EXPERIÊNCIAS BIZARRAS COM CÃES QUE POSSIBILITARAM O TRANSPLANTE
DE ÓRGÃOS HUMANOS
A plateia, composta apenas
por cientistas, já estava ansiosa, esperando o grande show de horror começar, pois
já tinham ouvido sobre as bizarras experiências que estavam sendo conduzidas
por aquele instituto científico, quando o homem vestindo um jaleco branco
entrou no recinto, sendo aplaudido por todos.
Ele discursou aos seus
espectadores, disse que o que veriam era o limiar de um novo começo para a
humanidade, em que grande parte das doenças seriam vencidas. Em seguida, pediu
para que sua plateia se aproximasse de uma mesa coberta por um grande pano
branco, que fora retirado expondo, para desânimo da plateia, apenas uma cabeça
decepada de um cachorro.
O homem de jaleco então se aproximou, bateu com uma
marreta na mesa, e a cabeça, para espanto de todos, pareceu hesitar. Em
seguida, lançou luz nos olhos da cabeça inerte, que piscou. E ao se aproximar com
um pedaço de queijo, a plateia, que não podia acreditar no que estava vendo,
viu o focinho mexer-se, como se farejasse, abrir os olhos, e se pôr a lamber a
boca. A cabeça de cachorro, em seguida, abocanhou o queijo, sob comentários
incrédulos da plateia, fazendo-o cair pelo tubo de seu esôfago, e aparecer do
outro lado da mesa...
Abaixo o vídeo da cabeça decepada mantida viva de um cão:
O homem de jaleco era Sergei
Brukhonenko, uma espécie de doutor Frankstein de carne e osso, um cientista
russo, que em 1928, diante de uma audiência de cientistas internacionais no
Terceiro Congresso de Fisiologistas da antiga União Soviética, demonstrou que
por meio de um aparelho por ele inventado que podia manter cabeças de cães
decepadas vivas.
Brukhonenko, no entanto, não
conseguia mantê-las vivas por mais de algumas horas.
Em 1954, outro russo
assustaria o mundo com bizarros procedimentos médicos em animais. Vladimir
Demikhov apresentou a jornalistas a bizarra imagem de um cão com duas cabeças
que se debatiam para beberem um prato com leite.
Abaixo o vídeo com o cão de duas cabeças de Demikhov:
Abaixo o vídeo com o cão de duas cabeças de Demikhov:
Ele havia enxertado a
cabeça, ombros e pernas frontais de um filhote no pescoço de um pastor alemão, criando
a bizarra criatura. Contudo, mais uma vez, os cães não se mantinham vivos por
mais do que alguns dias, já que a rejeição de tecidos tornava o procedimento
inválido. O recorde de duração de vida de uma das criaturas de Demikhov chegou
a um mês apenas.
Demikhov com um de seus Cães com Duas Cabeças |
Embora nos pareça
bizarras e vazias de sentido, tais experiências foram fundamentais para a
criação de métodos capazes de proporcionar o transplante de órgãos humanos em
pacientes humanos. Possibilitando que em 1967, o cirurgião sul-africano
Christian Barnard realizasse o primeiro transplante de coração. E serão também
fundamentais para o mais assustador e bizarro transplante de todos os tempos,
que se realizará em 2017:
O PRIMEIRO TRANSPLANTE DE
UMA CABEÇA HUMANA
Em parte a cirurgia de
transplante de cabeça, que será realizada pelo neurologista italiano Sergio
Canavero, lembra as experiências de Brukhonenko, já que esta cabeça deverá se
manter viva, embora inconsciente, fora de um corpo, e também a de Vladimir
Demikhov, ao ser enxertada em um novo corpo, embora diferentemente dos cães, o
corpo estará morto, com a fundamental diferença que tal procedimento incorporará
novas técnicas e novos conhecimentos, como medicamentos capazes de evitar a
rejeição de tecidos. E, coincidentemente, terá também o envolvimento de um
russo, desta vez como paciente.
Valery Apiridonov |
Valery Spiridonov sofre
de uma doença degenerativa que poderá leva-lo à morte em alguns anos.
Sobre sua decisão, o
russo, de 30 anos, disse:
“Lido com este tema com
bastante tranquilidade, à espera que a data seja confirmada. Não me importa
onde ou quando, não tenho pressa. O que me importa é a confiabilidade do
procedimento".
E embora haja paciente e
médicos que a realize, a operação tem ainda que obter permissão para que possa
ser realizada.
Sergio Canavero Apresentando seu Paciente, Valery Spiridonov |
"A China quer tomar a
iniciativa e está disposta a se arriscar para obter uma vitória no meio
científico. A permissão das autoridades para realizar a operação é um assunto
que, apesar de não estar resolvido, estará em breve", comentou o russo
sobre o lugar onde deve ser feito o procedimento.
Contudo, como era de se
esperar, tal procedimento possui muitos opositores que relutam em aceitar que
possa dar certo. Mas, quanto a isso, o cirurgião Sergio Canavero pode sempre
contar com a ideia de que há 60 anos atrás era impensável o transplante de
coração, ou de outro órgão humano, porém hoje não apenas se tornaram rotina
transplante de órgãos humanos, como passaram até a transplantar membros e faces
humanas.
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