O
Vaticano é um pequeno território encravado na Itália, com leis e moedas
próprias, pertencente a igreja católica, que assim como esta, é também dirigido
pelo papa, o maior representante da igreja.
Nesse
pequeno país - um dos menores países do mundo - é claramente contraditório a
vida de ostentação e opulência vivida nesta rica região da Itália com o caráter
de simplicidade e de renúncia de riquezas professada pela doutrina religiosa da
qual representa, fundada por Jesus Cristo, líder religioso que fez voto de
pobreza e que pregava a divisão e a distribuição de toda riqueza aos menos
favorecidos. E ao contrário disso, o Vaticano acumula bastante dinheiro, sendo
o Banco do Vaticano um dos mais ativos do mundo.
Sendo assim, não deveríamos
nos surpreender que por trás de todo o aparato religioso, a cidade do Vaticano
possui também todos os problemas e vícios de qualquer outra cidade do mundo,
embora possa chocar muitos o fato de que possa existir acontecimentos macabros
em uma cidade dirigida diretamente pelo papa e por religiosos comandados pelos
ensinamentos de paz e amor ensinados por Cristo.
Um
desses acontecimentos que tem chocado a opinião pública, além dos tão batidos
casos de pedofilia envolvendo sacerdotes cristãos, são as crescentes denúncias
de prostituição promovidos por religiosos, que não tem poupado nem mesmo os
corredores mais importantes da Santa Sé, órgão religioso encarregado da
administração do pequeno território religioso.
Em
2011, O jornalista italiano Carmelo Abbate lançou o livro “Sexo e o Vaticano,
viagem secreta ao reino dos castos”, fruto de vários meses de convivência com
garotos de programa, e frequentando o submundo sexual das noites de Roma,
comentando a intensa atividade sexual de padres héteros e homossexuais em
buscas desenfreadas atrás de sexo pago.
Mas
o que tem assustado mais é a ligação entre sexo, morte e prostituição no
Vaticano.
O
CASO EMANUELA ORLANDI
No
dia 22 de junho de 1983, a jovem Emanuela Orlandi, então com 15 anos de idade, filha
de um cidadão do Vaticano, funcionário da Prefeitura da Casa Pontifícia, havia saído
do apartamento em que vivia, na cidade do Vaticano, para nunca mais ser vista.
As autoridades encarregadas de investigar tal sumiço não encontraram nada
durante anos, nenhuma pista ou o corpo da desaparecida.
Contudo,
com passar do tempo algumas teorias foram sendo criadas como explicação para o
sumiço da adolescente.
Emanuela Orlandi |
Em
junho de 2008, Sabrina Minardi, testemunha no julgamento contra um grupo
criminoso, a Banda della Magliana, e ex-namorada do líder da gangue, Enrico De
Pedis, afirmou que Emanuela Orlandi teria sido sequestrada, e em seguida, morta
e jogada em um misturador de cimento em Torvaianica, pela organização criminosa
de De Pedis. O criminoso, que possuía contatos com o arcebispo Paul Marcinkus
através de Roberto Calvi (já que a Magliana injetava dinheiro no banco
controlado pelo Vaticano) teria dito a ela que o sequestro foi uma ordem de
Marcinkus, que queria enviar uma "mensagem para alguém acima deles".
Segundo Sabrina, o pai da jovem Emanuela "teria visto documentos que não
devia ter visto", sendo necessário mantê-lo calado. A publicação do
depoimento de Sabrina Minardi provocou protestos do Vaticano.
Tentando
provar o que havia sido afirmado e atendendo a uma denúncia anônima de que um
túmulo no Vaticano continha pistas sobre o paradeiro de Emanuela, o corpo do
mafioso Enrico De Pedis, foi exumado em 14 de maio de 2012. O corpo do
criminoso, curiosamente, havia sido sepultado na Basílica de Santo Apolinário, entre
papas e cardeais. Entretanto o corpo de Emanuela não fora encontrado.
Cardeal Gabriel Amorth |
E
em maio de 2012, surge a afirmação bombástica do cardeal Gabriel Amorth, exorcista-chefe
do Vaticano, nomeado por João Paulo II, que foi um dos que dirigiram a
investigação para solucionar o desaparecimento de Emanuela, afirmando o
religioso em entrevista ao jornal italiano La Stampa que Emanuela Orlandi foi
sequestrada por altos prelados do Vaticano para fazê-la participar de festas
sexuais que se realizam na Santa Sede. E seu corpo teria sido desmembrado.
"Isso
foi um crime de motivação sexual. Festas eram organizadas, com um policial do
Vaticano atuando como o 'recrutador' das meninas", disse Amorth.
Seja
como for, até hoje o caso Emanuela Orlandi permanece sem solução.
Abaixo, uma notícia em espanhol sobre o caso:
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