quarta-feira, 21 de novembro de 2018

A ILHA DOS MORTOS

A ILHA DOS MORTOS
Arnold Böcklin
O pintor suíço Arnold Böcklin (1827 - 1981), não teve uma vida nada fácil. Sua vida foi profundamente marcada por mortes de familiares, depressão e pobreza. Fatores que influenciaram sua obra, o estimulando a criar uma obra sombria e fúnebre. Em 1880, em Florença, uma viúva encomendou-o um quadro que tivesse uma atmosfera de sonho. Então nasceu a sua obra mais famosa e também a mais sombria: A Ilha dos Mortos.

Arnold Böcklin ficou tão fascinado com seu quadro que criou várias versões dele, variando nas cores.

Sergei Rachmaninov
Curiosamente, o mesmo quadro despertara também fascínio em importantes personalidades que tinham de alguma forma fascinação pelo tema da morte: Hitler, Lênin, Freud, Salvador Dalí. Mas nenhuma dessas personalidades se tornaram tão fascinadas pelo quadro quanto o compositor russo Rachmaninov.

Rachmaninov vira uma reprodução em preto e branco do quadro, em 1907, e ficou fascinado por seu tema. Por isso que, em 1909, quando o editor Struve sugeriu que ele composse música inspirado em tal pintura, ele aceitou imediatamente. Curiosamente após compor sua sombria melodia, Rachmaninov soube que havia uma outra versão do quadro em Leipzig, distante 100 Km de Dresden, cidade onde ele se encontrava. Após viajar e ver tal quadro, Rachmaninov comentou: “Eu não me senti tocado pela cor da pintura. Se eu tivesse visto o original antes, talvez não tivesse composto A Ilha dos Mortos. Eu prefiro em preto e branco”.
















Sem dúvida alguma, a versão preto e branco d’A Ilha dos Mortos, deixou-a muito mais sombria. Em sua versão em música pode-se ouvir fragmentos utilizados por Rachmaninov do tema gregoriano do Dies Irae, que por séculos foi utilizado na Missa de Réquiem, a missa rezada para mortos, com o corpo presente.


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