A CIÊNCIA PODE PROVAR QUE O INFERNO EXISTE
Sim,
foi isso mesmo o que você leu: a ciência pode mesmo provar que o inferno
existe. Mas, antes que você se borre de medo com tal possibilidade, convém
avisar que não é o inferno que nós já estamos acostumados a ouvir a respeito;
aquele que a mitologia cristã diz para onde vão as almas dos pecadores a ser
castigadas após a morte, com labaredas de fogo e lavas borbulhantes — certamente
uma imagem copiada de erupções vulcânicas e usada para amedrontar fiéis —, mas
um inferno bem diferente, sem fogo, labaredas e Demônios, semelhante ao inferno
descrito na famosa frase do escritor inglês Aldous Huxley:
Pela
concepção de inferno de Aldous Huxley, poderíamos estar vivendo em um inferno
sem saber. Tipo o sujeito que após um péssimo dia de trabalho, enquanto tira os
sapatos em casa, diz para si mesmo: “Nossa! Que inferno! O que eu fiz para
merecer isso?”. Mal ele sabe que está mais próximo da verdade do que pensa.
A
frase de Huxley sugere que nossa origem não seria deste mundo, seríamos de um
outro lugar, onde teríamos uma vida bem melhor. A frase também não implica que
o inferno de Aldous Huxley fosse tão diferente do nosso mundo originário, mas
poderia ser tão parecido que nos daria a impressão de ainda estarmos vivendo
nossa vida antes de termos morrido, só que, ao contrário da vida anterior, na
atual, tudo aconteceria de maneira errada. Doenças, dívidas, pobreza,
desemprego, etc. existiriam como castigo e também como forma de aprendizado,
levando as pessoas a aprenderem com os castigos da vida atual.
Curiosamente,
a concepção de inferno de que estamos falando já foi antecipada por um místico
sueco chamado Emanuel Swedenborg (1668 - 1772), que foi cientista, inventor e
acreditava ter o poder de se comunicar com espíritos de mortos e com os mundos
do além. Em um de seus escritos Swedenborg escreveu:
“Os anjos me comunicaram que quando Melanchton faleceu foi-lhe destinada no outro mundo uma casa ilusoriamente igual à que tivera na terra. (Ocorre o mesmo com todos os recém-chegados na eternidade, e por isso acreditam que não morreram)” — (Swedenborg, “Um Teólogo na Morte”).
Curiosamente,
hoje, três das mais avançadas teorias científicas sugerem que é possível, sim, que o inferno de Aldous Huxley possa existir de verdade. Vamos a elas.
TEORIA
DOS UNIVERSOS PARALELOS
Embora
para você a hipótese dos universos paralelos possa parecer coisa de maluco, ela
é defendida pelas melhores mentes de hoje, tornando-se uma hipótese
seriamente defendida na ciência moderna.
A
hipótese dos universos paralelos dá a concepção de inferno de Huxley bases
científicas para a possibilidade da existência de vários mundos habitáveis de
que necessita (“E se este mundo for o inferno de um outro planeta?”).
Mas
como seria possível a nossa passagem do mundo anterior para o inferno de Aldous
Huxley?
Bem,
aqui, entra uma outra teoria científica tão maluca quanto a hipótese dos Mundos
Paralelos, e também, como aquela, defendida pelas melhores mentes da ciência
atual:
O
UNIVERSO COMO UMA SIMULAÇÃO
A
ideia de que vivemos em um mundo ilusório não surgiu com o filme, mas já era
explorada há milênios por inúmeros sábios. E, hoje, assim como no filme
referido, muitos cientistas argumentam que não vivemos em um universo real, mas
em uma simulação, em uma espécie de Matrix. Este mundo ilusório seria como um sonho,
e como todo sonho, pareceria tão real que nele, enquanto sonhamos, agimos como
se ele fosse real. Esta ideia de que não podemos diferenciar com clareza uma
ilusão complexa, como a de um sonho, da realidade, motivou a história do sábio
chinês que certa vez, após se acordar de um sonho em que sonhava que era uma
borboleta, argumentou consigo próprio: “Sou um homem que sonhou que era uma
borboleta? Ou sou uma borboleta sonhando que transformou-se em um homem?”
Se
isso for verdade, então o inferno de Huxley poderia ser uma simulação do mundo
anterior, uma espécie de Matrix, que faria com que a passagem do mundo anterior
para o inferno de Huxley, não tivesse nenhum erro de continuidade, e por isso,
não seria percebida a mudança. Seria mais ou menos assim: A pessoa morre e seu
“espírito” acorda na manhã seguinte na simulação do inferno de Huxley, e tudo
lhe pareceria ser a continuidade da vida anterior, porém sem a memória do
último ocorrido.
TEORIA DA CONSCIÊNCIA EXTRA-CEREBRAL
Neurologistas
notaram que há casos de pessoas que perderam parte do cérebro, seja por doenças
ou por acidentes, que mesmo assim, após se restabelecerem, continuaram com a
mesma capacidade de inteligência e memória de uma pessoa com um cérebro normal.
Em
alguns casos, pessoas que ficaram com apenas 5% de um cérebro normal ainda
possuem memória e inteligência acima da média.
O
fato do cérebro conservar sua capacidade de memória mesmo com seu tamanho tão
reduzido, surpreendeu muitos cientistas, pois demonstra uma
desproporcionalidade entre sua capacidade e seu funcionamento.
Algumas
teorias foram criadas para explicar este estranho mecanismo do cérebro humano.
A mais surpreendente delas, concebe a consciência humana como não produzida
pelo cérebro, e assim como a memória, ela não seria interior, contrariando o
que sempre ouvimos falar sobre a consciência, mas exterior ao nosso corpo. É
como se o cérebro fosse apenas o ponto que permite o acesso à consciência e a
memória exteriores. Algo semelhante ao que ocorre com o computador e a
internet: por meio do computador somos capazes de acessar arquivos que estão
arquivados em uma parte exterior, na internet, chamado de “nuvens”, que excede
muitas vezes a capacidade de memória do computador, mas que pode, por parte,
ser acessado por ele; o computador também pode receber comandos do exterior, da
internet.
A
hipótese de que a consciência e a memória seriam exteriores ao cérebro humano,
fortalece ainda mais a ideia de que não vivemos em um mundo real, mas em uma
simulação, e que nossa consciência e memória estariam fora da simulação,
confirmando, mais uma vez, que o inferno descrito por Aldous Huxley poderia ser
uma simulação, e que nossos corpos seriam comandados por nossa consciência que
estaria em um outro mundo.
Curiosamente,
como pudemos ver, a concepção de inferno descrita aqui se aproxima mais da
concepção de carma e de reencarnação das religiões orientais do que do inferno
descrito pela mitologia cristã; aliás, passa bastante longe desta, o que pode
ser visto como um grande alívio.
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