terça-feira, 11 de dezembro de 2018

MÉDIUM JOÃO DE DEUS É ACUSADO DE ESTUPRO, PEDOFILIA E FALSAS CURAS


MÉDIUM JOÃO DE DEUS É ACUSADO DE ESTUPRO, PEDOFILIA E FALSAS CURAS
Recentemente, mulheres têm acusado o médium João Teixeira de Farias, mais conhecido por João de Deus, por estupro. No grupo de vítimas também se encontram crianças e adolescentes. Os relatos das vítimas são revoltante, pois o médium se aproveitava de pessoas que estavam alí em busca de curar suas doenças, como o caso de uma senhora com câncer, de cadeira de rodas, que não foi poupada pelo médium.


Segundo os relatos, os assédios vem ocorrendo desde a década de 1980, como podemos ver pelo relato de uma das testemunhas ouvida pelo programa Fantástico, da Rede Globo, que não quis se identificar: “Ele pediu para eu colocar a mão para trás e eu senti uma coisa estranha e comecei a chorar e disse: ‘O que é isso?’. Ele falou: ‘É o que vai te curar’. Aí, ele veio na minha frente e fez o que fez comigo. Tudo o que você pode imaginar”. Este relato é de alguém que na época estava com 11 anos de idade, e que hoje tem 41 anos.
Em outro relato, uma das vítimas conta que após o médium ter ejaculado em sua boca sem seu consentimento, ele, a fim de se desvencilhar do crime, afirmou que se tratava de ectoplasma - suposta substância com que as entidades se materializam.


João de Deus possui um centro espírita chamado Casa Dom Inácio de Loyola, localizado na cidade de Abadiânia (GO), para onde, todo mês, cerca de 22 mil pessoas vão em busca de cura para suas enfermidades. Grande parte de seus frequentadores são estrangeiros, que, sem esperança de cura pela medicina tradicional, recorrem a seu poder de cura. João de Deus cobra somas elevadas, e mesmo assim, a fila à espera por uma oportunidade de algum contato com o famoso médium nunca é pequena.

O médium já relatou ao jornal Correio Braziliense que faz checape todo ano em hospitais convencionais. E que já se internou às pressas em um dos melhores e mais caros hospitais do Brasil, o Sírio Libanês, em São Paulo, em agosto de 2015, para extrair um tumor maligno, e metade do estômago, comandada por Raul Citait, um respeitado e competente médico brasileiro.


Quando perguntado sobre o porquê de ter recorrido a medicina tradicional para sua cura, João de Deus respondeu com uma pergunta: “O barbeiro corta o próprio cabelo?”.

O curioso é que, o fato de recorrer a medicina tradicional não estimulou dúvidas quanto a seus poderes de cura, não abalando a fé da grande maioria de seus seguidores nos seus poderes de cura por meio de suas cirurgias espirituais, em que o médium utiliza facas e tesouras, sem cuidados com assepsia, introduzindo em narinas, fazendo raspagens de olhos, ou provocando cortes superficiais como processo de cura, em cujas operações, João de Deus teria o corpo possuído e dirigido por espíritos de pessoas já falecidas, entre os quais estaria Rei Salomão e o espanhol Inácio de Loyola - curiosamente, durante a incorporação destas entidades, João de Deus continua falando português.


Quem visita o centro de Abadiânia fica impressionado ao assistir as chamadas cirurgias espirituais realizadas pelo médium, por não causar dor nem grandes sangramentos em seus pacientes, mas isto tem uma explicação:

“um cirurgião comentou que as mesmas eram superficiais e não seria esperado nem que sangrassem muito nem mesmo que causassem muita dor inicial. O mesmo é verdade ao se raspar o branco do olho ou ao inserir algo na cavidade nasal. Médicos afiliados com a Skeptical Inquirer exprimiram opiniões semelhantes. O procedimento nasal pode ocasionalmente deixar o nariz sangrando, mas os próprios mecanismos curadores do corpo irão sem dúvida reparar a pequena ferida. O balanço final concernente aos procedimentos é que são pseudocirurgias que não possuem nenhum benefício médico além do conhecido efeito placebo”.


Quanto as supostas curas, estas podem ser vistas como efeito de diversos fatores, tais como: erro de diagnóstico dado por médicos convencionais aqueles que o procuram, “remissão espontânea, condições psicossomáticas, tratamento médico anterior, o próprio poder curador do corpo, e outros efeitos”.

O caso do estrangeiro Matthew Ireland, que procurou João de Deus para curar um tumor cerebral que crescia rápido e, segundo a medicina tradicional, era inoperável, é um bom exemplo do que foi dito.

Depois de dois anos de tratamentos à base de radiação e quimioterapia, Ireland fez três visitas a João de Deus. Um exame posterior mostrou que o tumor havia diminuído pela metade, mas não tinha sido eliminado como o espírito que havia guiado seu tratamento espiritual por meio do médium, afirmou. Contudo, o médico de Ireland atribui a melhora não a cirurgia espiritual mas ao tratamento com radiação feito pelo doente, e admite ainda ser possível que o tipo de tumor específico seu possa ter sido diagnosticado erroneamente.


Mas o que chama mais atenção em todo este caso é que se João de Deus é um falso médium que usa a religião espírita para tirar vantagens tanto financeira quanto sexuais de quem o procura, onde estão os chamados “espíritos de luz”, que segundo a doutrina espírita estão ligados profundamente a verdade e que foi por meio destes que as verdades espíritas foi comunicada aos vivos? Por que estes não se manifestam delatando aqueles que tiram proveito e que deturpam e sujam o que foi ensinado por estes?

Este caso, no mínimo, surge como forte indício de que não só o mundo espiritual pode ser uma grande mentira, como também que é perigoso acreditar em fenômenos espirituais, que podem ser usado por pessoas que abusam da credulidade dos outros, aproveitando-se para tirar vantagens, seja poder, dinheiro ou prazer sexual.

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