sábado, 12 de janeiro de 2019

6 EXPERIMENTOS MONSTRUOSOS QUE TORNARAM POSSÍVEL TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS HUMANOS


6 EXPERIMENTOS MONSTRUOSOS QUE TORNARAM POSSÍVEL TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS HUMANOS
Hoje, transplantes de coração, rins, fígado, em seres humanos já se tornaram corriqueiro. E mesmo os modernos transplantes de membros e faces de pessoas mortas em pacientes que, devido a acidente ou doença, tiveram partes de seus corpos destruídas, tendem, segundo especialistas, a se tornarem comuns em um futuro próximo. Porém, se hoje transplantes de coração se tornaram banais, nem sempre foi assim. Muito se deve a pioneiros da medicina que criaram experiências tão horripilantes dignas das proezas do Doctor Frankenstein, o célebre personagem criado pela escritora Mary Shelley, que deu vida ao primeiro “cientista maluco” da literatura e filmes de terror, que, com suas experiências, pretendia trazer à vida corpos humanos mortos.



Luigi Galvani
É interessante verificar que bem antes da criação literária do famoso  Doctor Frankenstein e de seus experimentos macabros de ressuscitação de mortos, tal tentativa já era realizada na prática por um cientista italiano, que certamente inspirou a criação do famoso personagem de Mary Shelley. Tratava-se de Luigi Galvani (1737 - 1798), que durante suas experiências com eletricidade, descobriu casualmente que ao tocar as pernas de uma rã morta com um objeto eletrificado, esta movimentava as mesmas como se estivesse viva. Galvani levou um grande susto ao presenciar pela primeira vez tal fenômeno, ao mesmo tempo que ficou maravilhado, pois viu nisso um possível caminho para ressuscitar mortos, se perguntando também se o mesmo aconteceria a corpos humanos mortos.


Não demorou para que Luigi Galvani experimentasse a eletricidade em corpos humanos de prisioneiros condenados à morte. E qual não foi seu espanto quando viu que cadáveres humanos mexiam braços, pernas, expressões faciais, quando seus músculos eram eletrificados. Galvani viu que, se reviver cadáveres era possível, isto estava ligado a eletricidade. Porém, diferentemente do Doctor Frankenstein, com o tempo, Luigi Galvani descobriu que tudo que conseguia era apenas movimentos descontrolados e sem vida de músculos humanos eletrificados. No entanto, nos anos seguintes, as experiências de Galvani originaram bizarros espetáculos proporcionados por pessoas que buscavam ganhar dinheiro demonstrando para público pagantes os tenebrosos efeitos da eletricidade em cadáveres de animais ou de pessoas.

Emerich Ullman
Pode-se dizer que o primeiro órgão a ser transplantado foi o rim de um cão, que foi tirado de seu corpo e implantado no pescoço do mesmo. Proesa realizada por Emerich Ullman (1861 - 1937), em 1902, e que, como veremos mais abaixo, inauguraria experimentos muito mais monstruosos em cães, nos anos vindouros.



Mathieu Jaboulay
Embora hoje órgãos de pessoas falecidas seja mais comumente usados em transplantes, é curioso notar que órgãos de animais foram os primeiros a ser vistos como forma de substituir órgãos doentes de pacientes. O primeiro cientista a pôr em prática esta possibilidade, que hoje ainda nos parece descabida, imagine no longínquo ano de 1906, foi Mathieu Jaboulay (1860 - 1913) que transplantou rins de cabra e porco em seres humano, infelizmente, sem o menor sucesso.

Sergei Brukhonenko
Outro cientista que praticando experiências horripilantes, descobriria informações importantes para que hoje transplante de órgãos humanos fossem possíveis, atendia pelo nome de Sergei Brukhonenko (1890 - 1960), um russo que aprendeu a manter vivos partes de animais separados de seus corpos.



Em 1928, diante de uma audiência de cientistas no Terceiro Congresso de Fisiologistas da antiga União Soviética, Brukhonenko apresentou uma cabeça decepada de um cão que se mantinha viva por meio de um aparelho por ele inventado que a mantinha irrigada pela circulação sanguínea. A cabeça respondia piscando e mexendo as orelhas às batidas de um martelo sobre a mesa onde ela se encontrava. Além de abrir os olhos, farejar, a cabeça chegou a engolir um pequeno pedaço de queijo que saiu por sua garganta decepada, deixando o público espantado.



Brukhonenko, no entanto, não conseguia mantê-las vivas por mais de algumas horas.

Yurii Voronoy
Em 1933, Yurii Voronoy (1895 - 1961) foi o primeiro a transplantar o rim de um homem morto, há seis horas, em uma paciente de 26 anos, que foi implantado na coxa da paciente, que veio, infelizmente, a falecer em 48 horas.

Vladimir Demikhov
Em 1954, outro russo assustaria o mundo com bizarros procedimentos médicos em animais. Vladimir Demikhov (1916 - 1998) apresentou a jornalistas a bizarra imagem de um cão com duas cabeças que se debatiam para beberem um prato com leite e se encolhiam quando o leite vazava pelo tubo esofágico da cabeça do cão menor.


Ele havia enxertado a cabeça, ombros e pernas frontais de um filhote no pescoço de um pastor alemão, criando a bizarra criatura.

As duas cabeças dividiam sensações em comum. Quando dava vontade numa cabeça de tomar leite, a mesma vontade aparecia na outra cabeça, quando ficava quente, as duas cabeças ofegavam, assim como uma cabeça ao bocejar levava a outra a bocejar também.

Em alguns momentos a cabeça do cão mais velho ficava incomodado com a outra cabeça e sacudia o corpo na tentativa de tentar se livrar da mesma, enquanto que a cabeça do cão mais novo mordia a orelha da outra em represália.



A primeira monstruosa criação de Demikhov de um cão com duas cabeças, durou apenas 6 dias. Ao longo de 15 anos, ele criaria cerca de 19 novas monstruosidades. A maior duração de vida de uma de suas criações durou um mês. Demikhov argumentava que algo em seu procedimento fazia com que seus cães não vivessem mais. Ele desconhecia o que hoje é conhecido como rejeição de tecidos, que faz com que o corpo rejeite partes de corpos estranhos. Hoje, transplantes de órgãos humanos só são possíveis porque foram descobertos meios de minimizar a rejeição.

Por fim, devemos ter em mente que embora nos pareça bizarra e até maldosas, tais experiências descritas aqui, estas foram fundamentais para a criação de métodos capazes de proporcionar o transplante de órgãos em pacientes humanos. Possibilitando que, em 1967, o cirurgião sul-africano Christian Barnard realizasse com sucesso o primeiro transplante de coração humano.


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