UMA CONVERSA FRANCA COM O DIABO (Pequeno Diálogo
entre Mestre e Discípulo)
Caro leitor, aqui, finalmente, está o que
tenho guardado há alguns anos. São segredos que me foram revelados, e que não
poderia deixá-los encobertos por puro egoísmo. Por isso, aqui venho, por meio
desta, dividi-lo com você pelo grande valor de seu conhecimento. Nela estão contidas
revelações que me foram possíveis por meio do contato com uma estranha entidade
ancestral que presidiu a própria criação do mundo.
Peço-lhe que julgue por si próprio a
veracidade de tal história, sempre levando em conta o bom senso em tal
investida. E mesmo que creia não ser verdadeira, atente para o conhecimento que
nela está contido, pois são conhecimentos reveladores que devem ser vistos como
independentes de sua história.
O
Autor
ESTÁVAMOS TODOS bêbados naquela
noite. Foi quando alguém sugeriu a brincadeira do copo.
Esta é uma
brincadeira que não assusta mais, com sua ideia de que um espírito ao redor da
mesa irá responder todas as nossas perguntas, já que sabemos que se deve a
movimentos involuntários, ou, a vontade bastante voluntária de alguém
engraçadamente intencionado. Mas, não ligando para isso, e querendo apenas nos
divertir, nos entregamos a tal brincadeira.
Em um momento, as
letras se juntaram e formaram a palavra “telefone”, seguida da palavra “encontro”,
e do meu nome. As risadas, logo, se alastraram pelo lugar. Senti-me como o
escolhido para as próximas brincadeiras. E, malgrado meus avisos que não iria
me assustar, o telefone tocou. Era para mim. E aos risos fui atendê-lo. Do
outro lado, uma voz grave me dizia:
— Meu mestre
gostaria de contactá-lo.
Admirado pela
organização e rapidez da brincadeira, fiz questão de participar dela. Disse-lhe,
então:
— Qual o motivo
de tão magnífico convite?
— Os dois artigos
que escreveste sobre o Diabo: “A Verdadeira História do Diabo” e “A Verdadeira História do número 666”. Ele gostou muito. E após milhares de anos, ele
encontrou alguém que conhece os erros e as injustiças que tem sido atribuído ao
Diabo. Irei contactá-lo novamente. E darei o local e a data do encontro.
Aguarde — disse-me ele.
— Ok. Diga que ele
tem bom gosto. — E desliguei o telefone às gargalhadas.
Os dias se passaram.
E esqueci totalmente da brincadeira. Porém, uma noite, enquanto eu dormia, o
telefone tocou:
— Você ainda se
recorda da nossa última conversa? — disse alguém do outro lado da linha.
— Quê conversa?
— Do encontro
programado.
— Encontro?!...
Ah!...
A brincadeira
ainda rendia. E eu continuava a mantê-la viva. Disse-lhe, então:
— Continuo
aguardando.
— Finalmente,
hoje nos encontraremos. Aguarde um carro preto em frente de sua casa, às três
horas da madrugada. Ele lhe trará até nós.
Como prometido, um
carro preto com vidros escuros parou enfrente ao meu prédio, às três horas da
madrugada, em ponto.
A noite e a
brincadeira bem produzida, prometiam — pensei.
Ao entrar no
carro, não conseguia ver o motorista, pois um vidro escuro nos separava. O carro
rumou para o centro da cidade. E logo estávamos enfrente a principal igreja da
cidade. Ao lado dela, um sujeito de preto me aguardava. Era um sujeito alto,
bem apessoado que, tirando os óculos escuros à noite, nada de diferente
aparentava. Disse-me ele:
— Seja bem-vindo.
Imediatamente,
reconheci aquela voz, era a mesma voz grave do telefonema. Em seguida entramos
por uma portinhola que havia ao lado da igreja. Comentei que jamais a tinha
visto mesmo passando por ali quase todos os dias. Ele me respondeu de imediato:
— Meu mestre tem
seus segredos!
A pequena porta
nos conduziu a um longo corredor iluminado por tochas. Ao fundo do corredor uma
imensa sala iluminada por luz de velas negras, tendo, no centro, uma grande
mesa, em que se encontrava um sujeito sentado, trajando um longo hábito de
monge que, sem levantar a cabeça, saldou-me ao entrar:
— Seja bem-vindo
ao meu último exílio. SOU AQUELE QUE TODOS TEMEM SEM CONHECER; Sou a luz e a
treva; o Grande Todo; aquele que a própria morte teme: Sou o DIABO.
Esbocei um leve
sorriso com a resposta daquele homem, que não me parecia ser familiar. Olhava
para todos os lados para ver as pessoas que deveriam estar escondidas a me
observar. Mas, por mais que olhasse atentamente, nada via. A brincadeira era
muito bem feita, e não via a hora de perguntar por aquela produção cenográfica,
por seus detalhes bem feitos. Ficava a pensar de quem teria sido a ideia; quem
a teria organizado e planejado. Pensei por um momento se tratar de uma festa
surpresa, mas em uma igreja?! O que então seria? O melhor a fazer era segui-la,
e ver no quê daria. Foi quando notei que seguia a brincadeira a sério de mais,
enveredei então para um tom mais engraçado, pois se aquilo era para se
divertir, eu deveria me divertir também. Então, perguntei:
— É verdade que
és a criatura mais velha que existe, até mais que a posição de C#%$@?
De imediato,
aquele sujeito pareceu se inflamar de ódio, soltando um grito ensurdecedor, estremecendo
a mesa e as paredes da igreja. Em seguida, pôs-se falar palavras incompreensíveis.
Pensei comigo: ainda bem que não perguntei sobre seus chifres! E ri em
silêncio. Ele, em resposta, disse-me:
— SOMENTE O QUE
MORRE POSSUI IDADE. PORÉM, EU SOU O PRÓPRIO TEMPO, A ETERNIDADE.
Em um momento
calmo, tal brincadeira trouxe-me à memória uma velha lenda de minha cidade, que
afirma que uma imensa cobra dorme há anos sob a velha igreja, e todas as vezes
que esta se acorda faz estremecer o sino, fazendo-o tocar misteriosamente.
Foi quando o
sujeito suspendeu o capuz, expondo seu rosto.
— Então o Diabo
possui um rosto humano! — exclamei controlando as gargalhadas.
— Esperavas pele
vermelha, barbicha e chifres? Agis como um homem qualquer. Imagine: Eu querendo
capturar novas almas iria lhes atrair com uma imagem horrível, cheirando a
enxofre? Não seria melhor assim...
E imediatamente transformou-se
em uma linda mulher, como poucas que já vi na vida, com um corpo escultural,
esplendoroso!
— Ou assim...
Desta vez tomou a
forma de uma grande pilha de dinheiro.
Tudo naquilo era bem
feito como em um bom filme!
— Eu não possuo forma
— disse ele —, porém tomo a forma que quiser. E jamais tomaria uma forma tão horrível.
Esta foi criada para denegrir outros deuses. Veja os chifres, para antigas
culturas estes representavam símbolos de sabedoria em seus deuses; assim como o
tridente. Mas hoje representa esta imagem asquerosa do Diabo. Esta falsa imagem
minha está ligada ao imenso orgulho humano, pois estes creem que são a coisa
mais importante do universo, e que eu apenas teria um único pensamento:
tentá-los para possuir suas almas, e assim ofender a deus, com a idolatria de
sua mais importante criatura; como se Eu não tivesse coisas mais importantes a
fazer! Veja estes filmes, em que possuo a mente de jovens meninas, para que
perderia tempo em possuir mentes tão insignificantes, quando poderia possuir mentes
poderosas, e causar tantos danos. PARA QUE PERDER TEMPO PROVOCANDO TREMELIQUES,
SE POSSO CAUSAR TERREMOTOS!
Perguntei-lhe,
então:
— Qual o motivo para
encontrar-me em uma igreja católica?
—Ah!, o vinho! Dois
mil anos de Cristianismo pelo menos criaram o gosto por um bom vinho. E o vinho
dos padres são os melhores!
E enquanto bebia
o vinho, tirando gosto com hóstias, suspendeu a grande taça que tinha nas mãos,
brindando a mim. E como por um passo de mágica, soltou-a deixando-a suspensa no
ar, enquanto folheava um grande livro que havia na mesa. Foi quando me disse:
—Eis o livro da
vida e da morte. Seu nome, como os demais, está aqui. Bem como grande parte de
sua vida.
Então levantou-se
em minha direção. Pôs a mão sobre minha cabeça e, com uma grande nitidez, pude
ver toda a história do mundo, de seu princípio àquele momento em que me
encontrava ali. Em seguida, pôs-se a contar segredos da minha vida, que nem
mesmo eu sabia. E fantasmas de meus antepassados puseram-se a contornar-me
dizendo segredos aos meus ouvidos. E assim, pude ver, finalmente, do que se
tratava. Tudo era absolutamente verdade. E, impressionado, caí de joelhos aos
seus pés.
— Queres saber
algum segredo? — disse-me ele.
— O maior de
todos. Conte-me sobre a morte. Há vida após a morte, mestre?
— Nada posso
dizer-lhe.
— Então não
conheces tudo?!
— Pense na morte
como o final de um grande livro: se eu contar-lhe o final, estraga a história!
Pois Sou também o Autor deste Grande Livro. E tudo que posso lhe dizer, é: a
morte é um grande alívio!
—Dizem que não é
possível ter certeza em tal assunto.
— Besteira! Olhe...
Neste momento, o
corpo de um homem apareceu entre nós.
— Quem é ele? —
perguntei ao Diabo.
— Não importa. O
que importa é que está morto.
— Poderia este
corpo nos relatar algo sobre a morte?
— Muitíssimo.
O corpo começou a
apodrecer em nossa frente: mudando de tonalidade; inchando; se liquidificando;
sendo comido por bilhares de bactérias e vermes; tornando-se apenas ossos. E,
finalmente, secando, até ao pó.
— Um cadáver
conserva sua estrutura de organismo vivo por pura inércia de seu material.
Pouco a pouco seu material é absorvido pelo todo. Pois, “o cadáver não é senão
o conjunto dos materiais da vida: um pouco de água, de carvão, de azoto, de
ferro”, como já foi bem dito — disse Ele. — A vida é “o que mantém, direta ou
indiretamente, a própria forma do organismo” em sua luta diária para não se
entregar ao todo. A vida, pois, é o extremo da morte.
—Nada há de novo
nisso!
— Calma, meu
amigo — disse-me, e continuou:
— Por outro lado,
há na natureza um ponto de equilíbrio em que os extremos se assemelham e se
completam, mantendo o universo sua unidade (uni), apesar de sua infinita
variedade (verso), fazendo com que este não se destrua, mantendo o equilíbrio
de seus elementos e de seus excessos, e conservando em todas as coisas sua
identidade. Por isso, não é de estranhar semelhanças nos extremos. O que faz
com que a mais alta e a mais baixa temperatura, queimem; que o imensamente
grande e o pequeno, se assemelhem, como o átomo e o sistema solar; que a
infância e a velhice tenham pontos em comuns, na diminuta quantidade de pelos e
dentes, na pele enrugada, etc; que o silêncio e o mais alto som sejam
inaudíveis; que o grande e o pequeno, sejam extremamente mortais, como um elefante
e um vírus; que a mais extrema fealdade e beleza chamem atenção; que o zero e o
número infinito não sejam divisores de nenhum outro número; que a falta e o
excesso de água, façam mal, desidratação e afogamento; que a ausência e o
excesso de luz, nos torne cegos; que o óbvio e o incomum, torne-se de difícil
explicação; etc... E, finalmente, que a vida e a morte possuam pontos em comum.
Este é o caminho, aplique este princípio e entenderás cada vez mais sobre a
morte.
— Fico a imaginar
o que pensariam outras pessoas a ouvir o que dizes, pois para elas o Diabo é o
pai da mentira.
— Se há um
criador da mentira, esse criador é o homem, em sua busca por poder. Primeiro,
para aumentar o poder de suas crenças, tentaram destruir deuses pagãos,
distorcendo seus significados para seus seguidores, tornando-os seres
negativos, sem nenhum valor positivo. E assim impedindo seus seguidores de
conhecerem e respeitarem outras crenças. Associando tais deuses a esta imagem
falsa do Diabo, criada simplesmente para amedrontar seus seguidores, como um
ser puramente malévolo. Para tanto, juntaram símbolos, que para outras
religiões eram, e são sagrados, criando assim tal imagem.
— Observei que a
placa do carro negro é 666; então eu estava errado; este é mesmo o número do Diabo?
— É o que dizem;
para mim não tem o menor sentido. Uso-o apenas para identificar-me.
— A tradição o
associa ao sol, e, figurativamente, aos seres iluminados, pois 666 é a soma dos
números de 1 a 36 dos números do quadrado mágico, que representa o sol.
Representa também Lúcifer, palavra que em sua origem, latim, significa “aquele
que traz a luz”. Nada há de mal, pois é um belo título, que tem sua origem em
um dos nomes do planeta Vênus, a “estrela da manhã”, que antecede sempre ao
amanhecer e pôr do sol. Cristo também o usou, a se referir como estrela da
manhã, como aquele que traz a luz, o iluminado; enfim, como Lúcifer: “Eu,
Jesus... sou a ESTRELA RADIOSA DA MANHÃ.” (Apocalipse 22:16). Mas para Você,
certamente, é apenas mais uma velha história.
— Ah!, Lúcifer:
Lucis Ferre: AQUELE QUE TRAZ A LUZ. É um bom nome! Com um belo significado.
Este, sim, cabe a mim, pois sou eu quem traz o conhecimento aos homens.
— Contudo, este
termo tornou-se distorcido.
— Este é mais um
erro de seus líderes religiosos. Não veem que é um magnífico nome! Até mesmo
seu deus, Cristo, ostentou-o.
— E quanto a
outros deuses?
— Sou o único
Deus. Sou a consciência do Cosmos.
Atar, Resheph,
Anath, Ashtoreth, Ahura Mazda, Nebo, Melek, Ahijah, Ísis, Ptah, Baal, Baco,
Astrarte, Ares, Hadad, Hermes, Hera, Dagon, Yau, Amon-Ra, Ártemis, Apolo,
Osíris, Molech, Arianrod, Morrigu, Jupiter, Jano, Sekhmet, Govannon, Gunfled,
Geb, Dagda, Dionísio, Geush Urvan, Ogurvan, Dea Dia, Iuno Lucina, Inanna,
Saturno, Furrina, Cronos, Engurra, Belus, Ubililu, U-dimmer-na-kia, U-sab-sib,
U-Mersi, Tammuz, Vênus, Belis, Nusku, Néftis, Aa, Sin, Apsu, Elali, Mami,
Zaraqu, Zagaga, Nuada Argetlam, Nut, Tagd, Goibniu, Odim, Ogma, Marzin, Mitra,
Marte, Diana de Éfeso, Ra, Seth, Robigus, Plutão, Ptah, Vesta, Zer-panitu,
Zeus, Zam, Merodach, Minerva, Elum, Enki, Marduk, Mah, Nin, Perséfone, Istar,
Lagas, Nirig, Nebo, Em-Mersi, Assur, Asalluhi, Beltu, Kusky-banda, Nin-azu,
Qarradu, Urano, Ueras, Vesta, Khonsu, Afrodite...
Todos estes
deuses — e essa é apenas uma pequena lista das centenas de milhares de deuses criados
pelos homens — foram deuses de culturas poderosas. Todos foram cultuados e
temidos. Sacrifícios foram feitos em suas homenagens. Pedidos e rezas eram lhes
enviados. Gerações se dedicaram a construir-lhes imensos templos. Sacerdotes se
dedicaram a interpretar suas vontades e desígnios. Desafiar suas vontades era
inevitavelmente a morte. E onde estão
agora? Estão todos esquecidos, mortos, como seus servos. MAS EU VIVO, POIS
SOMENTE O QUE NÃO TEM NOME NÃO PODE SER ESQUECIDO.
— E agora temos
Cristo — disse eu a Ele.
— E o que
diferenciaria esta nova crença das antigas? Todas foram e são formas de
dominação. COMO SE PODE CRER EM ALGO QUE LHES FORA IMPOSTO À FERRO E FOGO!!! Da
conversão imposta aos seus súditos pelo imperador Constantino, à conversão dos
índios neste tempo; passando pelas cruzadas que mataram e expulsaram milhares
de não-cristãos de Jerusalém; à Inquisição, que matou aqueles que não
compartilhavam das crenças cristãs, à dominação e manipulação da cultura e do
conhecimento, durante centenas de anos, em favor da fé cristã.
QUE CRENÇA É ESSA
QUE PRECISA DE TANTA FORÇA PARA CONVENCER SEUS DEVOTOS DE SUA VERDADE!!!
— Então, não há
nada de positivo nelas?
— Sim, sonhar é
preciso!
— E o encontro,
no deserto, entre Cristo e o Diabo?
— Nunca houve. O
que lá se comenta é a luta entre o desejo espiritual do homem e os desejos e
necessidades da carne. Escritores usaram o Diabo como uma personagem para
simbolizar os desejos e a luta contra as tentações da carne.
Eu ainda lembro
quando tudo começou: eram apenas um punhado de devotos amedrontados e
castigados com a dura realidade, procurando alguém que pudesse lhes dá
esperança, como ainda hoje. Até que surgiu um homem, em meio a tantos outros,
um certo Josué, ou Jesus — ambos os nomes possuem o mesmo significado —, um “salvador”
que os liderou com palavras de conforto.
Sua doutrina se
espalhou, como tantas outras, entre o povo humilde. Mas, ao morrer teve sua memória
e doutrina traídas pelos que ambicionavam o poder, pois viram em sua religião
um modo de manipular o povo.
Logo ambicionaram
um maior crescimento, ambicionando tornar sua doutrina universal, e assim,
criaram uma nova biografia para Cristo, condizente com outras crenças, a fim de
seduzirem novos povos com ela. Transformá-lo então em um deus, fato comum a
gregos, romanos e persas, que divinizavam seus líderes políticos e religiosos.
E como a vontade de um deus não poderia ser recusada, isso facilitou conversões
à força por todo o mundo.
Fizeram-no nascer
de uma virgem, o que era comum em deuses antigos, como deus indiano Krishna que
nascera de uma virgem chamada Devanaguy; ou como Hórus, Mitra, e tantos outros.
E, por fim, o associaram aos deuses que venceram a morte.
— Transformaram-no
em um mito?
— Sim.
Principalmente para ser um obstáculo ao maior inimigo da cultura Greco-romana,
daquele tempo, o Judaísmo, que se expandia assustadoramente, e que ao mesmo
tempo se mantinha fechado para outras culturas, como ainda hoje.
E se o que
tornava forte a cultura judia era a sua religião, por que não usá-la como arma
contra os próprios judeus, distorcendo-a, criando um novo judaísmo capaz de
atrair simpatizantes do próprio judaísmo, tornando-o mais passível de
influência da cultura Greco-romana.
— E assim nasceu
Cristo como mito.
— Sim — disse-me
o Diabo, completando:
— E para tanto,
tornaram Cristo filho do deus de Israel, a partir de uma própria profecia
judaica. Tendo, no final, os próprios judeus optados em levá-lo à cruz,
tornando-os, de modo indireto, inimigos dessa nova religião, o Cristianismo.
Bela solução, não
acha? Não apenas criaram uma forte contensão à expansão do Judaísmo, como ainda
os tornaram inimigos desta nova religião! O que explica em grande medida, por
que mesmo ainda hoje, nenhum documento foi achado que comprove a existência de
Cristo.
E uma vez estando
tudo pronto para dominar outras religiões - incluindo textos, com fatos
maravilhosos, como milagres – estavam, consequentemente, prontos para dominar o
mundo, sonho tão cultuado por vários imperadores, Dario I, Dario III, Xerxes,
César, Felipe da Macedônia, e, finalmente, Alexandre, o grande, ou mesmo Hitler.
Porém, para tanto, tal doutrina esperava um imperador, que surgiu na figura de
Constantino.
A partir de 315,
os primeiros símbolos cristãos começam a aparecer nas moedas do império de
Constantino. Em 323 as últimas representações pagãs são destruídas completamente.
Tem início aqui, toda a dominação que ainda vemos hoje.
É como eles
próprios dizem “não há coisa alguma escondida, que não venha a ser manifesta:
nem coisa alguma feita em oculto, que não a ser pública.” (Mc 4:38-21). E Eu
completaria, nem que seja pelas mãos do Diabo!
E tendo falado
isso, aproximou-se novamente de mim, pondo a mão em minha cabeça, dizendo-me ao
ouvido:
— Mas o resto
fica para a próxima.
Acordei em um
banco da praça em frente à igreja, com um guarda a me chamar. O dia já estava bastante
claro. E ao passar ao lado da igreja, procurei pela pequena porta, sem nada
encontrar.
Atordoado pelo
sol, e o barulho da cidade, caminhei em rumo de minha casa, tendo sempre a
sensação da confusão de um sonho em minha mente. E em quanto vasculhava os
bolsos, a fim de encontrar algum dinheiro para minha condução, encontrei um
cartão, em que estava escrito:
Diabo. Favor,
aguardar.
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