QUEM
MATOU KURT COBAIN?
Em
8 de abril de 1994, às 8:40h, foi encontrado o corpo do maior ídolo musical de sua
geração, Kurt Cobain, em sua casa, em Seattle. Aparentemente, Kurt havia dado um
tiro em sua própria cabeça, transformando-a em uma bola disforme de sangue,
carne distorcida e pedaços de ossos. O veredicto dado pela polícia fora unânime:
Suicídio. Ao lado do corpo a polícia encontrou uma caixa de charutos, seringas
e colheres queimadas, indícios de que ele havia se drogado com heroína antes de
morrer.
No
mundo inteiro fãs se compadeciam, gerando também novos suicídios de quem via na
morte de seu ídolo o fim da única pessoa que os compreendia e podia transformar
as dores que sentiam em belas melodias. E como acontece em muitos casos, o
suicídio como explicação logo fora questionado. Afinal era preciso encontrar um
culpado para a morte da única pessoa que podia unir e compreender aqueles que a
grande sociedade de consumo os renegavam. E assim, diferentemente de um Jim
Morrison, em que o governo americano fora visto como o verdadeiro culpado de
sua morte, logo fora apontado um culpado por trás do “falso” suicídio de Kurt:
sua esposa, Courtney Love.
Tentando
desfazer os nós desta teia de drogas, suspeitas de assassinatos, dinheiro e
fama, o diretor de documentários, Nick broomfield, mergulha de cabeça na
relação conflituosa de Kurt Cobain e Courtney Love através do documentário KURT
& COURTNEY, de 1998.
Nick
broomfield entrevistou um dos grandes teóricos da ideia de que Courtney Love
estaria por trás do suicídio de Kurt Cobain, seu próprio pai, Hank Harrison, um
antigo manager, em um curto período de tempo, da famosa banda Grateful Dead.
Ele escreveu dois livros sobre Kurt.
Em
um de seus livros Hank, cita um poema que Courtney escreveu em 1980, chamado de
“Future Date”:
Eu
amo você para sempre
Vou
ser sua esposa
Vou
ter você ao meu lado a vida toda.
Finalmente,
espantei todas as moscas de mim.
Vejo
uma data futura no horizonte;
Na
ponta de sua língua.
Vou
destruir quem atravessar o meu caminho;
Vou
matar qualquer um, qualquer cara ruim de cama.
Porque
estou concentrada em uma data futura.
No
documentário, o pai de Courtney Love afirma que foi somente após a morte de
Kurt Cobain que ele viu sentido em seu poema: viu sua determinação; sua
vontade de que ninguém a humilharia; sua profunda determinação de fazer sucesso
na música ou no cinema a qualquer custo.
Hank
Harrison afirma que um dos possíveis motivos que poderiam ter levado sua filha
a se envolver na morte de Kurt Cobain seria o fato de que este já havia dado
sinal de que iria se separar dela e com a separação ela herdaria menos
dinheiro que com sua morte.
Em
seu documentário o diretor Nick broomfield nos conta:
“A teoria da conspiração começou neste hotel
(The Peninsula), em Los Angeles.
El 3 de abril de 1994, Courtney
ligou para um detetive particular.
No dia anterior Kurt havia
fugido da clínica Exodus, em Los Angeles, e voltado para Seattle.
Dia 8 de abril, 5 dias depois,
seu corpo foi encontrado em sua casa em Seattle, 4 dias depois de sua morte. Um
mês antes, em Roma, Kurt havia tido uma overdose, uma possível tentativa de
suicídio”.
O
detetive era Tom Grant, que Courtney o havia encontrado por meio de um anúncio.
Tom é outro sujeito que defende a ideia de que Kurt Cobain não se matou. Tom
mantém um site e visita rádios defendendo sua tese. Para Tom uma das grandes
evidências que não foi suicídio é o fato da arma que matou Kurt não possuir
digitais alguma, demonstrando que o verdadeiro assassino apagou todas as
digitais dela.
O
detetive também argumenta que quando foi procurar Kurt Cobain em sua casa em
Seattle, acompanhado de Dylan, o melhor amigo de Kurt, e não o encontrando, Dylan
já sabia que Kurt estava morto na estufa da casa. Ele foi o amigo que comprou a
arma com que Kurt se mataria. Dylan, músico e traficante de drogas, argumenta
que não sabia que Kurt Cobain pretendia tirar a própria vida, achava que ele
queria apenas se proteger.
O
detetive Tom Grant também aponta a carta de suicídio de Kurt como uma evidência
de que não foi suicídio, pois, segundo ele, pode-se ver que a caligrafia dos
parágrafos finas é bem diferente do resto. É como se alguém tivesse se aproveitado
de uma carta real tratando-se da despedida de Kurt da Banda Nirvana e
acrescentassem despedidas à filha e à esposa.
El Duce |
E
como toda boa história de conspiração há também mortes por acidente, como a de El
Duce, um cantor de uma desconhecida banda punk, de que alguns afirmam que
Courtney o quis contratar para dar fim em Kurt Cobain. Ao ser entrevistado este
confirma o que foi dito, mesmo sem saber se tudo não passou de uma brincadeira
de Courtney Love. O curioso é que tempos depois El Duce é encontrado morto,
atropelado por um trem perto de sua casa.
Coincidência
ou não? O certo é que há evidências que Courtney tentava atrapalhar trabalhos
que botassem às claras sua relação conflituosa com Kurt, uma relação, que a
exemplo de Sid Vicious e Nancy, outro famoso casal do mundo do Rock, era construída
por meio de muitas drogas, e conflitos também surgidos pelo modo diferente de
como Kurt e Courtney se relacionavam com a riqueza; e até mesmo o referido
documentário encontrou dificuldades de ser terminado por meio dos advogados de
Courtney Love; mas o mais grave aconteceu com a escritora Victoria Clark que
na ocasião escrevia um livro sobre a banda Nirvana. Victoria fora ameaçada tanto
por Courtney quanto o próprio Kurt Cobain por meio de uma ligação de telefone.
Seja
como for, embora não tenha nenhuma prova conclusiva da participação de Courtney
Love no suicídio de Kurt Cobain, o documentário cria uma imagem bastante
desfavorável dela, como alguém que tentava conseguir o próprio sucesso se
alimentando do sucesso alheio, trazendo até uma entrevista com um antigo
namorado, Rozz Rezabek, que cantava em uma promissora banda dos anos 80, que
desabafa lhe acusando de ter sido a causa de sua ausência de sucesso, dizendo “Você
roubou minha carreira, me fez fugir dela”.
Bem,
se isso for verdade, parece que nesse requisito Courtney Love não está só,
muitos tentam tirar também um pouquinho de fama e dinheiro usando seu nome.
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