quarta-feira, 10 de maio de 2017

AFINAL, QUEM ERAM AS BRUXAS?


AFINAL, QUEM ERAM AS BRUXAS?
Quando se pronuncia a palavra “BRUXA”, certamente a primeira imagem que vem a mente da maioria das pessoas é a figura, tirada de filmes infantis ou de desenhos animados, de uma mulher idosa, portando chapéu pontiagudo, metida em um vestido negro longo com seu caldeirão e vassoura, não raro, com um gato preto no ombro.



Hoje a figura da bruxa se tornou inofensiva, usada como personagem infantil ou como sinônimo de mulher insuportável, enquanto no passado, esta palavra só inspirava medo, tanto que qualquer mulher podia ser condenada a morrer da forma mais horrível possível (apedrejada ou queimada na fogueira, à vista de todos) bastando apenas que alguém levantasse a mínima suspeita sobre ela.


Um dos grandes responsáveis por tornar popular, até os dias de hoje, a imagem das bruxas foi um livro, O MALLEUS MALEFICARUM — em tradução do latin para o português, significa “O Martelo das Bruxas”. Este livro, escrito por dois bondosos representantes de deus na terra, os padres Heinrich Kramer e Jacobus Sprenger, foi publicado em 1486 (ou 1487), e nada mais é do que um manual para identificar as bruxas; reconhecer os efeitos de seus feitiços; caçá-las e condená-las à morte, segundo as leis da igreja; ensinava também a torturá-las para melhor obter suas confissões.


 Em suas páginas você poderá encontrar a imagem clássica das bruxas com seu caldeirão, descrito no livro como o meio pelo qual as bruxas faziam unguentos dos corpos de recém-nascidos, como uma das fontes de seus sortilégios; era também por meio desses unguentos que elas, após untar suas vassouras com ele, podiam voar nas mesmas indo para os sabás, nome dado aos encontros das bruxas com o Diabo, que muitas vezes tomava forma de sapos, bodes, gatos pretos etc.


O livro também aponta as bruxas, que por meio de um pacto feito com o próprio Diabo, seriam responsáveis por fatos que hoje ninguém, com a sanidade perfeita, diria serem elas suas causas, tais como abortos, pragas atacando plantações, doenças em animais domésticos, etc. Se, por exemplo, um dia um marido não conseguisse mais uma boa ereção, em vez de apontarem o estres provocado pelo trabalho, o cansaço, problemas psicológicos ou simplesmente a falta de tesão por sua esposa como causa, como se faz hoje em dia com a ajuda da ciência, mas não, naqueles tempos eram bem diferentes, pois vivia-se assustado com as ideias popularizadas pela igreja de que as artimanhas do Diabo poderia estar em qualquer ato humano, pronto para influência a mente humana, principalmente daqueles que se afastassem um pouco das regras da igreja, sendo assim, logo qualquer mulher, não vista com bons olhos pela comunidade, poderia ser apontada como a bruxa responsável por tais sortilégios.


E tudo o que, em sanguinário livro, é apontado como "sintomas e indícios" de possessão demoníaca seriam hoje classificados apenas distúrbios mentais, como histeria e alucinações. E após horas prolongadas da mais terrível tortura, é fácil de imaginar que as vítimas eram levadas a confessarem qualquer coisa.


AS BRUXAS
Em muitas culturas anteriores a cristã, a mulher era objeto de adoração e respeito, pois era por meio delas que a vida nascia e se renovava. Contudo, após a cultura cristã as coisas mudaram muito. A mulher passou a ser vista como um ser diabólico; o meio pelo qual, tal como Eva, o Diabo influenciaria os homens. Ou como descreve o MALLEUS MALEFICARUM: "Mas a razão natural está em que a mulher é mais carnal do que o homem, o que se evidencia pelas suas muitas abominações carnais".
Acrescente a isso a perseguição cristã contra tudo o que não fizesse parte da religião cristã. E para as autoridades cristãs tudo o que não era cristão devia ser da parte do Diabo. Levando-os a demonizar tudo aquilo que não se enquadrava como parte da religião cristã, principalmente religiões que não fossem cristãs. E grande parte das mulheres perseguidas pelo MALLEUS MALEFICARUM eram mulheres que ainda possuíam resquícios da cultura pagã como parte de suas crenças. Desse modo, se alguma mulher possuísse conhecimentos de ervas medicinais, tivesse o hábito de consultar os astros, ainda cultuassem deuses pagãos etc., poderia ser facilmente apontada como uma perigosa e diabólica bruxa.

O MALLEUS MALEFICARUM foi um livro bastante usado pela igreja católica durante o período da inquisição, aliás, foi escrito para ela, para este monstruoso movimento que condenava à morte pessoas que possuíam crenças diferentes do cristianismo ou não participassem dos rituais impostos pela igreja. Este livro foi responsável por centenas de milhares de mortes, na fogueira, de pessoas tidas como bruxa ou por terem feito supostos pactos com o Demônio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário