segunda-feira, 2 de junho de 2014

A CAVERNA



Há dias que estávamos perdidos em um território selvagem e úmido, de montanhas e vales extensos, com uma grande e profunda caverna contornada por uma densa floresta que, como areia movediça, suga você, e uma vez lá dentro, não se pode escapar mais. E há alguns dias havíamos perdido o contato com o primeiro grupo de nós que tinham ido à frente; não sabíamos o que havia acontecido com eles, se estavam ainda vivos e muito menos se tinham alcançado nosso objetivo.
E para piorar as coisas tínhamos ouvido muitas histórias de homens sendo engolido, perdido suas cabeças, ou, pior, suas almas pela caverna sugadora de homens. Contudo, apesar de alguns de nós terem ficado mortos pelo caminho, decidimos continuar nossa jornada rumo a grande caverna úmida. Penetramos primeiro na floresta negra, para depois alcançamos o pico da montanha mais alta do delta, e em seguida, penetrarmos finalmente na grande caverna escura. E após alguns dias de caminhada cega dentro desta, movidos apenas por nossos instintos, pudemos finalmente ouvir as vozes de nossos companheiros, dizendo:

“Vamos, corram logo que aí vem os espermatozoides retardatários!”.

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