil foram encontradas na região do Vale do Ribeira pelos Bandeirantes, liderados por Fernão Dias. O local original do município era um centro de fiscalização desse ouro, todas as mercadorias eram revistadas e registradas por um agente de Portugal para cobrar o dízimo da Coroa Portuguesa. Periodicamente, o quinto era enviado à “Casa dos Contos” na vila, onde o ouro era fundido e cunhado. O Povoado acabou virando um porto de registro de ouro, cresceu, desenvolveu-se e passou a ser conhecido, em 1934, como Distrito de Paz de Registro, e, em 1945, oficialmente tornou-se município de Registro.



Com a “corrida do ouro” no século XVII muitos vieram tentar a sorte no Eldorado Brasileiro e entre eles veio um homem sinistro, temido por todos garimpeiros da região, seu nome era Miguel Antônio. Dizem que Miguel era um ser maquiavélico, fez fortuna e muita maldade para os que tiveram o triste desprazer de conhecê-lo. Era meticuloso, tramava contra os amigos e inimigos. Enriquecendo cada vez mais e acumulado riqueza, com o tempo Miguel Antônio comprou terras, construiu uma fazenda e fez família. Tornou-se o fazendeiro mais rico da região. Mas por causa da cobiça e a loucura pelo ouro, se afastou de todos e foi viver só entre os escravos e os empregados. A família voltou para São Paulo somente com a roupa do corpo fugindo da sua maldade, Miguel não deixou que levassem nada. E a cada dia que passava, a cada ano, ele se tornava um homem mais severo e ganancioso.


A história do Fazendeiro Miguel Antônio, se espalhou pela Região do Vale do Ribeira, Eldorado Brasileiro. Todos temiam e comentavam as barbaridades que cometia contra seus escravos e subordinados. Os escravos eram condenados à morte por qualquer falha ou suspeita do fazendeiro. Quando já estavam velhos para o trabalho pesado, Miguel, os usava para carregar o ouro até a beira do rio e no local mandava o escravo cavar uma cova onde ele próprio era enterrado vivo junto com o ouro. Foram mais de 300 escravos mortos pelo fazendeiro. Contam que uma certa vez ele afundou um barco no rio com homens, mulheres e crianças, muito ouro e sacos de areia que ele havia colocado para o barco naufragar. A ganância levou Miguel Antônio à loucura, ele não tinha mais como guardar o ouro então o escondia em suas terras e matava todos que sabiam. Talvez, esse homem tenha sido o maior serial killer do século XVII. Mas como os crimes contra escravos não era vistos como crime pela coroa portuguesa, Miguel Antônio nunca foi julgado por essas mortes em vida.



Segundo relato de Jandyra Ferreira de 91 anos, filha de Diogo Onça Ferreira, que era também fazendeiro em Registro e tinha negócios com Miguel Antônio, ela conta: “Meu pai era bem novo quando conheceu o Miguel Antônio que já estava com quase 100 anos, dizem que ele viveu até os 115 anos, por causa da cobiça ao ouro ele não morria. Meu pai dizia que ele era um homem muito ruim e temido por todos, era muito cruel com seus escravos, ele falava “Deus a criar e eu a matar”, e enterrava viva as pessoas. Ele morreu de uma doença estranha que fazia o corpo queimar, a mulher dele veio de São Paulo para cuidar do enterro, mas antes do velório o corpo sumiu. Dizem que os escravos levaram o corpo e enterraram cachos de bananas no lugar. Dizem que nem o céu nem o inferno o quiseram, os escravos teriam levado o corpo e feito um ritual, de modo a permanecer preso à vida terrena, mas não mais com uma forma humana. Só que como era muito esperto, Miguel Antônio deu um jeito de se manter vivo e continuar com suas maldades. Ele vivia da energia das árvores que ele sugava e fazia de sua morada, se misturando aos galhos e com o sangue que ele sugava das pessoas na tentativa de ter seu corpo de volta. Corpo Seco tinha um grande casaco de pele dos que ele matava. Mesmo depois da morte, ele continuou causando mal às pessoas, e começaram a chamá-lo de Corpo Seco, assim contavam os mais velhos da cidade de Registro.”



A lenda “Corpo Seco” e suas aparições foram contadas tantas vezes e passadas de geração em geração, que vários lugares tem o seu próprio “Corpo Seco”. Há relatos de aparições nos estados do Paraná, Amapá, Amazonas, Minas Gerais, Goiás, no nordeste brasileiro e em alguns países africanos de língua portuguesa. A história ganhou o mundo e foi se transformando de região para região.

Em Minas Gerais, há uma variação desta lenda, onde conta-se que o “Corpo Seco depois de ser repelido pela terra várias vezes, é levado por bombeiros à uma caverna em uma serra . Dizem que quem passa à noite pela estrada de terra que margeia a “Serra do Corpo-Seco”, consegue ouvir os gritos do ser amaldiçoado ecoando de dentro da caverna.


Dizem, em Goiás, que o Corpo Seco era um menino que não obedecia a mãe e foi amaldiçoado vagando pela terra sem alma, e se ao menos tocar no tronco da árvore, ela pode secar e apodrecer. À cada pessoa que passa perto dele, ele dá um abraço de morte, com suas unhas compridas esmagando a pessoa. Abraça achando que é a sua mãe. Até hoje, há o dito popular: “Quem bate na mãe fica com a mão seca”.

Na África, conta-se que, quando uma pessoa passa perto do “Corpo Seco”, ele pula na pessoa e suga todo o seu sangue. Se não passar ninguém perto ele pode ficar alojado no galho da árvore por anos, até que encontre a próxima vítima, porque se alimenta do sangue humano. O Corpo Seco é como um Vampiro para os Africanos.

Ninguém nunca imaginaria que as maldades cometidas pelo fazendeiro Miguel Antônio se perpetuariam em histórias e relatos de terror depois de tanto tempo e em tantos lugares e que virasse uma lenda no imaginário popular. O tempo não esqueceu a dor e o sofrimento de tantos que perderam a vida nas mãos desse homem maquiavélico, que dizem que ele ainda vive vagando pela terra assombrando e praticando suas maldades.



*Agradecimentos a Cezar Sanches, sobrinho neto de Jandyra Ferreira, bisneto de Diogo Onça.

Para conhecer mais, acesse: https://medium.com/@dinomenezesii

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

CIDADE INVISÍVEL: CONHEÇA O LADO SOBRENATURAL DA SÉRIE



CIDADE INVISÍVEL: CONHEÇA O LADO SOBRENATURAL DA SÉRIE

A série brasileira Cidade Invisível, da Netflix, traz para a vida urbana da cidade do Rio de Janeiro, personagens do folclore brasileiro reunidos em trama de suspense e terror. Assim temos: o Saci-Pererê, a Cuca, o Boto Encantado, o Corpo-Seco, a Iara, Tutu-Marambá e outros, em uma trama envolvendo mortes, mistérios e desmatamento. 



A série recupera o elemento de terror original de tais lendas rejeitando a interpretação infantilizada, como geralmente são apresentadas em livros com ilustrações que retiram totalmente o aspecto aterrorizante da aparência de tais criaturas, ou programas infantis, como o Sítio do Pica-Pau Amarelo, que retiram totalmente o terror de suas histórias, suavizando-as para o público infantil, embora sejam originalmente histórias de terror. 

Suavizar lendas para o público infantil parece ter tido começo com as versões dos contos de fadas dos irmãos Grimm, originalmente possuidoras de forte conteúdo de terror que, nas versões dos filmes da Disney, tiveram suas histórias suavizadas, com a total ausência do elemento terror para servirem de divertidas histórias para o público infantil. 

Porém, sabemos que, muitas destas histórias foram criadas com a intenção de assustar crianças com o objetivo de fazê-las dormir, mantê-las longe de algo não permitido pelos adultos, etc.



Quem não se lembra da canção infantil “Dorme neném que a Cuca vem pegar. Papai foi na roça. Mamãe foi trabalhar…”? Pois a Cuca e o personagem Tutu-Marambá (presentes na série) são dois personagens vindos de fora de nosso pais, pertencentes a histórias para assustar crianças que se misturaram com a cultura brasileira: a Cuca, ou Coca, vindo de Portugal, e o Tutu-Marambá, vindo de histórias que chegaram aqui com os escravos africanos.

Se a série da Netflix resgata o terror de tais lendas, também traz à tona um pouco da religiosidade por trás de alguns de seus personagens. Uma interessante forma de religiosidade chamada Encantaria, ou Pajelança, ligados a lendas indígenas, como a do Boto Encantado, Curupira, das regiões do norte do nosso país.



Diferente das personagens Cuca e Tutu-Marambá, que, em parte, vieram da Europa e da África, as entidades de origens indígenas não foram criadas com a intenção de assustar crianças, mas ao contrário, tinham a função de proteger a floresta e de trazer aos humanos alguma forma de conhecimento do mundo dos seres encantados. Se vê isso na série quando o protagonista Eric, para entender melhor o que está lhe acontecendo, recorre ao personagem Ciço, um “benzedeiro”, que o auxilia por meio de rituais e por um líquido, a ter um melhor contato com as criaturas encantadas.



Muitos desconhecem que vários personagens de lendas brasileiras fazem parte de crenças religiosas, sendo tais personagens vistos, na grande maioria das vezes, apenas com interesse de folclore, como velhas crenças ultrapassadas, de povos primitivos, que só servem para diversão infantis, esquecendo que muitos destes personagens fazem parte da crença religiosa de ribeirinhos, caboclos, povos indígenas, que possuem o mesmo valor cultural das crenças religiosas das pessoas de cidades grandes, não sendo inferiores a estas.



Para a Encantaria, ou Pajelança, paralelo ao nosso mundo, existe um mundo composto de seres encantados, mágicos, que estão aqui desde a criação do mundo, e que estão ligados às florestas, aos rios e igarapés, aos animais. Que por meio de rituais, ou chás, como o chá da ayahuasca, é possível entrar em contato com tais seres, tendo nos pajés seus mediadores entre eles e os homens. 



Este mundo encantado se divide entre os seres protetores da floresta e dos rios, como o Curupira, e a Iara, protetoras dos rios (tendo também os nomes de Mãe-do-Rio, Mãe-d’água), e os Caruanas, seres que habitam o fundo dos rios, em cidades submersas e encantadas, possuidores do poder da cura e do conhecimento sobre ervas, plantas e os mistérios da floresta. Estes seres possuem o poder de se transmutar em outros seres, tomando a forma de animais ou de pessoas, e que escolhem seus protegidos, os futuros pajés, que possuem poder de contactar este mundo mágico.

Para Conhecer Mais:

Pajelança: o Lado Oculto e Místico da Lenda do Boto

A Lenda do Boto (o Mundo Místico dos Caruanas)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

CASO ELISA LAM: MISTÉRIOSO CASO É EXPLICADO EM DOCUMENTÁRIO



CASO ELISA LAM: MISTÉRIOSO CASO É EXPLICADO EM DOCUMENTÁRIO

Contém Spoilers

Há lugares que parecem carregar consigo certa maldição que os fazem serem cenários de inúmeras mortes em mais de um evento trágico. 

No Brasil, o edifício Joelma é um bom exemplo (ou seria mal exemplo?) disso. O terreno deste edifício, antes mesmo de existir, já havia sido palco de um trágico acontecimento: o químico Paulo Ferreira de Camargo, em 1948, matou sua mãe, e mais duas irmãs em sua casa, e por fim se matou a ser descoberto. O caso também levou um bombeiro à morte por contaminação durante o resgaste dos cadáveres. O caso ficou conhecido como o Crime do Poço, por ter o assassino construído um poço para esconder os corpos. Anos depois, o mesmo lugar seria cenário para outra tragédia: o incêndio do Edifício Joelma, em 1974, construído no mesmo terreno, em que dezenas de pessoas morreriam queimadas.

Se o Brasil tem o Edifício Joelma, os Estados Unidos tem o Cecil Hotel, cenário de inúmeros suicídios e assassinatos.



O Cecil Hotel, localizado na cidade de Los Angeles, foi inaugurado em 1924, e o primeiro caso de suicídio acontecido em seu interior aconteceu em 1931, e desde esse primeiro evento tem sido palco de inúmeros suicídios e assassinatos, e também chegou a ser a morada de alguns serial killers, como o famoso assassino Richard Ramirez, mais conhecido como Night Stalker, responsável por inúmeros estupros, arrombamentos de casas e assassinatos, que causou pânico na cidade de Los Angeles, e redondezas, durante a década de 1980.

O famoso edifício é tema do documentário Cena do Crime: Mistérios e Mortes no Hotel Cecil, lançado recentemente pela Netflix.

O documentário é dividido em quatro partes, e traz a boa qualidade da produtora, que tem feito ótimos documentários dedicados a crimes, traz entrevistas com policiais que foram testemunhas de casos de morte no interior do hotel, ex-moradores e clientes, ex-trabalhadores do hotel, como a importante entrevista com a mulher responsável por gerenciar o hotel por dez anos, que conta que durante esse período acompanhou mais de 80 mortes acontecidas em suas dependências. O que dá uma média de 8 mortes por ano. 

A Morte de Elisa Lam

O documentário além de contar um pouco da história trágica do hotel, que chegou a ser chamado de “hotel da morte”, comenta também sobre a mais famosa das mortes ocorridas em seu interior: a misteriosa morte de Elisa Lam, ocorrida em fevereiro de 2013.



Elisa Lam, uma universitária canadense, de 24 anos, durante passeio por Los Angeles, que iria ficar apenas alguns dias hospedada no hotel, após ter se hospedado ficou 19 dias sem se comunicar com a família, algo que ela fazia diariamente. O fato mobilizou a polícia de Los Angeles, que conseguiu encontrar um vídeo captado por câmeras de segurança do hotel, em que Elisa parecia estar se escondendo de alguém que não aparece no vídeo ao entrar em um elevador; a câmera mostra também um comportamento bizarro da garota com movimentos estranhos dos braços, que se difundiu muito pela internet, e levantou as mais controvérsias explicações, que vão desde a possibilidade da moça estar sendo perseguida por alguém, a possibilidade de estar sob o efeito de drogas, e também explicações explicações sobrenaturais como a de estar sendo perseguida por uma entidade invisível pelo menos para a câmera.



Vários dias depois do registro do vídeo, reclamações dos hóspedes sobre a cor turva da água e seu gosto ruim, levou a descoberta do corpo de Elisa dentro de uma das caixas d’água do hotel. Fato que aumentou ainda mais o mistério envolvendo o ocorrido. 

A morte de Elisa Lam levantou várias teorias conspiratórias, com alguns defendendo que foi homicídio, enquanto outros afirmavam a possibilidade de suicídio; e a havia mesmo aqueles que afirmavam ter sido causado por algo sobrenatural.

Explicando os Mistérios

Mas a verdade é que, como ficou bem claro no documentário, a morte de Elisa Lam foi morte acidental, estimulado pelo distúrbio de bipolaridade que Elisa sofria, que lhe causava mania de perseguição e alucinações, fato comprovado pela família, e que havia lhe levado a agir de forma estranha no elevador, e a buscar um refúgio dentro de uma das caixas d'água do hotel. Elisa, como mostrou os resultados de sua autópsia, não tinha substância proibidas em seu corpo, o que poderia explicar seu comportamento, porém possuía baixa quantidade de remédio contra bipolaridade, o que explica que tenha entrado em surto psicótico por não estar tomando seus remédios.

O documentário deixa também bem claro que uma das supostas evidências para a ideia de que alguém a havia posto no tanque d'água, a tampa deste fechada, na verdade estava aberta quando do encontro de seu corpo, o que houve foi apenas um erro de informação na divulgação do fato a imprensa, e também que seu corpo se encontrava nu pelo simples fato que ela havia se despido na tentativa de se manter mais leve para poder evitar o afogamento, e não um sinal de crime sexual. 

Quanto ao grande número de suicídios e assassinatos cometidos dentro das dependências do hotel, um fato ajuda a entender melhor isso. O hotel, além de ter um preço bastante acessível, e de ter pouca exigência em relação a documentos de clientes, o que facilitava a hospedagem de criminosos procurados, ficava em uma área bastante frequentada por viciados, traficantes e prostituição, o que fazia com que o hotel se tornasse o local ideal para traficantes e viciados, que acabava gerando um crescente número de suicídios e assassinatos em suas dependências.



Cena do Crime: Mistérios e Mortes no Hotel Cecil, da Netflix, parece pôr um ponto final nos mistérios ainda provocados pelo Caso Elisa Lam, sendo, por isso, uma ótima pedida para aqueles que ainda hoje se sentem atraídos pelo enigma da morte de Elisa, envolta em mistérios, que se tornou muitíssima conhecida na internet.

O Cecil Hotel foi vendido em janeiro de 2017.


segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

RELATO DO LEITOR: Guardião da Estrada (por Gabriella Contente)



Relato da minha última experiência sobrenatural na Universidade Federal Rural  da Amazônia.

RELATO do LEITOR: Guardião da Estrada

Dinho (meu exs marido) e eu estávamos saindo entre 22/23 horas do setor onde eu estagiava, sentamos no banco da Zootecnia Básica pra chamar o uber pra voltar pra casa, mas as luzes da zoobasica estavam piscando e estava soturno, nem os caprinos faziam barulho, eu sugeri a ele que fossemos pro ICA, ia ser melhor pra chamar o Uber, seguimos para o ICA e até então uma sombra se projetava entre a penumbra das luzes do poste em frente ao prédio da reitoria. Dava pra ver uma silhueta de sombras se formando, o primeiro que viu isso foi o Dinho, que fez eu olhar e eu vi a coisa descrita e tentei na minha mente fazer uma associação com algo que eu pudesse explicar. Nos diálogos ele cogitou ser alguém pra nos assaltar, apressamos os passos e chegamos no ICA e aquela silhueta de "sombra" estava lá. Não foi preciso nós conversarmos pra decidir ir andando, até quase correr, sempre que olhávamos pra trás a sombra estava lá, "ela" ficava sempre a alguns M de distância, que pra mim eram longos, era só olhar pra trás estava lá. E foi assim seguindo, ICA, Carroceiro, curva que vai pra Solos, Solos, Pavilhão e chegamos ao portão entreguei a chave pro guarda e pegamos o uber. Eu vi e ele viu, somos 2 céticos e até agora não encontrei nenhuma explicação para a "sombra".

PS: Não tinha festa era um dia normal de aula, meu curso é integral e eu fui em escala voluntária alimentar "filhotes" que não tinham como mamar, porque a mãe estava tomando antibióticos incompatíveis com a lactação, então fizemos de tudo para que eles pudessem se alimentar.

Eu estava escalada para dormir, mas a menina que estava tbm na escala não pode ir e eu chamei meu marido pra ir me buscar depois que eu terminasse o manejo.


Gabriella Contente

Contato: Facebook.

domingo, 10 de janeiro de 2021

CONHEÇA O ASSASSINATO QUE LEVOU A FILOSOFIA DE NIETZSCHE AO TRIBUNAL


 

CONHEÇA O ASSASSINATO QUE LEVOU A FILOSOFIA DE NIETZSCHE AO TRIBUNAL

Em 1924, na cidade americana de Chicago, um jovem de 14 anos foi assassinado; seu assassinato foi cometido como um teste de coragem e superioridade praticado por Nathan Freudenthal Leopold Jr. e Richard Albert Loeb, ambos, na época, com 19 e 18 anos, respectivamente.

Nathan Leopold e Richard Loeb eram dois alunos com inteligência excepcional, pertencentes a Universidade de Chicago, que decidiram, em 1924, cometer o crime perfeito. Para tanto, sequestraram e mataram Bobby Franks, então um garoto de 14 anos.

Richard Loeb e Nathan Leopold

Leopold e Loeb eram superdotados: Leopold falou suas primeiras palavras com apenas quatro meses de idade; já Loeb era, então, o mais novo graduado pela Universidade de Michigan. Ambos começaram a praticar pequenos crimes. 

Achando-se superiores aos demais, e por isso as leis não deveria ser as mesmas para eles, partiam cada vez mais para crimes mais audaciosos, até que, para testar suas  capacidades, resolveram cometer o mais grave de todos os crimes: o assassinato. Passaram seis meses arquitetando-o, em seus mínimos detalhes; e já haviam escolhido a vítima: o garoto Bobby Franks, que era vizinho de Loeb, e pertencia a família deste.

Bobby Franks ao Lado do Pai

No dia do crime, o garoto fora atraído para dentro de um carro sem identificação, e morto em seguida pelos dois amigos. O corpo de Frank foi desovado, nu, à beira de uma estrada longe da cidade. Foi jogado ácido no cadáver para dificultar sua identificação. Após o crime a dupla, festejou o assassinato, comemorando em uma barraca de cachorro-quente.

Como forma de despistarem ainda mais o assassinato, ou como forma de lucrarem com ele, ao voltarem para Chicago, os dois ligaram e escreveram cartas dizendo que Frank havia sido sequestrado, e exigiam um valor para o resgate. 

A Prova do Crime

Leopoldo e Loeb acreditavam que tinham conseguido planejar o crime perfeito, afinal eram pessoas extremamente inteligentes, e tinham tomado todos os possíveis cuidados para não serem identificados, como: não deixar digitais na cena do crime, queimar roupas usadas no dia do assassinato, limpar cuidadosamente o banco do carro sujo de sangue que haviam alugado, e etc. 

Antes da família de Frank pagar o resgate, o corpo do menino foi encontrado, o que levou os assassinos a destruírem a máquina de escrever que tinham usado para escreverem a carta de resgate. Porém, um pequeno descuido foi o suficiente para levar a polícia até aos assassinos. Junto ao corpo de Frank havia sido achado um óculos que os assassinos tinham deixado cair. O fato não havia preocupado tanto eles, afinal o óculos era bastante comum, era usados por centenas de milhares de outras pessoas. Contudo embora os óculos fossem de um modelo bastante comum, tivesse lentes e armação extremamente populares, possua um pequeno detalhe extremamente incomum: suas dobradiças.

As dobradiças possuíam um tipo incomum de encache que apenas três pessoas de Chicago tinham comprado o óculos com tais dobradiças e entre estes estava Nathan Leopold.

Loeb disse a policia que estava com Leopold na noite do crime. Segundo eles, os dois haviam saído com o carro de Leopold e passado a noite com duas mulheres desconhecidas, a qual eles deixaram perto de um campo de golfe. Todavia, o carro de Leopold estava no conserto àquela noite, sendo que a mulher do mecânico confirmou que o carro estava na garagem àquela noite.

Aos poucos os álibis dos dois assassinos foram sendo desmentidos e, por fim, assumiram o assassinato.

O Julgamento

Ao serem descobertos pelo crime, Leopold e Loeb revelaram terem cometido o crime inspirado na filosofia de Nietzsche, em sua ideia de super-homem.

Antes do assassinato, Leopold escreveu para Loeb: 

Um superhomen (...) é, em virtude de certas qualidades superiores inerentes a ele, isento das leis comuns que regem os homens. Ele não é responsável por qualquer coisa que ele possa fazer.



A família de Loeb contratou o advogado Clarence Darrow para  defendê-los, um advogado especialista em defender assassinos.

A defesa de Clarence Darrow chamou logo atenção porque todos esperavam que ele evitasse que os dois fossem condenados a pena de morte alegando insanidade, algo muito comum em defesas de assassinos. Porém, Clarence assumiu que os dois não estavam loucos quando cometeram o crime, mas influenciados pela filosofia do filósofo alemão Nietzsche. Afirmando:

"Esse terrível crime era inerente a esses garotos, que se originou no passado … devemos culpar alguém que tomou os ensinamentos de Nietzsche em sua vida? … devemos realmente condenar um garoto de 19 anos pela filosofia que foi obrigado a absorver na faculdade?"

Em outras palavras, o advogado culpa a influência da filosofia de Nietzsche como a verdadeira causa de tal crime.

Porém, é claro que Nietzsche não teve nenhuma responsabilidade pela interpretação de sua obra feita por Leopold e Loeb. Para tanto basta ler esta opinião de Maurice Heine sobre a obre de Sade, autor também apontado de estimular crimes:

“Todos os livros, uma vez nas mãos de degenerados, podem ser considerados perigosos. Não é possível prever que impulso mórbido um degenerado pode receber da mais inocente leitura. Uma narrativa sobre a vida dos santos, ou outra sobre a paixão de Joana D’arc, pode perfeitamente levar um desses infelizes a se apoderar de uma irmãzinha e assá-la viva...”

Visto por essa ótica, as obras de Nietzsche não teria nenhuma culpabilidade nos crimes praticados por Leopold e Loeb, anulando totalmente a defesa feita pelo advogado do caso. A culpa recairia apenas sobre os algozes; a maldade já estaria presente em suas mentes antes destes conhecerem a obra de Nietzsche.

Seja como for, o juiz sentenciou Leopold e Loeb a prisão perpétua por assassinato, adicionados de 99 anos pelo sequestro.

A prisão de Leopold e Loeb

Na prisão, Leopold e Loeb começaram a dar aulas para os outros presos na escola da penitenciaria. Em 28 de janeiro de 1936, Loeb foi atacado por James E. Day com uma navalha no vestiário da prisão, morrendo dos ferimentos. Segundo Day, ele matou Loeb por que ele havia tentado abusar sexualmente dele, embora isso nunca tenha sido provado. Todavia um inquérito foi feito, e as autoridades da prisão concluíram que Day agiu em legitima defesa.

Em 1944, Leopold esteve na Penitenciária de estudos da Malária de Stateville ,onde foi voluntário para ser infectado com malária] Nos idos de 1958, após 33 anos de prisão, Leopold recebeu condicional. Naquele ano ele escreveu uma autobiografia intitulada Life Plus 99 Years. Leopold se mudou para Puerto Rico e se casou com uma florista. Ele era conhecido como "Nate" pelos vizinhos e pelos colegas de trabalho no Castañer General Hospital em Castañer, Porto Rico, onde trabalhava num laboratório.

Ele até planejou escrever um outro livro, intitulado Snatch for a Halo, sobre sua vida na prisão, coisa que nunca fez. Tempos depois ele tentou bloquear o filme Compulsion, alegando invasão de privacidade e difamação ganhando dinheiro em cima da sua imagem.

Ele morreu de ataque do coração, agravado por sua diabetes em 29 de agosto de 1971 com 66 anos. Ele doou seus órgãos.

Obras Inspiradas no Caso Leopold-Loeb

A história do Caso Leopold-Loeb, como ficou conhecido, originou várias obras de arte que se inspiraram em sua história. Uma das mais famosas é o filme Festim Diabólico (Rope 1948), do diretor Alfred Hitchcock. 

Cena do Filme Festim Diabólico

O caso também virou um musical, denominado Pacto, do autor Stephen Dolginoff, onde é retratado, em forma de música, o relacionamento entre Leopold e Loeb.

Fontes: Wikipédia

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

DOCUMENTÁRIO DA NETFLIX ABORDA A EXPERIÊNCIA DE QUASE-MORTE



DOCUMENTÁRIO DA NETFLIX ABORDA A EXPERIÊNCIA DE QUASE-MORTE

O que acontece nos momentos finas da vida? Que sensações temos quando a morte se aproxima? O que existe após a morte?

O documentário Vida Após a Morte, da Netflix, tenta responder a essas perguntas, recorrendo a pesquisadores, médicos e relatos de pessoas que tiveram paradas cardíacas, ficaram sem oxigênio por vários minutos, e cujos aparelhos médicos comprovaram estarem mortas, voltaram relatando experiências curiosas. 

Vida Após a Morte, se divide em
1) Relatos dos Ressuscitados; 
2) Médiuns - Parte 1; 
3) Médiuns - Parte 2; 
4) Recados dos Mortos; 
5) Vendo Gente Morta; 
6) Reencarnação.

A primeira parte do documentário, se dedica a relatar as experiências de quase-morte.

Estima-se que entre 10 a 20 por cento das pessoas cujos corações param, relatam experiências curiosas.

Várias relatam um túnel de luz e, do outro lado, seres de luz, e também o encontro com parentes já falecidos; outras, que desfaleceram durante cirurgias, relatam verem de cima seus corpos sendo operados, as posições dos médicos, e até detalhes dos instrumentos usados pelos médicos durante as cirurgias, e  os detalhes de seus relatos comprovados pelos próprios médicos. Mas como poderia acontecer isso, se tais pessoas estavam anestesiadas e inconscientes?

O Primeiro Pesquisador


A primeira pessoa que se interessou em catalogar tais experiências foi o suíço Albert Heim, que durante a prática de alpinismo, em 1892, caiu escalando uma montanha, e ele durante a queda notou que o tempo havia ganhado outra dimensão, expandia-se indefinidamente durante a queda. Curioso, Albert perguntou a outros montanhistas se estes haviam tido alguma experiência semelhante, e vários relataram que sim. Desses relatos Albert Heim fez um livro com mais de 30 relatos semelhantes ao seus.

Décadas depois, com a evolução da medicina e das técnicas de ressuscitação, os relatos ficaram mais fáceis de serem obtidos. Foi então que, em 1975, o médico Raymond Woody, escreveu o livro Vida Depois da Morte

Mas o que Poderia Ser a Causa de tais Relatos?


Argumentou-se que tais experiências seriam produzidos pelos medicamentos injetados no paciente. Mas os relatos de tais experiências são muito antigos, são anteriores aos usos de tais medicamentos.

Argumentou-se também que a falta de oxigênio poderia ser a causa das alucinações provocadas pelo cérebro humano. Mas você não pode manter a consciência a não ser que o cérebro esteja com oxigênio suficiente para que possa estar de alguma forma consciente para produzir tais experiências, afirma pesquisadores do assunto.

No documentário Vida Após a Morte, dedicado ao tema, da Netflix, há o depoimento de uma médica que ao cair e afundar de caiaque em um rio no Chile, ela ficou durante os inacreditáveis 30 minutos submersa e sem oxigênio debaixo d’água, tendo ela relatado experiência de quase morte, em que ela havia ido para um ambiente composto por milhares de flores, e onde teria encontrado com um avô já falecido. O documentário conta outros relatos de pessoas que foram tidas como mortas e que passaram por experiências semelhantes de quase-morte. O mesmo documentário  conversa com médicos, neurocientistas e pesquisadores sobre suas pesquisas sobre o tema, e até visita centros universitários dedicados a pesquisa do fenômeno. Porém, infelizmente, o documentário não foca sobre o DMT, substância  alucinógena produzida pela glândula pineal.

A Glândula Pineal e Experiências de Quase-Morte


No fundo do nosso cérebro existe uma glândula tão pequena quanto um grão de feijão, a glândula pineal. Capaz de produzir um poderoso alucinógeno, chamado DMT, ou dimetiltriptamina, responsável por criar nossos sonhos quando dormimos.

A glândula pineal sempre esteve associada a crenças místicas. Povos antigos a consideravam como uma espécie de terceiro olho, capaz de nos fazer ver o que os olhos da carne não conseguem ver. Tem sido assim desde os egípcios, passando pelas milenares crenças hindus da Índia.

Uma hipótese é de que quando próximos da morte, esta glândula é estimulada a produzir a maior quantidade possível de seu alucinógeno, servindo como um relaxante natural produzindo as experiências de quase-morte daqueles que estiveram no limiar da morte, e que, por alguma razão, voltaram à vida descrevendo túneis de luzes, criaturas angelicais durante sua breve permanência em um lugar mágico, descrito com formas paradisíacas, ou ainda o famoso relato de que "toda sua vida lhe passou como um filme em sua mente".

O Túnel de Luz


Na maioria das vezes, nas experiências de quase-morte é descrito um túnel de luz, e do outro lado do mesmo, vê-se uma figura clara, em um ambiente iluminado, que espera o recém chegado. Esta descrição possui semelhanças com o nascimento de um ser humano, que percorre o túnel que o conduz do útero para fora  da vagina de sua mãe; e o ser do outro lado do túnel, se assemelha a figura de uma parteira, enfermeira, ou médico encarregado de ajudar no parto, que estando ligado a esse momento, ganha ares místico. Não seria de se surpreender se, durante experiência extrema causado pelo momento de quase-morte, o DMT, produzido pela glândula pineal produzisse uma regressão psíquica, e recriasse o momento do nascimento. 

Porém, o DMT não seria capaz de produzir relatos em que pessoas que tiveram experiências de quase-morte relatam detalhes de fatos acontecidos nas salas de cirurgias quando estavam inconscientes.

Médiuns
O documentário da Netflix também dedica a segunda e terceira parte a abordar o fenômeno dos médiuns, que afirmam receberem mensagens dos mortos, e repassando as mensagens endereçadas a parentes, por meio de perguntas a estes. Confesso que nesse ponto o documentário perde a credibilidade científica, caindo no reino da fé. Vale lembrar que sessões envolvendo médiuns já foram muitas vezes desmascaradas como fraude, e aqui, diferentemente, dos casos de experiências de quase-morte, não se tem a confiança proporcionada por aparelhos hospitalares que a testam que o paciente, de fato, esteve em um estado de quase morte. 

Vendo Mortos
A parte denominada Vendo Gente Morta tem como tema: casas mal-assombradas, detecção de vozes e imagens de supostos fantasmas por meio de gravadores e câmeras fotográficas, etc., pesquisadores conhecidos como Caçadores de Fantasmas, que pesquisam locais tidos como mal-assombrados, munidos de aparelhagens próprias, fenômenos que, mais uma vez, não possuem a mesma credibilidade que possui as experiências de quase-morte, e também pessoas que descobriram, por acaso, imagens estranhas em fotos caseiras, que são apontadas como manifestações sobrenaturais.

Aqui, um assunto importante é abordado por um médico  que auxilia doentes em fase terminal, que se dedica a coletar relatos dos pacientes que afirmam serem visitados em sonhos, ou mesmo presencialmente, por familiares já falecidos.

Esses pacientes são vistos conversando com alguém que não é visto por outras pessoas. Já crianças em fase terminal, por não terem parentes falecidos, tais experiências se dá com bichos de estimação, que lhes aparecem em sonho, ou em uma forma tão viva, que eles relatam que tiveram uma "visão".

As pesquisam mostram que doentes à beira da morte tem mais sonhos com entes queridos já falecidos do que os saudáveis.

Reencarnação
Contudo, a parte dedicada a reencarnação, é simplesmente surpreendente, trazendo relatos de casos de crianças que desde muito cedo possuem traumas e sonhos em que relatam nomes de estranhos, e de detalhes de uma outra vida, que foram devidamente pesquisadas, e que acabam sendo relacionados a fatos ocorridos verdadeiramente.

Aqui, dois casos são abordados, em que crianças relatam seus nomes de outra vida passada, relatando também fatos que até mesmo os filhos da pessoa falecida, não tinha conhecimento, sobre objetos, comportamento, costume do morto.

Vale lembrar que o documentário Vida Após a Morte, da Netflix, foi feito abordando relatos de pessoas, que não apenas tem suas identidades reveladas, como também fazem parte de pesquisas de médicos e psiquiatras que tem seus nomes identificados, bem como as universidades de onde provem a pesquisa.  
 
E embora a pesquisa sobre o que vem após a morte ainda não seja conclusiva, já aponta para uma forma mais abrangente de se conceber o que chamamos de consciência. Evidencia também o fato de que, quem experimentou a quase-morte, não parece ser mais o mesmo, passando a ter outra visão sobre a vida e a morte. 

Vale a pena assisti-lo.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

ELIZABETH SIDDAL, A BELA VAMPIRA DO CEMITÉRIO DE HIGHGATE



ELIZABETH SIDDAL, A BELA VAMPIRA DO CEMITÉRIO DE HIGHGATE

Lendas de vampiros, em grande parte, foram criadas devido a má compreensão dos processos naturais da decomposição de corpos humanos. Hoje sabemos que gases produzidos após a morte fazem com que os corpos enterrados se movam lentamente, fazendo com que cadáveres sejam encontrados, ao serem exumados, em posições bem diferentes do que haviam sido enterrados, dando a falsa impressão de que estavam vivos quando enterrados, ou, como se pensava antes, que tivessem saído de suas sepulturas E, algumas vezes, um bizarro fenômeno alimentava ainda mais a lenda dos vampiros.
 


Tratava-se do estranho fenômeno da incorrupção de corpos, que fazia com que cadáveres humanos se mantivessem perfeitamente conservados, por décadas, da podridão da carne; seja porque eram condicionados hermeticamente em seu ataúde, protegidos, assim, das bactérias e intempéries do tempo; seja porque o terreno onde foram enterrados, rico em minerais conservantes, propiciava a eles um ambiente naturalmente favorável à sua conservação, ou por alguma outra causa ainda hoje desconhecida.

Cemitério Highgate

Nesse sentido, um fato assombroso acontecido no Cemitério de Highgate, Londres, em 1869, ajudou a reviver ainda mais a crença em vampiros.

Elizabeth Siddal

A história envolve o pintor e poeta Dante Gabriel Rossetti (1828 - 1882) e sua bela esposa, a também pintora e poeta, Elizabeth Siddal (1829 - 1862), que, grávida, viciada em ópio e tomada pela melancolia, matou-se por meio de uma alta dose de láudano — uma perigosa mistura de vinho branco, açafrão, canela e ópio. Compadecido com a morte de sua jovem esposa, Dante Gabriel Rossetti, escreveu-lhe magistrais poemas inspirados em sua profunda tristeza, e pôs seu pequeno caderno de poemas junto ao corpo da esposa em seu caixão funerário, sendo enterrado com ela.

Dante Gabriel Rossetti

Após sete anos da morte da esposa, surgiu a oportunidade de publicar manuscritos do esposo. Dante lembrou dos manuscritos que havia posto no caixão junto ao corpo da esposa. Ele então buscou uma ordem judicial para exumar o corpo de sua querida Lizzie.

Como o poeta se recusou a presenciar tão doloroso ato, pediu para que seu editor, Charles Howell, comparecesse a cerimonia para recuperar seu manuscrito. E assim foi feito.

Ao Centro, a Sepultura de Elizabeth Siddal

Na noite determinada para a exumação, homens caminharam pelos escuros caminhos do Cemitério de Highgate portando lampiões, clareando túmulos após túmulos, em busca de seu nome. Ao achá-lo, sons de pás cavando a terra fizeram-se presente por horas. Até que ouviu-se o som da pá a bater em um objeto oco. Era seu esquife. Ao abri-lo, e iluminá-lo, uma surpresa tomou conta de todos os presente, incluindo o editor, ao descobrir que o corpo de Elizabeth Siddal permanecia perfeitamente intacto, como se não estivesse morta, mas apenas dormindo. Elizabeth estava mais bela do que nunca, com as faces coradas, lábios vermelhos, e seus belos cabelos ruivos haviam crescidos, preenchendo o caixão, com seus fios sedosos e brilhantes como nunca estivera em vida.
 


A mão do homem percorreu por entre os fios de seus cabelos, contornando seu dorso e, por fim, apalpando o pequeno caderno de capa de couro, que uma vez em suas mãos, fora ordenado que o corpo de tão bela criatura fosse devolvido às profundezas de seu túmulo.
 
Elizabeth Siddal Pintada por Dante Gabriel Rossetti

Quando a notícia do estado em que se encontrava a morta se espalhou por Londres, Elizabeth Siddal foi vista como uma vampira.
 
O acontecido inspirou Bram Stoker, o autor do livro Drácula (1897), a criar uma das personagens de seu livro, a vampira Lucy Westenra.

Ainda hoje o túmulo de Elizabeth Siddal ainda é um dos mais visitados do cemitério de Highgate, Londres. 

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

A MISTERIOSA ORIGEM DO CHESTER DE NATAL



A MISTERIOSA ORIGEM DO CHESTER DE NATAL

Madrugada de Natal chegando. Famílias se preparando envolta da mesa para a ceia natalina. E ele já está lá no centro da mesa, chamando atenção de todos, com seu bronzeado de dar água na boca, no mesmo lugar onde um dia já brilhou o peru de Natal, mas que agora foi tomado por uma ave envolta em mistério. Afinal, o fato de nunca, ao contrário do peru, se ter visto a foto da ave viva, gerou toda uma série de lenda urbana sobre o famoso Chester.



Não faltaram aqueles que, com base no surgimento da moderna engenharia genética, diziam que tal ave era criada em laboratório, que eram mutações disformes com três coxas, com peitos mais protuberantes que o resto do corpo, com a função de se obter a maior quantidade de carne possível, e o maior lucro para a indústria. Havia também a crença de que eram aves que não possuíam cabeça, ou que eram alimentadas continuamente, ao ponto de ficarem tão gordas que não conseguiam se levantarem de pé; sem contar aquelas que afirmavam que estas aves eram criadas em tubos de ensaio de laboratórios, que eram compostas de carnes sem vida, etc.
   
Até hoje o Chester é vendido por uma única empresa brasileira, detentora da marca Perdigão, e durante muitos anos, não se sabe por qual motivo, a empresa evitou publicar fotos da ave viva por décadas. Despertando a curiosidade de porquê não ter nenhuma foto do animal a ser exibido aos consumidores.
 

A verdade é que o Chester não é uma nova espécie de ave, mas uma marca registrada. Soa estranho, não? Mas a ave tem origem em uma linhagem de frango que foi trazida da Escócia para o Brasil em 1980. Poucos anos depois, ele passou a ser comercializado no país como concorrente do peru de Natal da Sadia -- hoje, Sadia e Perdigão pertencem à BRF. 

A produção do Chester se concentra na cidade de Mineiros, em Goiás. O tempo de criação é superior ao do frango convencional: o Chester é abatido quando tem em torno de 50 dias, 20 dias a mais do que o frango, e somente o macho é vendido inteiro por ser maior que a fêmea, enquanto está é vendida em pequenas partes.

O Chester tem como características:
-    É maior que o frango comum;
-    Não tem hormônios, conforme proibição da legislação brasileira; 
-    Tem a carne mais macia;
-    O sabor é mais suave em comparação com outras aves natalinas;
-   70% da carne são concentradas no peito e nas coxas, partes nobres da ave;
-    Tem menos gordura que o frango;
-    Embora venha de uma linhagem de frango escocesa, só é vendido no Brasil;
-    Apesar de só ser vendido no Natal, a produção começa em março.

E como forma de comemorar os 40 anos da marca no Brasil, a empresa responsável pela produção e venda da ave, resolveu terminar o mistério e tornar público a imagem da ave:




Para você ela tem algo de estranho?

Na ilustração também foi usado o frango Dong Tao, do Vietnã, que também não é produto de laboratório, e que dizem ser uma delícia: