Estávamos reunidos em um
clima de diversão e amizade em torno de uma mesa de bar quando uma senhora
adentrou o ambiente de venda etílica. Era uma senhora de aparência humilde que distribuía
aqueles pequenos papéis com trechos bíblicos.
Eu, como de costume, agradeci a ela e, como sempre faço, conhecendo bem do conteúdo do papel, e tendo alguns exemplares encadernados em casa, me recusei a pegar os papéis, atitude que, não raro, causa certo desconforto em quem está ao meu lado, e também tentativa de justificar meu ato por parte deles; de minha parte penso que tenho todo o direito de recusá-los, até por uma questão de evitar que se polua ruas, mas em geral as pessoas ao saberem que em um simples papel, como outro qualquer, há frases religiosas olham-no como se fosse uma grande desfeita recusar-se a aceita-los. Pois bem. Logo a senhora pôs-se a direcionar palavras a nós, nesse momento, verifiquei que, como sempre constato em religiosos, o que ela tinha de humilde se desfez ao pronunciar aquelas palavras - é meus amigos a religião tem dessas coisas, é capaz de tornar humildade em soberba em questão de segundos. As palavras da senhora nada mais eram do que um prejulgamento a nosso respeito, ao que fazíamos naquela hora, como se estivéssemos praticando algum crime só pelo fato de estarmos bebendo alí. Quando isso me acontece gosto de rebater usando as próprias crenças de quem me acusa. Disse então a ela “se beber fosse algo de errado Jesus não teria transformado água em vinho em uma festa, e olha que dizem que era um ótimo vinho, coisa de quem entende do ofício”. A mulher se calou desanimada, virou a cabeça, e deu uma resposta, que já ouvi algumas vezes, e que todas as vezes que ouço me causa risos; disse ela que não era vinho, mas sim suco de uva. Por Gzuis, quanta ignorância! Suco de uva! Como pode em uma festa de casamento em uma cultura tão festeira quanto a judaica servirem suco de uva.
Eu, como de costume, agradeci a ela e, como sempre faço, conhecendo bem do conteúdo do papel, e tendo alguns exemplares encadernados em casa, me recusei a pegar os papéis, atitude que, não raro, causa certo desconforto em quem está ao meu lado, e também tentativa de justificar meu ato por parte deles; de minha parte penso que tenho todo o direito de recusá-los, até por uma questão de evitar que se polua ruas, mas em geral as pessoas ao saberem que em um simples papel, como outro qualquer, há frases religiosas olham-no como se fosse uma grande desfeita recusar-se a aceita-los. Pois bem. Logo a senhora pôs-se a direcionar palavras a nós, nesse momento, verifiquei que, como sempre constato em religiosos, o que ela tinha de humilde se desfez ao pronunciar aquelas palavras - é meus amigos a religião tem dessas coisas, é capaz de tornar humildade em soberba em questão de segundos. As palavras da senhora nada mais eram do que um prejulgamento a nosso respeito, ao que fazíamos naquela hora, como se estivéssemos praticando algum crime só pelo fato de estarmos bebendo alí. Quando isso me acontece gosto de rebater usando as próprias crenças de quem me acusa. Disse então a ela “se beber fosse algo de errado Jesus não teria transformado água em vinho em uma festa, e olha que dizem que era um ótimo vinho, coisa de quem entende do ofício”. A mulher se calou desanimada, virou a cabeça, e deu uma resposta, que já ouvi algumas vezes, e que todas as vezes que ouço me causa risos; disse ela que não era vinho, mas sim suco de uva. Por Gzuis, quanta ignorância! Suco de uva! Como pode em uma festa de casamento em uma cultura tão festeira quanto a judaica servirem suco de uva.
Tenho minhas crenças, mas
não saio por aí oferecendo-as a pessoas que não me pediram para escutá-las, ou
me dando o direito de julgar os outros, guardo elas para mim e ofereço-a somente
quando alguém me pede para ouvi-las. A religião tem dessas coisas: dá esse
ímpeto as pessoas para que se acharem corretas, superiores mesmo achando a
humildade a maior de todas as virtudes, se impondo onde não foram chamados e
enfiando, à força, suas crenças goela abaixo dos outros.
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