segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

O EXORCISMO DAS FREIRAS DE LOUDUN


O EXORCISMO DAS FREIRAS DE LOUDUN
Em um quarto de convento, uma freira tem sonhos eróticos intensos durante a noite. Seu corpo nu se contorce, queimando de desejo e luxúria, enquanto murmura baixinho um nome, "Urbain". Seu Nome é Madre Joana dos Anjos.

O século é XVII, e há meses que a superiora do convento de Loudun, França, tem sonhos eróticos com o padre Urbain Grandier.

O padre Urbain, que ela sabia ter fama de contestador, tanto em assuntos políticos quanto em matéria de castidade, tinha fama também de conquistador; boatos diziam que ele havia seduzido várias damas da corte e consolado sexualmente muitas viúvas; ações que se materializavam também na publicação de um tratado contra o celibato de padres e freiras, e um texto satírico, ambos escritos por ele, contra o cardeal Richelieu, conselheiro real, famoso pela crueldade dispensada aos seus inimigos, e o homem que verdadeiramente governava a França de então.
A fama de Grandier, e principalmente sua recusa ao celibato, excitava e atraia Joana, que era filha de um poderoso barão francês. O que a motivou, a fim de satisfazer seus desejos carnais, a oferecer-lhe o cargo de prior do convento. Porém, Grandier o recusou. Fato que motivou ainda mais seus sonhos eróticos com ele, chegando a crises histéricas marcadas por contorções e gritos no meio da noite.



Envergonhada por aquilo que, de algum modo, ela sabia ser o pecado da luxúria, Joana pediu a outras freiras que a castigasse, chicoteando-a.

Seu belo corpo nu, gemendo de dor e desejos a cada chicotada dada, contagiou todo o convento; e em um curto prazo de tempo, todas as freiras sofriam alucinações eróticas e acessos histéricos semelhantes.

À noite, gritos de prazer se espalhavam pelo convento; as freiras se contorciam, entortavam assustadoramente seus pescoços e eram tomadas por um calor intenso, que as faziam despissem e se masturbar em paredes, portas, bancos, grades, e uma satisfazer os desejos de outra. Até que o escândalo chegou aos ouvidos das autoridades religiosas.



Exorcistas foram mandados para o convento de Loudun. Todos pareciam convencidos de que os demônios tinham tomado posse de todas as freiras do convento por intermédio do padre Urbain Grandier, pois muitas delas mencionavam o nome de Grandier durante as convulsões dos transes histéricos que as acometia.

Autoridades da igreja acusaram o padre de ter endemoniado as freiras. E por ordem de Richellier, Grandier fora preso e torturado, a fim de confirmar um suposto pacto que havia feito com o próprio demônio.


Acima, a Página com o Suposto Pacto entre Urbain Grandier e o Diabo 

Dias depois, um suposto contrato entre Grandier e o diabo fora encontrado em sua casa.

No dia de seu suplício, em junho de 1634,  Urbain Grandier fora levado de maca até a estaca onde seria queimado pela santa Inquisição, pois suas pernas haviam sido quebradas durante as torturas que sofrera durante seu interrogatório.


Gravura da Morte de Urbain Gradier na Fogueira

Ao morrer, ele amaldiçoou seus dois torturadores e predisse que ambos também morreriam no prazo de trinta dias. O principal inquisidor realmente morreu, o outro tardou um pouco mais. Outros envolvidos morreram em circunstâncias misteriosas.
O exorcismo continuou até que um corte de verbas determinado por Richelieu trouxe paz ao convento. Joana viveu uma vida aparentemente piedosa por mais 28 anos.

E assim foi o que ficou conhecido como "Os Diabos de Loudun". Certamente um caso provocado por um misto de desejo sexual reprimido e interesses políticos, que recaíram sobre o pobre padre Urbain Grandier.

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