segunda-feira, 7 de novembro de 2016

CATALEPSIA: DOENÇA QUE PODE LEVAR PESSOAS A SEREM ENTERRADAS VIVAS



CATALEPSIA: DOENÇA QUE PODE LEVAR PESSOAS A SEREM ENTERRADAS VIVAS
O maior medo do ser humano, desde tempos imemoriais, tem sido a morte. Porém, infelizmente, para o homem, esse medo pode sempre ser agravado; uma das formas que tem perturbado o homem é o medo de ser enterrado vivo.

Edgar Allan Poe
O escritor americano Edgar Allan Poe tinha verdadeira fixação pelo tema de ser sepultado vivo, e por sua variante, ser emparedado vivo, usando-os em muitos de seus contos. E ninguém mais do que ele expressou tão bem este medo:

“Ser enterrado vivo é, fora de qualquer dúvida, o mais terrível dos extremos que já couberam a sorte de um mortal. Que isso haja acontecido frequentemente, e bem frequentemente, não pode ser negado. Os limites que separam a vida da morte são, quando muito, sombrios e vagos. Quem poderá dizer onde uma acaba e a outra começa? Sabemos que há doença em que ocorre total cessação de todas as aparentes funções de vitalidade, mas, de fato, essas cessações são meras suspensões, propriamente ditas. Não passam de pausa temporárias no incompreensível mecanismo”.



O escritor americano chega a contar uma história surpreendente em seu conto “Enterro Prematuro”:

“A esposa de um dos mais respeitáveis cidadãos, advogado eminente e membro do congresso, foi atacada de súbita e estranha moléstia que zombou completamente do saber de seus médicos. Depois de muitos sofrimentos veio a falecer ou supôs-se que houvesse falecido. Ninguém suspeitava, na verdade, nem tinha razão de suspeitar, que ela não tivesse realmente morta. Apresentava todos os sinais habituais de morte. O rosto tomara o usual contorno cadavérico. Os lábios tinham a habitual palidez marmórea. Os olhos estavam sem brilho. Não havia calor. A pulsação cessara. Durante três dias o corpo foi conservado insepulto, adquirindo então uma rigidez de pedra. Afinal, o enterro foi apressado, por causa do rápido avanço do que se supunha ser a decomposição”.
“A mulher fora depositada no jazigo da família, que não fora aberto nos três anos subsequentes. Ao expirar esse prazo, abriram-no para receber um caixão; mas, ai!, que pavoroso choque esperava o marido que abrira em pessoa a porta. Ao se escancararem os portais, certo objeto branco caiu-lhe ruidosamente nos braços. Era o esqueleto de sua mulher, ainda com a mortalha intacta”.



“Cuidadosa investigação tornou evidente que ela recuperara a vida dois dias depois de seu enterramento; que sua luta dentro do ataúde fizera-o cair de uma saliência ou prateleira, no chão, onde se quebrara, permitindo-lhe escapar. Uma lâmpada que fora, deixada cheia de óleo dentro do jazigo foi encontrada vazia; contudo, poderia ter sido esgotada pela evaporação. No alto dos degraus que levavam à câmara mortuária, havia um grande fragmento do caixão, com o qual, parecia, tinha ela tentado chamar a atenção batendo na porta de ferro. Enquanto assim fazia, provavelmente desfaleceu ou possivelmente morreu tomada de terror ao cair, sua mortalha ficou presa a algum pedaço de ferro no interior. E assim ela permaneceu e assim apodreceu erecta”.
A descrição a qual se refere o escritor é a do sepultamento involuntário, que não raramente tem se confirmado por meio de ranhuras em tampas de caixões, ou pelo cadáver estar de bruços, fatos reconhecidos em exumações. E uma das causas que tem originado tais fatos é a CATALEPSIA.
CATALEPSIA
A catalepsia patológica é uma doença rara em que os membros se tornam rígidos, se confundindo com o rigor mortis, enrijecimento natural em cadáveres, sem contrações, embora os músculos se apresentem mais ou menos rijos, e a pessoa é capaz de ficar por um longo período consciente, porém imóvel. O que, no passado, originava a ideia de que pessoas supostamente mortas quando revivida, era visto como milagre ou fruto de magia.



Um caso assustador recente de catalepsia foi o caso do pequeno Kelvin, que durante seu velório, na ilha de Cotijuba, ilha próxima da cidade de Belém (PA), acordou, e após se sentar em seu pequeno caixão, pediu água, provocando enorme susto em quem estava presente. Porém, infelizmente, a criança, voltou a ficar inconsciente e a falecer após este evento.


O caso mais famoso de catalepsia em nosso país envolve um ex ator da Globo da década de 60, Sérgio Cardoso, falecido devido a um ataque cardíaco em 1972.

Sérgio Cardoso
Um boato dizia que a família de Sérgio Cardoso havia pedido a exumação do cadáver do ator, e quando seu caixão foi aberto seus familiares perceberam com horror que seu corpo estava de bruços e com arranhões de unhas na face. Este boato ficou bastante popular em nosso país provocando medo em familiares de pessoas mortas por ataque cardíaco.
A afirmação de que Sérgio sofria de catalepsia chegou a ser confirmado por um amigo, Manoel Olegário da Costa, durante um programa da Globo, que também afirmou que devido a isso o ator possuía enorme pavor de ser enterrado vivo. Contudo, no mesmo programa a esposa de Sérgio, a atriz Nydia Licia, afirmou desconhecer Manoel Olegário da Costa, aproveitando também para desfazer tal boato afirmando que tudo começou quando “Uma pessoa que ninguém conhece procurou um jornal de Manaus, dizendo que Sérgio havia sido enterrado vivo e que a família teria pedido exumação do cadáver. Imediatamente a notícia correu o Brasil inteiro”. E por fim garantiu de que o cadáver nunca fora exumado. “Sérgio faleceu no dia 18 de agosto de 1972 e ponto final. Ninguém tem dúvida, nem os médicos, nem a família. O resto do público eu espero que não tenha mais”, disse ela.

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