CHICO XAVIER E OS ESCÂNDALOS DE JOÃO DE DEUS

CHICO XAVIER E OS ESCÂNDALOS DE JOÃO DE DEUS

As centenas de acusações de estupro contra o famoso médium João de Deus, caíram como uma bomba no meio espírita. E tem levado muitas pessoas a se perguntar: Escândalos como os de João de Deus não levariam ao descrédito na doutrina espírita?

Tal pergunta não é tão descabida quanto aparenta, já que o Espiritismo se baseia na crença dos chamados "Espíritos de Luz", Também chamados de “Espírito de verdade”, espíritos evoluídos, detentores e propagadores da verdade da doutrina espírita. Supostamente, foram eles que repassaram os ensinamentos para Allan Kardec, por meio de respostas a perguntas feita a eles por médiuns, compondo o livro fundamental da doutrina espírita, o "Livro dos Espíritos". 

Por que então estes espíritos não denunciaram alguém que lucrava economicamente e obtia prazeres sexuais explorando a fé de pessoas que iam ao seu encontro com a esperança de se curar de enfermidades? Seria isto uma prova de que tais espíritos superiores não existem, ou, no mínimo, não seriam tão evoluídos e sábios como a doutrina supõe?

CHICO XAVIER E JOÃO DE DEUS

Chico Xavier abençoa João de Deus

Quanto a pergunta acima, vale acrescentar que Chico Xavier não somente tinha contato como conhecia o trabalho de João de Deus, prova disso temos foto deles juntos e uma carta de Chico abençoando e elogiando o trabalho mediúnico do médium de Abadiânia, na década de 90; porém, casos de abusos sexuais contra João de Deus já existia desde a década de 80. Por que será que os espíritos mentores de Chico Xavier, se é que existiam mesmo, não alertaram Chico do que ocorria?

Carta de Chico Xavier para João de Deus, no Ano de 1993

Chico Xavier, Tendo ao seu Lado, 

o Suposto Espírito de Irmã Josefa e o Médium Peixotinho

É importante também acrescentar que o próprio Chico Xavier já esteve envolvido com médiuns claramente fraudulentos e que obtiam bens materiais com supostas manifestações espíritas, como o caso da falsa médium Otília Diogo, que, ao lado de Chico Xavier, na década de 1960, participou de supostas materializações de espíritos, e que na década  de 1970, foi pega com as roupas e adereços que usava para se transformar nos supostos espíritos materializados nos shows de materializações de espíritos que ela, Chico Xavier e outros médiuns realizavam. (Para saber mais: 5 Verdades Sobre Chico Xavier que os Espíritas Não Querem que Você Saiba)

Compare o Rosto de Otília Diogo com o Rosto

  do Suposto Espírito da Irmã Josefa, Acima

Espíritas respondem as perguntas acima, argumentando que os espíritos superiores não podem intervir na vidas dos vivos mudando suas vidas. Ou seja, espíritos evoluídos se esquivaram de delatar as péssimas práticas de João de Deus, e evitar que centenas de mulheres fossem estupradas por ele, somente para não interferir na vida dos vivos; significa também, que os espíritos mentores de Chico Xavier foram capazes de descrever para ele como é a vida após a morte, lhe ditar livros, mas se esquivaram também de contar a ele que um de seus apadrinhados aproveitava da doutrina para abusar de mulheres que iam ao centro espírita Dom Inácio de Loiola, do próprio João de Deus, na esperança de se curarem de graves doenças, e lá encontravam um monstro que se aproveitava de sua fé e do momento frágil provocado por doenças.

De minha parte, eu me pergunto: Descrever, supostamente, a vida após a morte e mandar mensagens de pessoas já falecidas para seus familiares não seria uma forma de intervir na vida dos vivos?

  

AS IRMÃS FOX E O NASCIMENTO DO ESPIRITISMO

É importante dizer que desde o nascimento do Espiritismo sempre houve dúvidas sobre esses tais “espíritos evoluídos”. Por exemplo, uma das coisas que as pessoas desconhecem é que o método usado para os espíritos responderem as perguntas endereçadas a eles, e que compõe o livro que fundamenta a doutrina espírita, o Livro dos Espíritos, não tinha nada de científico - proposta sempre lembrada de que o espiritismo é mais que uma religião, é uma ciência -, era feito por meio de mesas ou cadeiras, em que sons provocados pelos supostos espíritos nas mesas/cadeiras eram interpretados como "sim" ou "não". Método bastante propenso a fraudes e falsificação, como ocorreu com as irmãs Fox, nos Estados Unidos, em 1847, e depois demonstrado ser provocado por uma das irmãs.

Em 1848, a família Fox se mudou para uma casa na cidade de Hydesville, no estado de New york, Estados Unidos. Estranhos baques soavam vindos das paredes de madeira da casa. As irmãs Kate e Margaret notaram que o barulho parecia ser provocado por algo inteligente. Foi quando tentaram se comunicar com o que parecia ser uma inteligência por trás do barulho. E interpretando um baque para “sim”, e dois para “não”, conseguiram se comunicar com o que lhes pareceu ser o fantasma de um antigo morador da casa, que fora enterrado debaixo da casa.

Kate e Margaret Fox

Após chamarem atenção dos vizinhos para o ocorrido, com estes verificando o estranho fenômeno, a fama das irmãs Fox ganharam os Estados Unidos, levando-as a viajar por outras cidades demonstrando seus poderes mediúnicos de se comunicarem com espíritos através de sons provocado por estes através de objetos de madeira, como mesas e cadeiras. As irmãs estavam fazendo tanto sucesso, e lucrando muito com suas apresentações, que passaram a viajar para a Inglaterra para apresentar sua façanha, com uma terceira irmã agenciando seus shows.

Primeiras Reuniões Espíritas

Quando mais velhas, Kate e Margaret relataram para um jornal que tudo não passou de fraude. Os barulhos que respondiam as perguntas nada mais eram do que sons provocados pelas articulações de seus tornozelos. Mas quando as irmãs Fox relataram o truque, suas apresentações já tinham inspirados apresentações de milhares de médiuns nos Estados Unidos e na Europa. Suas apresentações estimularam pessoas, como Allan Kardec, a pesquisar e criar o Espiritismo, que passou a utilizar de movimentos e sons provocados em mesas e cadeiras como meio de comunicação com espíritos.

Desta forma, podemos ver que o método usado pelos “espíritos de luz”, também conhecidos por “espíritos de verdade”, para escrever o livro fundamental do Espiritismo podia ser facilmente fraudado.

FONTE: O Globo