RELATO DO LEITOR: A Promessa da Defunta (por Bosco Silva)
Esta história era contada por meus familiares que conheceram os envolvidos. Vamos a ela:
Três amigas fazem uma promessa quando jovens: “Que a primeira a morrer venha dizer às outras como é onde está”.
Após a promessa, os anos se passaram. Casaram-se e se distanciaram uma das outras. E com o passar da idade, a promessa, aos poucos, foi se apagando da memória, mas não por completo.
Quando finalmente a primeira morreu, uma das amigas, ao saber do ocorrido, imediatamente, foi ao seu velório desfazer o trato. E ao ouvido da defunta no caixão, lhe disse: “Amiga, desfaço o trato, deixe que eu própria descubra o seu paradeiro após minha morte”.
Porém, a terceira permaneceu ignorando a morte da outra.
Então, numa noite, sob a luz de velas, em seu quarto, com a casa fechada, na ausência de seu marido e filhos, a terceira amiga ouviu passos a se arrastar em sua casa, no silêncio da noite. Os passos pareciam seguir lentamente em direção à porta de seu quarto. O medo aumentou quando ela reconheceu que os passos não eram familiares. E quando pararam próximos à porta do quarto, vencendo o medo, ela perguntou: “Quem é?”. Porém, nenhuma resposta foi dada. E com medo, se cobriu toda com o lençol. A porta, então, se abriu lentamente, fazendo ranger as dobradiças enferrujadas. E um vento frio inundou o quarto nesse instante. Ela tremia sob o lençol, enquanto o arrastar de sandálias entravam no quarto, e pararam ao lado de sua cama, e uma voz antiga e familiar lhe sussurrou ao pé do ouvido:
“Não posso lhe contar onde estou, mas posso lhe dizer que onde estou é assim...”
E o vento apagou a luz das velas. Inundando o quarto de trevas.
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