Numa noite, no longínquo
ano de 1756, o grande compositor italiano Giuseppe Tartini fora dormir mais
cedo. Porém, devido a uma inquietação profunda, abriu os olhos bem no meio da
noite. Olhou em direção aos seus pés, e viu, espantado, um pequeno demônio
escuro sentado em sua cama que lhe olhava fixamente.
Tartini tentou mexer-se,
esboçar alguma reação, ou mesmo um grito de horror, mas nada parecia mover-se
em seu corpo, estava petrificado como um cadáver, somente seus olhos moviam-se,
observando aquela horrível criatura que lhe encarava, por sua vez, com um olhar
ameaçador. Subitamente, a sombria criatura pegou o violino que estava próximo
da cama, e começou a tocar aquela que seria a música mais bela que Tartini
havia ouvido na vida; o pequeno demônio tocava com uma habilidade e precisão
que ele jamais havia visto em toda sua vida: era ao mesmo tempo tão infernal como
a mais terrível tempestade e tão doce quanto a mais suave das brisas.
Estátua em Homenagem ao Grande Giuseppe Tartini |
E como
Tartini nada podia fazer exceto olhar e ouvir a criatura a tocar tentou memorizar a
música, até que o diabo, por fim, desapareceu em uma nuvem de fumaça, deixando
o violino cair sobre a cama. Foi quando, finalmente, Tartini pôde se mover, e
tendo a música ainda em sua mente, pegou o violino e pôs-se a tirar suas notas.
Surgindo a famosíssima sonata Trilo do Diabo. E embora fosse a música mais bela
que havia tocado, Tartini reconhecia que não chegava aos pés da música tocada
pelo próprio diabo.
Sonho, realidade, ou
apenas um bom modo de popularizar sua obra, o certo é que o Trilo do Diabo é
ainda hoje um desafio para qualquer violinista.
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