O rock como forma de manifestação humana, não poderia ser concebido como independente
de crenças morais e espirituais. O que inclui a religião. E o Black Metal seria
um anti-cristianismo, uma forma de alcançar novos valores, além da crença
estabelecida, com base religiosa ou ética, calcada no ateísmo ou no paganismo.
O que fez com que tudo que ofendesse o cristianismo fosse bem recebido, como os
símbolos satânicos, por exemplo, alimentando o rock com sua rebeldia blasfêmica.
O que é profundamente compreensível e de direito: a escolha de credos
religiosos. Embora isto não se dê, na grande maioria das vezes, com respeito
mútuo. Respeito que a própria cristandade não teve com outros povos ao longo da
história, já que esta usou de todos os meios para destruir crenças de outros
povos.
BRINCANDO COM FOGO
É notório a crítica de que o rock é uma influência má à juventude, crítica na
maior parte das vezes feitas por religiosos, como no texto que se segue: Hoje em dia, neste mundo em ruínas, não
podemos deixar que o inimigo influencie nossos filhos. Mas isto é muito
difícil, pois ele está em todo lugar. Sinto que conheci o lado negro, pois fui
destinado a saber de todas as artimanhas do inimigo, e depois voltar para A Paz
de Jesus e alertar os irmãos das pragas que ameaçam destruir nossas vidas e o
pior, a de nossos filhos, o futuro do mundo. Uma das grandes ameaças é a
música. Os tempos de Beatles paz-e-amor já passaram, e a inocente música hippie
do passado que pregava compaixão, vida em comunidade, amor, etc. foi
degenerando-se para um gênero de mal gosto, feio, blasfemo e sujo, o Metal, e
suas vertentes extremas, o "Black Metal". Adolescentes de todo o mundo
se deliciam ao ouvir os grunhidos horrorosos de seus ídolos nas músicas Metal.
Gosto musical não é uma coisa que se discute, mas vamos ver o que os
integrantes das bandas têm a dizer, analisando suas letras:
"Você chora por seu Pai, mas Ele não se lembra de você.
Morra, Jesus. Morra, Jesus Cristo." — Sarcófago
"Invoco crentus domini de daemonium" — Mayhem
"Eu vou abrir os portões para o Inferno... um dia" —
Burzum
"O Rei dos Judeus está morto, e também estão as
mentiras" — Havohej
E continua o texto:
Fatos tenebrosos sobre Black Metal e derivados:
A banda brasileira Sarcófago fez uma capa para o disco
"Rotting" onde aparecia uma caveira lambendo a boca de Jesus Cristo,
e fez polêmica no mundo inteiro, sendo censurada em vários países.
A banda alemã Absurd assassinou um adolescente.
"Faust" da banda Emperor assassinou um homossexual
que ele nem ao menos conhecia, sem nenhum motivo. Hoje está preso.
Existe uma banda brasileira chamada "Murder Rape".
Tradução: Assassinato Estupro. Eles já foram presos por depredar uma igreja.
Músicas de metal já levaram vários jovens ao suicídio.
Os jovens de "Columbine", que assassinaram vários
colegas de classe ouviam metal.
Glen Benton, líder da banda "Deicide" (Matar Deus,
em latim) é satanista assumido e queimou uma cruz invertida na própria testa.
Nomes de músicas da banda incluem "Mate o Cristão", "Suicídio
Sacrificial", "Vá agora, seu Senhor está morto", "Bravo com
Deus" e similares. Sua música continua corrompendo a juventude até hoje
sem que nada se faça.
E existe muito mais. Espero que vocês evitem este tipo de
música ao máximo e NUNCA deixem seus filhos nem chegar perto disso e de
qualquer coisa relacionada. Diga NÃO ao metal! Satanás aqui não tem vez! 9
RESPOSTA
O heavy metal, como já
foi citado algumas vezes, trouxe para a música temas até então escondidos ou considerados
tabus, como a morte ou o demônio. Temas que amedrontam e que ao mesmo tempo
criam uma curiosidade mórbida. E que, naturalmente, assim como outras formas de
arte, atrairia algumas personalidades doentias. Personalidades que encontrariam
em seus temas somente uma expressão de suas mentes, não inspirações para as
mesmas. Como o psicopata Richard Ramirez, fã inveterado da banda de hard rock
AC/DC — em que o satanismo é um de seus temas preferidos -, estuprou, matou,
mutilou, 13 pessoas na década de 80, dizia-se satanista, na cena dos crimes
deixava sempre o símbolo satânico, o pentagrama invertido. Na prisão tatuou
vários pentagramas pelo corpo, durante seu julgamento teria gritado várias
vezes viva satã.
Se podemos afirmar que
Ramirez inspirou-se nas letras do AC/DC para matar, teremos que afirmar também
que a Bíblia foi a grande inspiradora para os crimes de Heriberto Seda, o
Copycat do Zodíaco, que aterrorizou Nova York no começo da década de 90.
Fanático pela Bíblia matava suas vítimas por que acreditava que estas eram
demoníacas. Fato que pode ser ainda corroborado com os números de mortes
causadas entre Deus e o Diabo. Segundo o pesquisador Steve Wells do site
Skeptic’s annotated bible (a Bíblia anotada do cético), após pesquisar a
Bíblia, “de acordo com os relatos do livro, O Todo-Poderoso é responsável por
exatas 2270365 mortes, enquanto o coisa-ruim ostenta em seu currículo de
maldades apenas 10 eliminados” 10, os filhos de Jó.
O que também pode ser
visto em relação aos hediondos acontecimentos do black metal norueguês dos anos
90.
O suicídio do vocalista
Per Yngve Ohlin da banda de black metal,
Mayhem, dá início ao cenário trágico. Ohlin, conhecido também por Dead
(morto), possuía uma personalidade complexa, depressiva. “Ele tinha o costume de usar corpse-paint
(pintura de cadáver) sempre, até mesmo nos ensaios. Nos shows, ele praticava
auto-flagelação e antes de cada canção ele inalava o odor de um corvo morto que
guardava dentro de um saco plástico. O cheiro da morte o inspirava. Além disso,
ele tinha o peculiar costume de enterrar as roupas para usá-las depois, úmidas,
fétidas e sujas de terra. Fazia isso para ficar realmente parecido com um
morto, um zumbi putrefato. Motivos pessoais, aliados a mórbida fascinação pela
morte, fizeram com que ele cometesse o suicídio. Ele cortou os pulsos e depois,
para garantir, deu um tiro de rifle na cabeça; o rifle havia sido emprestado
por seu colega, o famigerado Varg Vikernes.” 11
Dead vivia trancado em
seu quarto, “ele estava permanentemente deprimido”, o black metal refletia sua
personalidade, seu desejo irresistível pela morte, sua mente suicida. O
fascínio pela morte também estimulava outra personalidade envolvida, a de
Euronymous (príncipe da morte). Sua mente fria pode ser aqui vista, ao falar de
seu amigo suicida: "Quando Dead explodiu seus miolos, este foi o maior ato
de promoção que ele fez para nós. É sempre fenomenal quando alguém morre, não
importa quem. Se você pensa que nós somos idiotas emocionais com sentimentos
humanos, você está errado!" 12 O que pode ser visto como
vestígios de uma forma de psicopatia.
A catástrofe parecia
mesmo rondar suas portas, pois em seguida Euronymous seria assassinado por ouro
membro black metal, o já citado Varg Vikernes.
Vikernes, tal qual
Euronymous, liderava a cena black metal, porém com uma grande diferença, Vikernes
tinha tendências nacionalistas. Ao renegar o cristianismo, este não o substitui
pelo satanismo, que lhe parece pertencer às crenças cristã, mas o substitui
pelo paganismo de seu país. Tempos depois, já preso pelo homicídio, e por atos
terroristas como queimas de igrejas, atos que compartilha com Euronymous, em
nome de seu nacionalismo racista, Vikernes renegaria o próprio black metal, tornando-se
neo-nazista. Seu gosto musical representava apenas uma natural tendência para a
violência.
Tais histórias parecem
demonstrar que em matéria de black metal, quando intenções secundárias superam
o gosto musical, problemas tornam-se inevitáveis. Quando a morte desperta
desejos, além do meio artístico, a morte torna-se realidade. O que serve também
de explicação para casos de fãs suicidas, como o caso de John McCollum que em
1984, se suicidou, enquanto ouvia a música suicide solution de Ozzy Osborne,
com um tiro na cabeça. A música logo foi apontada como inspiração para o crime.
O que chama atenção para o fato, é que a música referida não fala sobre
suicídio. Na verdade, o título suicide solution (solução suicida), não se
refere a solução de um problema por meio do suicídio, mas sim a solução
(solution) como mistura química, uma mistura suicida.
Além disso, há na cena
musical um grande interesse em chamar a atenção do público, seja por meios
legais, ilegais ou ofensivos, que estimula, algumas vezes, atos de violência,
coisa que não é única do rock.
FONTES:
1. whiplash.net
2. Wikipédia
4. whiplash.net
5. Idem
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