segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

O DIABO E O ROCK - Parte IV: Paganismo e Heavy Metal



O rock como forma de manifestação humana, não poderia ser concebido como independente de crenças morais e espirituais. O que inclui a religião. E o Black Metal seria um anti-cristianismo, uma forma de alcançar novos valores, além da crença estabelecida, com base religiosa ou ética, calcada no ateísmo ou no paganismo. O que fez com que tudo que ofendesse o cristianismo fosse bem recebido, como os símbolos satânicos, por exemplo, alimentando o rock com sua rebeldia blasfêmica. O que é profundamente compreensível e de direito: a escolha de credos religiosos. Embora isto não se dê, na grande maioria das vezes, com respeito mútuo. Respeito que a própria cristandade não teve com outros povos ao longo da história, já que esta usou de todos os meios para destruir crenças de outros povos.
BRINCANDO COM FOGO
É notório a crítica de que o rock é uma influência má à juventude, crítica na maior parte das vezes feitas por religiosos, como no texto que se segue: Hoje em dia, neste mundo em ruínas, não podemos deixar que o inimigo influencie nossos filhos. Mas isto é muito difícil, pois ele está em todo lugar. Sinto que conheci o lado negro, pois fui destinado a saber de todas as artimanhas do inimigo, e depois voltar para A Paz de Jesus e alertar os irmãos das pragas que ameaçam destruir nossas vidas e o pior, a de nossos filhos, o futuro do mundo. Uma das grandes ameaças é a música. Os tempos de Beatles paz-e-amor já passaram, e a inocente música hippie do passado que pregava compaixão, vida em comunidade, amor, etc. foi degenerando-se para um gênero de mal gosto, feio, blasfemo e sujo, o Metal, e suas vertentes extremas, o "Black Metal". Adolescentes de todo o mundo se deliciam ao ouvir os grunhidos horrorosos de seus ídolos nas músicas Metal. Gosto musical não é uma coisa que se discute, mas vamos ver o que os integrantes das bandas têm a dizer, analisando suas letras:

"Você chora por seu Pai, mas Ele não se lembra de você. Morra, Jesus. Morra, Jesus Cristo." — Sarcófago
"Invoco crentus domini de daemonium" — Mayhem
"Eu vou abrir os portões para o Inferno... um dia" — Burzum
"O Rei dos Judeus está morto, e também estão as mentiras" — Havohej
E continua o texto:
Fatos tenebrosos sobre Black Metal e derivados:
A banda brasileira Sarcófago fez uma capa para o disco "Rotting" onde aparecia uma caveira lambendo a boca de Jesus Cristo, e fez polêmica no mundo inteiro, sendo censurada em vários países.
A banda alemã Absurd assassinou um adolescente.
"Faust" da banda Emperor assassinou um homossexual que ele nem ao menos conhecia, sem nenhum motivo. Hoje está preso.
Existe uma banda brasileira chamada "Murder Rape". Tradução: Assassinato Estupro. Eles já foram presos por depredar uma igreja.
Músicas de metal já levaram vários jovens ao suicídio.
Os jovens de "Columbine", que assassinaram vários colegas de classe ouviam metal.
Glen Benton, líder da banda "Deicide" (Matar Deus, em latim) é satanista assumido e queimou uma cruz invertida na própria testa. Nomes de músicas da banda incluem "Mate o Cristão", "Suicídio Sacrificial", "Vá agora, seu Senhor está morto", "Bravo com Deus" e similares. Sua música continua corrompendo a juventude até hoje sem que nada se faça.
E existe muito mais. Espero que vocês evitem este tipo de música ao máximo e NUNCA deixem seus filhos nem chegar perto disso e de qualquer coisa relacionada. Diga NÃO ao metal! Satanás aqui não tem vez! 9
 RESPOSTA
O heavy metal, como já foi citado algumas vezes, trouxe para a música temas até então escondidos ou considerados tabus, como a morte ou o demônio. Temas que amedrontam e que ao mesmo tempo criam uma curiosidade mórbida. E que, naturalmente, assim como outras formas de arte, atrairia algumas personalidades doentias. Personalidades que encontrariam em seus temas somente uma expressão de suas mentes, não inspirações para as mesmas. Como o psicopata Richard Ramirez, fã inveterado da banda de hard rock AC/DC — em que o satanismo é um de seus temas preferidos -, estuprou, matou, mutilou, 13 pessoas na década de 80, dizia-se satanista, na cena dos crimes deixava sempre o símbolo satânico, o pentagrama invertido. Na prisão tatuou vários pentagramas pelo corpo, durante seu julgamento teria gritado várias vezes viva satã.
Se podemos afirmar que Ramirez inspirou-se nas letras do AC/DC para matar, teremos que afirmar também que a Bíblia foi a grande inspiradora para os crimes de Heriberto Seda, o Copycat do Zodíaco, que aterrorizou Nova York no começo da década de 90. Fanático pela Bíblia matava suas vítimas por que acreditava que estas eram demoníacas. Fato que pode ser ainda corroborado com os números de mortes causadas entre Deus e o Diabo. Segundo o pesquisador Steve Wells do site Skeptic’s annotated bible (a Bíblia anotada do cético), após pesquisar a Bíblia, “de acordo com os relatos do livro, O Todo-Poderoso é responsável por exatas 2270365 mortes, enquanto o coisa-ruim ostenta em seu currículo de maldades apenas 10 eliminados” 10, os filhos de Jó.
O que também pode ser visto em relação aos hediondos acontecimentos do black metal norueguês dos anos 90.
O suicídio do vocalista Per Yngve Ohlin da banda de black metal,  Mayhem, dá início ao cenário trágico. Ohlin, conhecido também por Dead (morto), possuía uma personalidade complexa, depressiva.  “Ele tinha o costume de usar corpse-paint (pintura de cadáver) sempre, até mesmo nos ensaios. Nos shows, ele praticava auto-flagelação e antes de cada canção ele inalava o odor de um corvo morto que guardava dentro de um saco plástico. O cheiro da morte o inspirava. Além disso, ele tinha o peculiar costume de enterrar as roupas para usá-las depois, úmidas, fétidas e sujas de terra. Fazia isso para ficar realmente parecido com um morto, um zumbi putrefato. Motivos pessoais, aliados a mórbida fascinação pela morte, fizeram com que ele cometesse o suicídio. Ele cortou os pulsos e depois, para garantir, deu um tiro de rifle na cabeça; o rifle havia sido emprestado por seu colega, o famigerado Varg Vikernes.” 11
Dead vivia trancado em seu quarto, “ele estava permanentemente deprimido”, o black metal refletia sua personalidade, seu desejo irresistível pela morte, sua mente suicida. O fascínio pela morte também estimulava outra personalidade envolvida, a de Euronymous (príncipe da morte). Sua mente fria pode ser aqui vista, ao falar de seu amigo suicida: "Quando Dead explodiu seus miolos, este foi o maior ato de promoção que ele fez para nós. É sempre fenomenal quando alguém morre, não importa quem. Se você pensa que nós somos idiotas emocionais com sentimentos humanos, você está errado!" 12 O que pode ser visto como vestígios de uma forma de psicopatia.
A catástrofe parecia mesmo rondar suas portas, pois em seguida Euronymous seria assassinado por ouro membro black metal, o já citado Varg Vikernes.
Vikernes, tal qual Euronymous, liderava a cena black metal, porém com uma grande diferença, Vikernes tinha tendências nacionalistas. Ao renegar o cristianismo, este não o substitui pelo satanismo, que lhe parece pertencer às crenças cristã, mas o substitui pelo paganismo de seu país. Tempos depois, já preso pelo homicídio, e por atos terroristas como queimas de igrejas, atos que compartilha com Euronymous, em nome de seu nacionalismo racista, Vikernes renegaria o próprio black metal, tornando-se neo-nazista. Seu gosto musical representava apenas uma natural tendência para a violência.
Tais histórias parecem demonstrar que em matéria de black metal, quando intenções secundárias superam o gosto musical, problemas tornam-se inevitáveis. Quando a morte desperta desejos, além do meio artístico, a morte torna-se realidade. O que serve também de explicação para casos de fãs suicidas, como o caso de John McCollum que em 1984, se suicidou, enquanto ouvia a música suicide solution de Ozzy Osborne, com um tiro na cabeça. A música logo foi apontada como inspiração para o crime. O que chama atenção para o fato, é que a música referida não fala sobre suicídio. Na verdade, o título suicide solution (solução suicida), não se refere a solução de um problema por meio do suicídio, mas sim a solução (solution) como mistura química, uma mistura suicida.
Além disso, há na cena musical um grande interesse em chamar a atenção do público, seja por meios legais, ilegais ou ofensivos, que estimula, algumas vezes, atos de violência, coisa que não é única do rock.
FONTES:
1. whiplash.net
2. Wikipédia
4. whiplash.net
5. Idem


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