CONSTANTINO
INVENTOU O CRISTIANISMO?
Leia Antes: O Imperador Constantino e a Criação da Bíblia - Parte I
É
preciso dizer que antes de existir o Cristianismo como conhecemos hoje, havia
várias seitas cristãs, com concepções bem diferentes entre si e centenas de
evangelhos com concepções também diferentes dos aceitos hoje. Havia, por
exemplo, os Ebionitas, um grupo de cristãos que não acreditavam na divindade de
Cristo; os cristãos gnósticos, que acreditavam que a salvação da alma estaria
na prática de certos conhecimentos secretos só ensinados aos que fizessem parte
da seita; os cristãos judeus, que mesmo cultuando Cristo mantinham-se fiéis a
tradição do Judaísmo; e tantas outras concepções.
Uma
boa demonstração da existência de concepções diferentes de cristianismo,
podemos encontrar na própria Bíblia, na Carta aos Gálatas, de autoria do
apóstolo Paulo de Tarso, em 2:11, quando Paulo nos conta que repreendeu o
apóstolo Pedro: “Quando, porém, Pedro veio a Antióquia, resisti-lhe face a
face, porque se tornara repreensível”. Isso deveu-se ao fato de que “na época
cristãos judeus continuavam a viver a sua maneira e Paulo, teimosamente, não
lhes levou em conta o desejo de permanecer sob o pálio do Judaísmo”, ou seja,
Paulo e Pedro tinham concepções diferentes de cristianismo. Para o primeiro, o
Cristianismo representava uma ruptura radical com o Judaísmo, enquanto o
segundo mantinha o Cristianismo ligado a tradição Judaica. Se essa desavença
aconteceu nos primórdios do Cristianismo imagine dois séculos depois, como no
tempo de Constantino. No tempo dele as desavenças entre cristãos chegou a tanto
que havia brigas e mortes entre grupos com concepções cristãs rivais, que fez
com que, afim de não haver separações mais radicais no Cristianismo, e botar a
unidade de seu império a perder, levou Constantino a organizar uma reunião com
todas as autoridades cristãs mais importantes da época para discutirem pontos centrais
da doutrina cristã, e chegar a um consenso. Essa famosa reunião, que foi
patrocinada pelo próprio imperador, e que contou com mais de 300 autoridades
cristãs, realizou-se em 325 da era cristã, e chamou-se CONCÍLIO DE NICÉIA.
No
Concílio de Nicéia foi discutido questões, como: a data de nascimento de
Cristo; a data da páscoa cristã; a natureza de Jesus Cristo: se ele foi criado
por deus, e por isso tinha uma natureza diferente de deus, ou, se, ao contrário,
era idêntico a deus; e talvez a mais importante questão de todas: Quais os
livros cristãos que seriam reconhecidos como verdadeiros pela igreja, e os
falsos, chamados de apócrifos, que deveriam ser destruídos.
Após
o Concílio de Nicéia deu-se início a destruição de todos os escritos que fosse
contrário ao Cristianismo professado nesse concílio, e a perseguição a todos
que defendessem ideias cristãs diferentes.
Aqui
surge um fato extremamente curioso. No evangelho de Mateus (16:18), Jesus
Cristo diz ao apóstolo Pedro: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a
minha igreja”. (Vale citar que o nome Pedro, se origina da palavra grega Pétros,
significando pedra). Ou seja, Cristo
destaca em Pedro a autoridade maior dos doze discípulos, um líder destes; Pedro
será aquele que representará Cristo, que por meio dele continuará seus
ensinamentos. Porém, dos 27 livros que compõem o Novo Testamento, apenas uma
carta é de autoria de Pedro, enquanto 13 livros são referidos como de autoria
de outro apóstolo que, ao contrário de Pedro, não fez parte dos 12 discípulos
de Cristo que conviveram com ele: Paulo de Tarso.
Paulo
não apenas é o autor cristão com maior número de obras na bíblia, como é o
autor que é dado maior destaque: ele, ao contrário das outras personalidades
cristãs, tem sua vida e seu trabalho de disseminar o Cristianismo contado em
detalhes nas páginas bíblicas: é o único autor cristão com biografia bíblica.
Não
é estranho que a Bíblia não dê a Pedro a mesma importância que Jesus Cristo lhe
concedeu? Talvez em Constantino esteja a solução para esse mistério.
Por
que será que na escolha dos livros oficiais da igreja, que compõem a Bíblia,
maior atenção foi dada a Paulo? Muitos dirão que o critério de tal escolha foi
o fato das obras de Paulo ser os mais antigos documentos cristãos.
Sim,
as obras de Paulo de Tarso são as obras mais antigas do Cristianismo, são
anteriores até aos quatro evangelhos oficiais da igreja. Contudo mesmo que a
Carta aos Tessalonicenses, de Paulo, seja considerada o documento cristão mais
antigo, não significa, claro, que represente a mais antiga ou a mais primitiva
das crenças cristãs — lembremos das diferentes concepções de Cristianismo entre
Pedro e Paulo, citado anteriormente.
Aliás,
a Carta aos Tessalonicenses, de Paulo, tido como seu mais antigo escrito que
chegou até nós, se demonstrou contendo profecias que mais tarde se mostraram
falsas. Nessa carta, endereçada a uma pequena comunidade cristã situada na
Grécia, em Tessalônica, Paulo os adverti de não praticarem a prostituição, para
mantê-los em estado de pureza para esperarem a vinda próxima de Jesus na crista
de uma nuvem, que os levaria consigo. “Foram inverdades, e desde que Jesus não
voltou nem pairou sobre as nuvens naquele porto grego, como é que o autor da
profecia goza de tanta influência e respeito entre os povos cristãos?”1
E até mais que o próprio Pedro, apontado por Jesus como seu representante?
A
Resposta é simples: Pelo fato da concepção de Cristianismo de Paulo de Tarso ser
mais conveniente com o Império Romano, e, consequentemente, com seu imperador
Constantino.
Paulo
sempre pregou em seus escritos que os devotos cristãos reconhecessem a
autoridade do Império Romano, e que contribuíssem com impostos a Roma. A
concepção política de Paulo, resumida em "Todo poder vem de Deus"
(Rom. XIII,1) também pareceria bastante conveniente a um imperador. Pois Paulo
ao afirmar que todo poder emana de deus, acaba concebendo que o poder dos
imperadores também vem de deus, dado por deus, tornando-os representantes do
poder divino. E sendo um poder de origem divina, apenas deus poderia tirá-lo.
Isto era tudo que Constantino procurava em sua vida: uma base firme para seu
poder de imperador, que não poderia ser quebrado por mãos humanas.
Não
podemos ser tão ingênuos ao ponto de acreditar que Constantino não teve nenhuma
influência no Concílio de Nicéia. E é no sentido de que houve, sim, tal
influência, que podemos dizer que o imperador Constantino foi um dos criadores
do Cristianismo, como passou a ser conhecido a partir de então.
CRISTIANISMO, A RELIGIÃO DO
IMPERADOR CONSTANTINO
Como
foi visto anteriormente, rivalidades religiosas no gigante Império Romano
ameaçava sua unidade, e consequentemente o poder dos imperadores romanos; e
após tornar livre a religião Cristã, Constantino passou a privilegiá-la, dando
a ela cada vez mais poder. Passando a ver nela a solução para evitar as
disputas religiosas: criar uma religião que fosse universal — na língua grega
CATÓLICO. E nada melhor para que uma religião seja universal do que conter em
si fatos comuns a outras religiões. Por isso o Cristianismo pós Concílio de
Nicéia, atribuiu a Jesus Cristo tantas características de outros deuses de
outras religiões e nações:
Jesus
nasce de uma virgem, como Dionísio, Hórus, Krishna, etc. Aliás nascer de uma
virgem parecia ser moda naquela época para os deuses.
Jesus
teve doze discípulos, como o deus Mitra; pronunciou um Sermão da Montanha, foi
chamado de Bom Pastor, se sacrificou pela paz do mundo também como este deus
pagão.
Jesus
morreu crucificado pela salvação da humanidade, como o deus Átis, Mitra, Dionísio
etc., e ressuscitou no terceiro dia, também como Átis, Mitra, Dionísio etc.
Deus Mitra, em Alto Relevo, e Jesus Cristo, em Mosaico |
Jesus
ensinou no templo aos 12 anos, curou enfermos, caminhou sobre a água, como
Buda, e também como este deus hindu, fez o milagre da multiplicação de alimento
para alimentar muitas pessoas.
Jesus
foi filho de um carpinteiro, seu nascimento foi anunciado por uma estrela no
oriente e esperado por pastores que lhe presentearam com especiarias, assim
como o deus indiano Krishna.
E
por aí vai...
Incríveis
coincidências!!! Coincidências???
TEODÓSIO, O CONTINUADOR DE
CONSTANTINO
O
próximo imperador, logo após Constantino falecer, foi Teodósio (347 - 395), que
radicalizou as ideias de seu antecessor.
Em
391 da era cristã, Teodósio torna o Cristianismo a única religião oficial do
Império Romano, perseguindo todas as religiões não cristãs; forçando todos a se
converterem ao Cristianismo de Constantino e destruindo templos pagãos e
construindo em seus lugares templos cristãos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário