quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

SAIBA O QUE DEU ERRADO NA PRIMEIRA TENTATIVA DE TRANSPLANTE DE CABEÇA HUMANA

SAIBA O QUE DEU ERRADO NA PRIMEIRA TENTATIVA DE TRANSPLANTE DE CABEÇA HUMANA
A mais bizarra cirurgia de toda história humana estava marcada para dezembro de 2017: o transplante da cabeça de uma pessoa viva para o corpo de um homem morto.

O homem que se ofereceu para ser o primeiro a ter sua cabeça transplantada para o corpo de um outro homem, foi o russo, especialista em computadores, Valery Spiridonov que, acometido desde a infância por uma doença que atrofia seus músculos, não podendo ficar de pé e muito menos andar, viu na bizarra cirurgia uma solução para sua doença.



Valery Spiridonov

“Eu mal consigo controlar meu corpo. Preciso de ajuda todos os dias, a cada minuto. Agora tenho 30 anos, embora as pessoas raramente vivam mais de 20 anos com esta doença”, disse Spiridonov ao Medical News Today em 2015.


Sergio Canavero

A ideia de se tornar voluntário de tão bizarra cirurgia começou quando Valery Spiridonov ouviu falar, em 2015, da pesquisa do neurocirurgião italiano Dr. Sergio Canavero sobre transplante de cabeça humana.

Canavero, desde 2013, vinha publicando artigos científicos descrevendo os procedimentos para o transplante de cabeças humanas, bem como suas experiência em cadáveres, e comentando ser possível que a cabeça do voluntário se mantivesse viva em um novo corpo.

Canavero sabia que a data possível para a realização da cirurgia seria em 2017, com ele afirmando que havia 90% de chance de sucesso.


Spiridonov e Canavero

Porém, é claro que grande parte dos cientistas não acreditavam que a cirurgia pudesse ter sucesso, o próprio Sergio Canavero afirmava que a conexão das duas medulas espinhais seria extremamente difícil.

Apesar da complexidade da cirurgia e de que ela teria grande chances de não dar certo, além das proibições éticas, que a tornava proibida no ocidente, mas que seria contornada realizando a cirurgia na China, onde as proibições éticas são mais flexíveis, nada levava Valery Spiridonov desistir de seu plano de se libertar dos limites  imposto ao seu corpo pela doença fazendo a tal cirurgia. Porém, você deve estar se perguntando: “Então que fim levou o homem do transplante de cabeças e por que não houve a cirurgia?”.


Sergio Canavero

O que parece é que logo se revelou que a possibilidade da cirurgia dar certo era nula, apesar de, em novembro de 2017, Canavero ter afirmado que, trabalhando com uma equipe liderada pelo experiente doutor Xiaoping Rem, da Universidade de Medicina de harbin, na China, teria feito com sucesso o transplante da cabeça de um cadáver no corpo de outro. Bem, mas os dois corpos estavam mortos, né?

Mas para não dizer que Canavero e Xiaoping só tinha feito transplante de cabeça com seres mortos, podemos dizer que eles já haviam se unido antes para transplantar a cabeça de um macaco em outro. O macaco nunca recuperou a consciência, e mesmo que tivesse recuperado, ficaria paralisado do pescoço para baixo, pois os cirurgiões nem tentaram unir as duas medulas espinhais.

Com tudo isso, Valery Spiridonov foi, aos poucos, se convencendo de que a cirurgia era algo ainda impossível, levando-o a declarar sua desistência bem antes do dia marcado para a assombrosa cirurgia.

“Não lamento que Canavero não tenha alcançado seu objetivo… ou que tenha realizado mas fracassou. Todos poderiam se beneficiar com as informações sobre o que deu errado na China e por quê. Hoje em dia, eu não tenho essa informação e isso não ajuda a continuar investigando. Eu realmente espero que um dia Canavero publique em detalhes”, disse Spiridonov ao jornal russo Komsomolskaya Pravda.


Valery Spiridonov e sua Esposa Anastasia Panfilova

Bem, mas houve também alguns bons acontecimento que contribuíram para que Spiridonov desistisse de pôr sua vida em risco: seu casamento com a química Anastasia Panfilova, que se mudou para os Estados Unidos para conviver em sua companhia, e o nascimento do primeiro filho do casal.

Valery Spiridonov, também durante o tempo que esperava pela cirurgia, desenvolveu um novo programa de comando para cadeiras de rodas motorizadas que funciona por meio da voz. O que nos leva a crer na possibilidade de que a bizarra cirurgia de transplante de cabeça tenha sido apenas uma forma de promover tanto o nome do cirurgião Sergio Canavero quanto de seu paciente.

Seja como for, embora o transplante de cabeça tenha se revelado uma cirurgia irrealizável, ela projetou o nome Valery Spiridonov mundialmente, facilitando a venda de seu sistema operacional de cadeiras de rodas.  


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