quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

WATERMILL, O MOINHO QUE SERVIU DE CENÁRIO PARA O ÁLBUM BLACK SABBATH

WATERMILL, O MOINHO QUE SERVIU DE CENÁRIO PARA O ÁLBUM BLACK SABBATH

Em 16 de outubro de 1969, com a finalização das gravações das músicas que comporiam o primeiro álbum da banda inglesa Black Sabbath, gravadas em apenas um dia, tudo estava pronto para seu lançamento, exceto algo fundamental para sua apresentação, a capa.


A banda já vinha apostando na temática sombria para suas letras, inspirada no clima sombrio dos filmes de terror da época, tudo acompanhado com uma sonoridade grave e riffs macabros. Conta a lenda que a ideia surgiu quando os músicos ao passarem em frente de um cinema que exibia um filme de terror viram a grande multidão que se formou para assistir o filme. Alguém então fez o comentário: “Então há tanta gente que paga para sentirem medo!”. E logo alguém sugeriu: “Que tal então trazermos isso para nossa música?”.


O que poucos sabem é que a capa do primeiro álbum da banda Black Sabbath — lançado, como não podia ser, em uma sexta-feira 13, de fevereiro de 1970 — foi feita sem que os músicos soubessem de sua proposta visual, um trabalho independente da gravadora Vertigo, que entrou de cabeça na proposta original da banda de trazer o clima de terror para o Rock. O resultado foi que os próprios membros da banda, ao verem sua capa, levaram o maior susto.


Capa do Álbum "Dookie", da Banda Green Day, que Homenageia a Mulher de Preto do Primeiro Álbum do Black Sabbath; Abaixo, Detalhe


Na capa, que se transformou em uma das capas mais assustadoras do Rock, vê-se a figura obscura de uma mulher vestida de negro, em meio a árvores, à espreita, em frente de uma casa sombria que aparenta se situar em um bosque. Ao vê-la, é impossível não lembrarmos de uma bruxa; também é impossível não lembrarmos de contos infantis em que a bruxa assume o papel de vilã, como no conto João e Maria.

A capa traz ainda em seu interior a figura de uma cruz invertida, e apesar de trazer um pequeno poema que lembra a escrita de um dos mais tradicionais e famoso escritor americano, Edgar Allan Poe, teve que ser mudada para poder entrar no conservador mercado musical dos Estados Unidos.


E se a atriz vestida de preto não teve seu nome reconhecido no álbum, o “sombrio” lugar que serviu de cenário, possui nome e endereço, trata-se do antigo moinho Watermill, localizado no povoado de Mapledurham, em Oxfordshire, Inglaterra.


Na verdade, o lugar não tem nada de sombrio. Trata-se de um belo lugar, que como o rio ao seu lado, transmite calma e silêncio de cidade pequena, provinciana, onde ainda se assa o pão em fogão à lenha, um pequeno pedaço do longínquo passado da Inglaterra. O moinho foi construído no século XV, que ainda usa a força do pequeno rio ao lado como meio de girar o moedor de cereais, e tem recebido algumas poucas reformas desde sua inauguração; uma delas o transformou em uma pequena usina elétrica, que atualmente é capaz de abastecer com eletricidade cerca de 140 casas da região.

Após o sucesso do primeiro álbum da famosa banda inglesa, o moinho Watermil foi divulgado internacionalmente. Se tornando também cenário para o filme de 1976, The Eagle Has Landed, que em nosso país se chamou “A Águia Pousou”. Também aparece no programa infantil “Laboratório de Explosão de Richard Hammond”, da TV inglesa. E voltou a ser concebido como um cenário sombrio em um dos episódios de The Fisher King, como cenário para a descoberta de um corpo.  

Com o lançamento do primeiro álbum do Black Sabbath, e sua divulgação mundial, o local tem atraído fãs da banda que vêm ver os cenário de um dos mais influentes álbuns do Rock.

































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