RELATO
DO LEITOR
O
leitor Rômulo Martins divide com nossos leitores uma experiência surpreendente,
ocorrida recentemente com ele, durante o seu atendimento em um pronto socorro.
ERA
04:25hs DA MADRUGADA, quando eu dei entrada no hospital, a segunda vez em cinco
dias; eu me identifiquei, disse o que estava sentindo; entrei numa sala onde
fui examinado, por enfermeiras; e, em seguida, fui encaminhado a um
consultório, onde fui atendido por um médico, que prescreveu alguns
medicamentos injetáveis e me encaminhou para uma enfermaria, onde eu seria
medicado.
Um
cenário de guerra, assustador, dezenas de pessoas em macas, cadeiras e muitos
outros móveis, que lembravam divãs... mas eram apenas poltronas reclináveis,
onde pessoas eram medicadas; sentei-me numa delas, enquanto aguardava ser
medicado; eu tossia muito, sentia muitas dores, suava frio; quando então eu
apaguei, como num desmaio, suspirei alto, mas logo retomei a consciência; foi
quando uma das enfermeiras veio até mim, estendeu o meu braço direito e aplicou
uma injeção, em seguida outra, logo depois trocou os tubos injetáveis e anexou
um medicamento que ficou dependurado num suporte a gotejar na minha veia.
Senti
o coração acelerar, taquicardia, em seguida uma parada respiratória; a
enfermeira tirava a minha pressão no braço esquerdo, colocaram-me alguns tubos
pelas narinas, algo como uma máscara de oxigênio, então eu voltei a respirar
forte e apaguei...
Alguns
instantes depois, simplesmente eu levantei e fiquei em pé, numa das
extremidades da enfermaria; na minha frente havia um senhor idoso, sentado numa
cadeira de rodas, ao seu lado havia uma jovem que lhe dizia, em voz suave:
"pai, vamos, tá bom; vamos, pai; tá na hora". Sem dizer nada, ele
levantou, colocou um cobertor sobre os ombros, ela o segurou pelos braços e se
dirigiram em direção à porta de saída da enfermaria; eu me sentia muito fraco e
cansado, sentei-me na cadeira de rodas; a jovem, então virou-se pra mim, e disse:
"pede pra eles te darem o outro medicamento, se não eles vão esquecer,
eles já estão insensíveis; fica com Deus". E partiu!
Eu
falei para a enfermeira que passava perto de mim: “senhora, senhora, eu tenho
que tomar o outro medicamento, que o médico receitou”. Mas ela não deu ouvidos,
eu insisti, e falei outras vezes, mas ela seguiu para atender outros pacientes;
eu levantei da cadeira de rodas e fui em direção onde, minutos antes eu recebia
os medicamentos injetáveis; e, para meu espanto, eu me vi lá, com os injetáveis
na veia e os tubos de oxigênio; neste instante, a minha vista escureceu, eu dei
um grande suspiro e senti o meu corpo pesar; abri os olhos e vi a enfermeira
injetando outro medicamento no meu braço esquerdo, eu estava de volta ao meu
corpo, molhado de suor, apesar do frio intenso do ar condicionado na enfermaria,
sentindo-me sonolento e, por fim, apaguei novamente.
Quando
eu despertei, já não haviam mais os tubos e a máscara de oxigênio em meu rosto,
nem a seringa na minha veia. A enfermeira me olhou, tirou novamente a minha
pressão e disse: "está normal, 13 por 8, mas aguarde, que o médico vai lhe
avaliar". No leito ao lado, duas enfermeiras limpavam, colocavam algodão
nas narinas e envolviam num grande saco plástico preto um senhor que havia
falecido, era o mesmo que eu havia visto sair da enfermaria com a jovem!
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