sábado, 15 de outubro de 2016

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO CÍRIO QUE A IGREJA NÃO QUER QUE VOCÊ SAIBA

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO CÍRIO QUE A IGREJA NÃO QUER QUE VOCÊ SAIBA
O Círio de Nazareth é uma manifestação religiosa que acontece todo ano, no segundo domingo de outubro, na cidade de Belém (PA). É considerada a maior manifestação religiosa do cristianismo, e uma das maiores manifestações religiosas do mundo, capaz de reunir, aproximadamente, 2 milhões de devotos, que se reúnem para cultuar Maria e pagar promessas feitas em seu nome. Seu nome vem da palavra latina “Cereus”, que significa vela grande, devido ter sido em suas origens, ao contrário do atual, realizado à noite, justificando o uso de velas.



A LENDA DO CÍRIO DE NAZARETH
Reza a lenda que, em 1700, Plácido, um caboclo, descendente de portugueses e de índios, andava pelas imediações do igarapé Murutucu (área correspondente, hoje, aos fundos da Basílica) quando encontrou uma pequena estátua de Nossa Senhora da Nazaré. Essa imagem, réplica de outra que se encontra em Portugal, entalhada em madeira com aproximadamente 28 cm de altura, encontrava-se entre pedras lodosas e bastante deteriorada pelo tempo e pelos elementos.
Plácido levou a imagem consigo para casa, onde, tendo-a limpado, improvisou um altar. De acordo com a tradição local, a imagem retornou inexplicavelmente ao lugar do achado por diversas ocasiões até que, interpretando o fato como um sinal divino, o caboclo decidiu erguer às próprias custas uma pequena capela no local, como sinal de devoção.



A divulgação do milagre da imagem santa atraiu a atenção dos habitantes da região, que passaram a acorrer à capela, para render-lhe homenagem. A atenção do então governador da Capitania, Francisco da Silva Coutinho, também foi atraída à época, tendo este determinado a remoção da imagem para a Capela do Palácio da Cidade, em Belém. Não obstante ser mantida sob a guarda do Palácio, a imagem novamente desapareceu, para ressurgir na pequena capela. Desse modo, a devoção adquiriu caráter oficial, erguendo-se atualmente, no lugar da primitiva capela, a suntuosa Basílica de Nossa Senhora de Nazaré.
Fato que, supostamente, teria dado origem a procissão do Círio de Nazareth.
Mas, se a explicação acima, tão cheia de mistérios e possibilidades de falseamento, não lhe convenceu, temos uma explicação mais simples e histórica para lhe dar.
O CRISTIANISMO DE CONTANTINO E O CULTO A MARIA
O Círio de Nazareth faz parte das festividades de culto a Maria, celebrado em todos os países católicos. Festividade que foi criada pela igreja católica com a finalidade de prestar homenagem àquela que é considerada mãe de Jesus. Foi oficializado pela igreja a partir do séc. V, no Concílio de Éfeso, em 431. “O próprio conselho foi realizado em uma igreja que havia sido dedicada a Maria cerca de cem anos antes”.
O que chama atenção ao culto à Maria é: como pode um personagem que lhe foi dado tão pouco espaço nos textos bíblicos (nos evangélicos Maria profere apenas sete frases - limitação, em parte, totalmente explicável devido ao extremo machismo da religião cristã, bastante claro nas palavras de Paulo de Tarso: "Como em todas as comunidades de fiéis, que as mulheres se calem nas assembléias, pois não lhes é permitido falar; que estejam submissas, como diz a lei." (Primeira Epístola aos Coríntios, 14:34-35) possuir tanto destaque em seus cultos, tornando-se tão importante, no cristianismo católico, quanto o culto a Cristo, que é o centro de toda doutrina cristã?
E mais: Quando Maria conversa com Jesus nos textos bíblicos, nenhum tratamento especial é dado a ela por este, que pudesse justificar o seu grande culto, nem mesmo de mãe, Jesus a chama, se limitando a chamá-la apenas de “mulher”, demonstrando sua natureza comum a outras mulheres; como nesta passagem:
A mãe de Jesus disse-lhe: Eles não têm mais vinho.
Respondeu-lhe Jesus: Que tenho eu contigo, mulher? ainda não é chegada a minha hora. (João 2:4).
Uma explicação histórica pode desvendar a grande importância conferida a Maria no catolicismo.
A fim de evitar que disputas religiosas dividissem seu império, o imperador Constantino oficializou o cristianismo como uma das religiões oficiais do império romano; mas isto não foi o bastante, pois querendo manter a unidade do império, ele criou uma forma de cristianismo que contivesse elementos de outras religiões, a fim de torná-lo familiar a devotos não cristãos e facilitar conversões a sua forma de cristianismo; de modo que se tornasse uma religião universal, ou como é traduzido para o grego - sua língua original - CATÓLICO, como também pretendia que fosse seu império. Sendo assim, muitos cultos, que não possuem bases bíblicas, foram sendo introduzidos como parte dos cultos cristãos, copiados de religiões não cristãs, como o culto aos santos, que são espécies de semi-deuses humanos, capazes de feitos miraculosos, e que, como a antiga tradição da religião romana, cada cidade católica teria um santo protetor, como em Roma era atribuído a deuses romanos; e como não poderia ser diferente, o culto a Maria, mãe de Jesus, também é uma cópia de cultos não cristãos. (Acesse: O Imperador Constantino e a Criação da Bíblia - Parte 2).
No culto a Maria, é comum que seus devotos passam a vê-la não apenas como mãe de Jesus, mas como mãe de toda a humanidade; Maria é chamada de rainha do céu; virgem miraculosa; mãe misericordiosa, etc. Porém, no Império Romano havia um culto semelhante, extremamente popular, dedicado a uma antiga deusa, em que seus devotos se vestiam de branco, para demonstrar a pureza de sua virgindade, em procissão pela cidade, em que uma imagem de sua deusa era carregada por seus devotos, e em que promessas feitas em seu nome eram pagas: era o culto a deusa Ísis, chamada também por seus devotos de Rainha do céu, Mãe de Deus etc.


À Esquerda, Ísis e Hórus ao Lado de Maria e Jesus
O culto a Ísis tem sua origem no antigo Egito, aproximadamente 30 séculos antes de Cristo. Ísis, assim como Maria, tinha sido uma virgem que havia dado luz a um deus, Hórus; e junto com seu filho e o pai deste, Osíris, formava, assim como Maria, José e Jesus, a Sagrada Família da religião egípcia, 3 mil anos antes da religião cristã.
Contudo, a partir do séc. V, o culto a Ísis foi pouco a pouco sendo extinto pelos cristãos; porém podemos dizer que foram pouco a pouco sendo substituído pelo culto a Maria. E que a semelhança desta com Ísis foi, certamente, um grande motivo de conversão ao cristianismo, como pretendia Constantino.

Acima, Inúmeras Deusas-Mães de Outras Religiões
Na verdade, a própria deusa Isis, por sua vez, já representava deusas mais antigas, de uma longa linhagem que se perde na pré-história; chegando a mais antiga que temos conhecimento, a Deusa-Mãe, que representava a fecundidade e o Sagrado-Feminino presente na natureza. Possivelmente pertencente a uma era em que as religiões eram dominadas não por figuras masculinas, mas maternais, femininas.


Deusa-Mãe Pertencente a Pré-História
PROMESSAS E SACRIFÍCIOS

Um dos atrativos da romaria do Círio de Nazareth são as promessas pagas, feitas em nome de Maria. Geralmente são promessas pagas com sacrifícios físicos, seja puxando a corda que carrega a imagem da santa, em meio ao aperto da aglomeração de pessoas, sob o intenso calor; seja caminhando todo o percurso de joelhos, ou caminhando com objetos pesados sobre a cabeça, que correspondem a promessa, etc.


Como regra geral, é associado o pagamento da promessa ao sacrifício físico do devoto. Mesmo neste ponto podemos encontrar semelhanças entre o tipo de sacrifício exigido no Círio com o sacrifício feito em religiões não cristãs, como no judaísmo, em que é oferecido o sacrifício físico à deus, porém não sacrifício humano mais de um animal, enquanto ao culto à Maria, lhe é oferecido o próprio sacrifício do devoto.
CONCLUSÃO
Acreditar que possa existir uma religião que seja independente de outra, que não tenha herdado nem uma tradição anterior a esta, é impossível, como deixa claro a própria religião cristã.

Para Saber Mais: Círio de Nossa Senhora de Nazaré - Wikipédia

                                 O Imperador Constantino e a Criação da Bíblia - Parte 2

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