sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

NEM O FIM, NEM O COMEÇO (de Ageu Pazoud)

by Moacir Arte Bruta

Nem parece que um dia
desses qualquer,
quando se vê um bilhete
da sorte rolar em sua frente,
pois a sorte é assim mesmo...

Nesse dia qualquer, deve-se
encontrar, ou simplesmente
reencontrar desesperado
e de nunca mais admitir
uma separação.
O beijo de último instante presente,
à vista, que flutua, pois jogado
em sua direção, empurrado
por um sopro misturado
a sexo, drogas, ou de tudo ao mesmo tempo
ali, naquele instante:
passageiro,
corriqueiro,
aceso o cigarro, e apagando em seguida
assim: rapidamente passastes.
ainda que murchando
ainda que nunca o tenha
se aproximando, nem
o fim, nem o começo.
a flor ali continua
impressa em livro
murcha e mais viva
mais bela pelo que guarda
sem mais, apenas bela.


Nenhum comentário:

Postar um comentário