quarta-feira, 1 de julho de 2015

A TEORIA DO UNIVERSO MATRIX



A TEORIA DO UNIVERSO MATRIX
(Um Texto Para Quem Quer Ir Além do Fugaz Mundo Das Aparências)


“Suponhamos que o mundo em que vivemos não exista, ou pelo menos não existe como você imaginou até agora; suponhamos mais: que a humanidade e as histórias de suas civilizações; a cidade em que vivemos; as pessoas que conhecemos; a nossa vida no dia a dia, e até mesmo nós mesmos não existimos, que tudo isso não passa de uma simulação. Nossa consciência foi ativada artificialmente por seres mais poderosos do que somos capazes de imaginar. E eles nos acompanham com o interesse (e o tédio eventual) de quem joga um videogame ou de quem roda no computador uma simulação para avaliar processos e resultados”. (Braulio Tavares).



Neo
Essa ideia é familiar àqueles que viram o filme Matrix, em que o personagem principal, Neo, é advertido por um grupo de rebelados sobre uma realidade que ele julgava ser real, mas que era apenas um programa de computador em que sua mente estava conectado, criando as falsas aparências do dia a dia.
O que poucos sabem é que esta ideia não surgiu com o filme, mas vem se construindo e amadurecendo ao longo da história humana por grandes mentes. O sábio grego Platão, que viveu quatro séculos antes de Cristo, foi um dos primeiros a conceber algo similar a esta ideia. Para ele o mundo em que vivemos é apenas a cópia imperfeita do mundo verdadeiro. Ele esboçou esta ideia no Mito da Caverna, em que nos comparou com prisioneiros presos em uma caverna e obrigados desde o nascimento a ver apenas as sombras das coisas, julgando ser as sombras tudo que existe, e ignorando que o mundo das sombras é apenas o pálido reflexo de algo muito mais vivo e verdadeiro.
  
No Filme MATRIX, como no Mito da Caverna, o Ser Humano se Mantém
em uma Realidade que não é a Verdadeira Realidade 
Já os gnósticos cristãos, aproximadamente 100 anos depois de Cristo, influenciados por Platão, acreditavam que o mundo da matéria fora criado por um deus maléfico, que prendeu nossas almas neste mundo corruptível e imperfeito da matéria, e que todos nós devemos adquirir conhecimentos verdadeiros para, ao desprendermos deste mundo durante a morte, alcançarmos o verdadeiro mundo, de onde viemos, nosso verdadeiro lar.

George Berkeley
No século XVIII surgiu outro pensador importante para criação da teoria da Matrix foi o filósofo irlandês George Berkeley, que afirmava que a matéria não existe, tudo que existe é apenas o pensamento; e o mundo, com todas as coisas que há nele, incluindo nós, são pensamentos de um ser infinito e todo-poderoso, Deus. Isso se compara ao sonho: quando sonhamos vemos, tocamos, objetos que não existem fora de nossas mentes, e que embora sejam apenas criação de nossas mentes, os sentimos como reais, tornando-se impossível, durante o sonho, demonstrar não serem reais. O mundo, portanto, seria para Berkeley uma espécie de sonho de Deus.  E embora possa parecer uma piada difícil de acreditar, Berkeley baseou sua tese em argumentos difíceis de serem negados ainda hoje.      
Porém nem só de filosofia tem se alimentado a teoria da Matrix, fundamentais contribuições têm vindo da Ficção Científica. Um dos primeiros a levar para a literatura ideias desenvolvidas pelos pensadores citados acima foi o escritor Frederik Pohl, que em um de seus contos “The tunnel under the world”, de 1954, o personagem principal, assim como Neo do filme Matrix, “começa a perceber estranhas descontinuidades e repetições no seu dia-a-dia (os famosos “erros da Matrix”), até descobrir que o seu mundo é uma simulação, com pessoas dotadas de pseudo-consciência e pseudo-livre-arbítrio, feitas para testar campanhas publicitárias. Outro escritor fundamental foi Daniel F. Galouye, que no livro Simulacron-3 (adaptado para o cinema como O 13º. Andar, de Josef Risnak, 1999) explorou de mil maneiras este tema do indivíduo que descobre que seu mundo não é real, é uma simulação feita em computador, e que ele próprio não existe, é apenas o resultado de um conjunto de instruções”.
E como se não bastasse apenas bases filosóficas a Teoria da Matrix invadiu também o mundo das ciências, com muitas descobertas que parecem confirmar tal teoria.
Uma das primeiras experiências que intrigaram nossos antepassados foi perceber que todos os seres vivos são formados de tal maneira, como se fossem resultados de cálculos matemáticos, como caracóis que descrevem curvas helicoidais, ou as folhas das árvores que obedecem a uma proporção matemática, que faz com que uma não se sobreponha a outra, e etc. Não apenas os seres vivos mas tudo no universo, ou melhor, o próprio universo parece ser feito por processos matemáticos, como um gigantesco programa de computador, na linguagem moderna.
Com a descoberta do DNA se descobriu, finalmente, como os seres vivos são gerados. Os genes de que são feito o DNA orientam as células de que somos feitos, fazendo-as obedecerem a certos comandos durante nossa criação. É como se nossos genes fossem um programa de computador, que orienta as células durante o processo de criação.


O físico Rich Terrile, um dos entusiasta da teoria do universo Matrix, afirma, como na história do escritor de Ficção Científica “Philip K. Dick que a realidade não está toda pronta ao mesmo tempo, mas em forma potencial, e só se concretiza quando alguém a observa (como a Física Quântica tem demonstrado em relação ao mundo sub-atômico)”. Terrile compara o mundo a um jogo de vídeo game em que cada trecho do game só aparece quando o jogador vai para lá. O curioso que esta ideia já estava presente nas teorias do filósofo irlandês Berkeley, que afirmava que a matéria só existe ao ser observada por alguém. Seria isto uma forma da Matrix economizar energia?
Ilusória ou não, cientistas já começam a vislumbrar possibilidades de pôr em prova se a teoria é verdadeira ou não.

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