quinta-feira, 9 de julho de 2015

FANTASMAS 2



Maurício entrou no carro, correndo ofegante, com calafrios que faziam eriçar todos os pelos de seu corpo e, como de costume, sem olhar para o banco de trás; um costume que mantinha, uma espécie de superstição; mesmo quando andava nas ruas, principalmente à noite; era um hábito antigo que herdara de seus pais, e estes dos pais de seus pais. Eles diziam sempre, “à noite, nunca olhe diretamente para trás, almas penadas se irritam ao serem, deste modo, observadas; e, irritadas, podem lhe seguir até sua casa, até seu quarto...”.

Houve algumas vezes que Maurício não seguira tal conselho, e acordava durante a noite e via figuras cadavéricas no quarto velando seu sono.
Maurício ligou o carro, e após alguns minutos dirigindo, ligou o rádio, foi quando algo lhe chamou a atenção. Do banco de trás, uma doce voz familiar disse-lhe ao pé do ouvido:
– Ai, gosto tanto dessa música.
– Tia, o que a senhora está fazendo aqui? Disse Maurício reconhecendo imediatamente a voz.
– Ué, estou indo para a praia, responde a tia, com naturalidade.
– Mas a senhora não pode tia.
– Ora, por que não posso Maurício.
– Porque faz uma semana que a senhora está morta!!!

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