sábado, 10 de novembro de 2012

9 DÚVIDAS SOBRE CHICO XAVIER (de Bosco Silva)



Sendo o BORNAL um blog que se dedica não apenas a literatura mas também a assuntos variados e polêmicos, e que tal versatilidade é seu principal atrativo, trago aqui algumas questões levantadas após a leitura do livro As Vidas de Chico Xavier, do jornalista Marcel Souto Maior (resenhado por mim neste blog), que julgo serem oportunas para se conhecer melhor e trazer uma visão mais humana sobre esta figura controvertida, amada por muitos e eleita, recentemente, como o “Maior Brasileiro de Todos os Tempos”, visão que, muitas vezes, é tolhida em nome do mito de um homem infalível.
São nove questões, apenas para impor um limite:

CONTRADIÇÕES DE CHICO
1. Numa noite, conta o livro As Vidas de Chico Xavier, Chico sentia muita dor proveniente de seu olho doente, pediu então ajuda ao seu guia espiritual Emmanuel. Este apareceu e lhe disse:
“- Sua condição não exonera você da necessidade de lutar e sofrer, em seu próprio benefício, como acontece às outras criaturas.”
Por meio deste e de vários ensinamentos de seu guia - nos informa ainda sua biografia -, “em pouco tempo, Chico definiria a ‘enfermidade’ como a melhor ‘enfermeira’, agradeceria a Deus por suas dores e abençoaria o sofrimento como forma de evolução, uma maneira de resgatar dívidas de encarnações anteriores e de compensar escorregões da temporada atual”.
A pergunta então que surge é: Se para Chico o sofrimento era, de fato, tão importante como “uma maneira de resgatar dívidas de encarnações anteriores”, uma regra que, dentro de sua crença, vale para “outras criaturas” também, por que então ele se aplicava com tanto afinco em diminuir o sofrimento dos mais necessitados, se é justamente por meio deste que os espíritos evoluem? Não seria um erro tal ato? Não estaria ele sendo infiel a suas próprias crenças, impedindo que outros pudessem evoluir também?
Há uma boa explicação para tal contradição, ela se encontra na mistura entre reencarnação e cristianismo que em parte é a religião espírita.
A reencarnação é guiada por uma ideia fundamental que assim como esta é também estranha à religião cristã: a lei do karma. Esta é muitas vezes ilustrada por seus partidários pela afirmação de que toda ação tem uma reação, ou em outras palavras, todo ato feito em uma encarnação terá consequências na encarnação seguinte. Desse modo, um ato ruim feito em uma encarnação anterior terá um efeito ruim na seguinte, como forma de aprendizado. Assim esta ideia serve para explicar, por exemplo, por que muitos têm pouco dinheiro enquanto outros possuem bastante, por que alguns sofrem enquanto outros são felizes, por que alguns morrem jovens enquanto outros morrem com idade avançada, etc. Na Índia, país sem influencia da religião cristã, esta ideia é levada ao pé da letra, o que gerou as castas, espécie de classes sociais em que a sociedade indiana é dividida. Quem nasce, por exemplo, em uma casta inferior, pobre, miserável, nasceu nela por merecer, está pagando karma, está sendo castigado por falhas de outras encarnações, por isso o indivíduo não deve ser ajudado. Ao misturar esta crença com a crença cristã da caridade, que afirma a necessidade de ajuda mútua, a compaixão entre os indivíduos, surge a contradição de Chico Xavier. Uma contradição que é proveniente não apenas dele mas principalmente da doutrina que professava.

2. No final da década de 60, Chico adquiriu um tumor na próstata. A cirurgia tornava-se inevitável. “Zé Arigó, o médium que incorporava o Dr. Fritz e realizava cirurgia sem anestesia, se ofereceu para operar o colega. Chico recusou a oferta e preferiu se internar numa clínica de São Paulo”.
Muitos estranharam sua atitude: “Por que não aceitou a oferta do Dr. Fritz, tão requisitado na época? Ele duvidava do poder dos espíritos?” E ao ser perguntado sobre o fato, repetia a mesma resposta que tinha dado a Arigó:
“- Como eu ficaria diante de tanto sofredor que me procura e que vai a caminho do bisturi como o boi para o matadouro? E eu vou querer facilidades? Eu tenho que me operar como os outros, sofrendo como eles”.
Chico não foi muito convincente, não é mesmo? Porém, “anos mais tarde”, como nos conta Souto Maior, “num desabafo, Chico deixaria de lado a diplomacia e diria:
- Sou contra essa história de meter o canivete no corpo dos outros sem ser médico. O médico estudou bastante anatomia, patologia e, por isso, está habilitado a fazer uma cirurgia. Por que eu, sendo médium, vou agora pegar uma faca e abrir o corpo de um cristão sem ser considerado um criminoso?”
Esta resposta de Chico me lembrou da atitude de outro famoso médium brasileiro, Edson Queiroz, que nos anos 80 operava sem anestesia, supostamente, incorporado pelo espírito do médico alemão Dr. Fritz. Edson também era outro incoerente que em vez de operar seus filhos, quando estes precisavam, mandava-os se tratarem na medicina convencional.
Bem, em todo caso, a resposta de Chico não parece ser atitude de plena confiança em sua doutrina.

CHICO E A ÉTICA ESPÍRITA
3. O comportamento de amor, paz, carinho e de assistência aos necessitados sempre foram qualidades apontadas como pertencentes ao caráter bondoso de Chico Xavier. Porém estas qualidades poderiam ter outro significado!
No livro Nosso Lar, Chico Xavier descreve a vida em uma cidade espiritual, onde a tarefa fundamental de seus habitantes é a evolução espiritual fundamentada no auxílio a outros espíritos. Assim quanto mais dedicado for um espírito a outro mais rápido evoluirá ao cansando níveis cada vez mais alto na hierarquia espiritual. E para conseguir seu intento mais rápido, o espírito pode acumular os chamados “bônus-trabalho”, que é o tempo extra de assistência aos outros, que poderá ser trocado por provisão extra de pão e roupa, visitas a parentes ou amigos mortos, acesso a locais de lazer, ou a uma nova encarnação melhor que a anterior. Esta ética vigora também para os habitantes da Terra: quem ajuda alguém ajuda a si próprio também. Em suma, o que poderia estar por trás desta “ética do amor”, verdadeiramente, poderia ser o mais puro egoísmo, pois não há tanta diferença entre esta troca de favores espirituais, tendo como objetivo segundas intenções e a troca de auxilio tendo em vista dinheiro ou algo material. Por conseguinte, dentro desta forma de moral, o comportamento altruísta não seria evidência suficiente para julgar verdadeiramente o caráter de alguém como bondoso.

CHICO E O DINHEIRO
4. Volta e meia é tido como prova da honestidade de Chico Xavier o fato que este nunca ganhou nenhum dinheiro com seus livros, doando a renda da venda de seus livros a centros espíritas dedicados a caridade e a divulgação da doutrina espírita.
Que Chico Xavier nada tenha ganhado de dinheiro diretamente, disso não tenho a menor dúvida, mas mesmo que seu trabalho não tenha sido retribuído com dinheiro, Chico, no final das contas, teve a retribuição de ter sua obra e nome grandemente divulgados; e convenhamos, a afirmação de que tais livros sejam fruto de poetas mortos chama bem mais atenção, tanto antes quanto hoje, que a tese de que foram escritos por alguém vivo; como prova disso, podemos dar o exemplo de que os livros psicografados por Chico Xavier atribuídos ao espírito do jornalista e poeta Humberto de Campos, venderam mais que qualquer livro deste escritor em vida. Além disso, há coisas que o dinheiro não pode comprar, como o amor e o carinho sincero dos outros. É bem possível que Chico tenha preferido o amor e o carinho sincero ao dinheiro, independente da honestidade ou não de suas ações. Portanto, este argumento não prova o que pretende provar.

SOBRE A OBRA DE CHICO XAVIER


5. Uma das coisas que tem chamado atenção para Chico Xavier, do ponto de vista de sua obra, é a quantidade de livros psicografados por ele, 412 livros, que somado ao fato de que sempre foi rapaz pobre, dedicando grande parte de seu tempo ao trabalho, é muitas vezes demonstrado como prova de uma capacidade extra-humana para um pobre garoto do interior de Minas, e que mesmo grandes escritores, dedicando todo o tempo a suas obras, não conseguiram igualar tal quantidade. Provando que tal fato só poderia ser mesmo fruto da comunicação com mortos. Mas não poderia esta quantidade ser enganadora?
A verdade é que, como demonstra muito bem o leitor Gilberto, no site Obras Psicografadas, dedicado ao tema, destes 412 livros somente dez ou vinte livros possuem conteúdo extenso, o restante seria apenas títulos com pequeno conteúdo. Exemplo: “’Nosso Lar’, um dos livros mais extensos em número de palavras de Xavier, tem menos de 55.200 palavras. Mas ‘Vida no Além’, exemplo dos títulos prolíficos e corriqueiros de Xavier, tem menos de 6.000. Esses livros fininhos e com pouquíssimas palavras se tratam do corpo maior da obra de Chico Xavier” 1. “A esmagadora maioria dos 400 livros, juntos, pode ser menor que UM ÚNICO EXEMPLAR de um livro extenso de um escritor prolixo qualquer de romances, como Stephen King”2, em que apenas um livro deste, It, possui 460000 palavras. Portanto, o argumento acima é enganador. Além disso, há vários escritores, não-religiosos, sem os ditos poderes paranormais, que possuem um conjunto de obras com quantidade muito superior a de Chico. Exemplo:
Tellado Corin, escritora espanhola. Escreveu 4000 livros.
Charles Hamilton, este inglês escreveu 1200 livros.
Ryoki Inoue, brasileiro, escreveu 1099 livros.
E assim por diante...

6. O primeiro livro de Chico Xavier se chama Parnaso de Além Túmulo, de 1932. Trata-se de uma coletânea de poemas ditados por ilustres escritores mortos, tanto brasileiros quanto portugueses, obedecendo ao estilo dos poetas quando vivos, que, segundo muitos, demonstraria serem proveniente de seus alegados autores. Afirmação corroborada com a ideia, muitas vezes repetida, inclusive no prefácio do Parnaso, de que Chico era “filho de pais pobres, não pôde ir além do curso primário dessa pedagogia incipiente e rotineira [...] e (que) não vai, também em tese, muito além das quatro operações e da leitura corrida”. Levando muitos a argumentar: “Como seria possível que um ignorante e iletrado seja capaz de escrever tudo isso e em diferentes estilos?” Conduzindo muitos a encontrar a resposta nos fenômenos ditos mediúnicos. 
A tese de que Chico era um semi-analfabeto, um ignorante completo, que mal tinha tempo para dormir, dedicando-se demasiadamente ao ganha-pão diário, é infundada. Na verdade, Chico sempre teve um grande pendor para a literatura, como podemos ver através de um dos vários cadernos seus, datado de 1924 (Chico tinha então 14 anos), que contem matérias anteriores dessa data, desde 1904, que Chico mantinha em sua casa, recheado com recortes de jornais, revistas, que estampavam matérias sobre inúmeros poetas, contendo, inclusive, a reprodução de assinaturas de alguns poetas como Olavo Bilac e Camillo Castello Branco, é o que podemos ver através de um desses cadernos recuperado, em 1997, pela pesquisadora Magali Oliveira Fernandes.
“Magali informa que entre jornalistas, poetas e escritores (nacionais e estrangeiros), Chico reuniu nesse caderno cerca de 200 nomes! Entre as mulheres, podemos citar – dentre muitas outras – a romancista francesa Madame de Staël; a poetisa portuguesa Virgínia Victorino; as brasileiras Cecília Meireles, Gilka Machado, Auta de Souza, Rosalina Coelho Lisboa, Anna Amélia Carneiro de Mendonça, Carmen Cinira e Maria Eugênia Celso. Entre os homens, sobressaíam Olavo Bilac e Raul de Leoni, mas encontrava-se também Shakespeare, Jung, páginas textos de um poeta persa do século XII chamado Mioutchehz, Edgar Allan Poe, trechos de Cervantes, Balzac, versos de Victor Hugo, Catullo Cearense, João de Deus, Álvares de Azevedo, Eça de Queirós, Afonso de Carvalho, Paulo Gama, Vasmir Filho, Gastão Ribas, Higyno Braga, Luiz Delfino, Menotti Del Picchia e vários outros”3.

Acima, a imagem do caderno de Chico

Soma-se a isso o fato que Chico Xavier era um leitor voraz, capaz de ler um livro em questões de horas. Costume que manteve ao longo da vida, é o que afirma um amigo de Chico no livro As Vidas de Chico Xavier: “Devora os livros com fúria. Trouxe-lhe, há dias O Homem, Esse Ser Desconhecido, e ele não gastou mais de quatro horas e meia para ler o volume gordo” 4. Portanto, Chico Xavier possuía conhecimento sobre literatura bem maior do que supostamente era referido à época. Podendo muito bem ter sido usado, de modo consciente ou inconsciente, para a confecção de seu primeiro livro, posteriormente.

PSICOGRAFIA
7. Psicografia é o nome que espíritas dão ao suposto ato de passarem para o papel mensagens familiares de entes queridos falecidos ou trabalhos literários ditados por um espírito desencarnado. Chico é tido como o maior nome ligado a tal atividade, tendo, supostamente, posto no papel poemas e crônicas de ilustres poetas mortos, tanto brasileiros quanto portugueses. As questões que surgem são: Por que Chico psicografava apenas este tipo de escrito? Por que, se o objetivo era demonstrar que há vida após a morte, então não psicografou trabalhos científicos de grandes cientistas mortos, ou de filósofos como Platão, Aristóteles, Hegel, Spinoza, ou outro filósofo conhecido? Por que não, se o mecanismo psicográfico para os textos de um poeta ou de um filósofo seria o mesmo? No entanto, por que apenas uma forma literária que em tese é mais fácil de ser falsificada, basta para tanto ver os patiches? Será que por serem menos profundos e complexos? Ou será pelo fato que outros assuntos estariam fora dos conhecimentos de Chico, que era alguém que desde cedo teve grande pendor para a literatura, conhecendo os poetas psicografados a fundo?  

CHICO XAVIER E AS FRAUDES ESPÍRITAS
8. Em seu livro, Marcel nos conta que em fevereiro de 1948, Chico Xavier receberia em Pedro Leopoldo o médium Francisco Peixoto Lins, conhecido como Peixotinho, um médium que tinha o poder de materializar espíritos, através de seu ectoplasma, substância supostamente oriunda do próprio corpo do médium.
Os espíritos tomavam forma luminosa e, um por um, desfilavam enfrente dos presentes atônitos com tal visão. “Um dos perplexos na plateia era o delegado de polícia R.A. Ranieri. Naquela noite, ele foi surpreendido pela visita de uma réplica iluminada de sua filha, Heleninha, morta três anos antes, com dois anos de idade. A garota ‘saiu’ do corpo de Peixotinho e ‘ressuscitou’, quase em néon, com a mesma fisionomia e estatura dos tempos de viva e com a voz semelhante à original. Cumprimentou o pai e colocou nas mãos dele uma flor brilhante”.
Ranieri escreveria mais tarde um livro sobre suas experiências com a materialização de espíritos, chamado de Materializações Luminosas, de 1962, contendo fotos de tais fenômenos.
Abaixo, algumas fotos destas.



Pena que toda a maravilhosa descrição que Ranieri descreveu acima não foi capitada pelas lentes da máquina de fotografia. Tudo que vemos nestas são apenas pessoas ao lado do que aparenta ser lençóis ou um emaranhado de gazes. Porém, com os exemplos abaixo, saberemos melhor do que se trata.


Nestas fotos, pertencentes também ao livro Materializações Luminosas, vemos a figura do presidente americano John Kennedy, morto em 22 de novembro de 1963, que apareceu, acompanhado da irmã Rose, numa dessas seções de materialização promovidas por Chico.
Agora, vejam esta capa de revista da época:


Algo se assemelha com a foto anterior?
Sim, o que era dito como o fantasma de Kennedy não passa de truque de fotografia, em que a foto da capa de revista foi usada para criar o que seria seu fantasma. Veja:


Em 1964, tivemos outra surpresa.
O livro As Vidas De Chico Xavier conta-nos que “em fevereiro de 1964, às vésperas do golpe militar, Chico não resistiu e, seduzido pelas materializações promovidas pela médium Otília Diogo, de Campinas, se animou a exibir os poderes dela a um repórter e a um fotógrafo da revista O Cruzeiro. Tomou a decisão após participar de uma sessão privativa comandada pela moça”.
Amarrada em uma cadeira, Otília, por meio de seu ectoplasma, dava vida a fantasmas. Um deles era frequente, o fantasma de uma freira chamada de “irmã Josefa”. Porém, no dia de sua exibição perante jornalistas, nada deu certo, “a figura que apareceu, ‘saída’ de seu corpo, era a sua cara. Os repórteres exibiram fotos de Chico de braços dados com a visitante do além, a ‘irmã Josefa’, e destacaram a semelhança entre ‘espírito’ e médium. Chico calou-se sobre o assunto”.

Acima, Chico Xavier ao lado da suposta aparição de  Irmã Josefa

Anos depois veio a explicação. “Otília Diogo tinha sido presa com uma maleta recheada de roupas utilizadas em ‘materializações’. O hábito de irmã Josefa também estava lá. A transformista confessou até mesmo ter pago uma cirurgia plástica facial com exibições ‘espírita’ na casa do cirurgião”.


Irmã Josefa
Otília Diogo: compare seu rosto com a figura acima

A dúvida que fica é: Se Chico era amigo íntimo tanto de Ranieri e Otília Diogo, fazendo parte das exibições de materialização desta, bem como autenticando fotos claramente falsificadas do livro Materializações Luminosas, se isso é verdade, e é verdade, então ou ele era conivente com tais fraudes ou não sabia destas. Se era conivente, era também um fraudador; se ele nada sabia, então era tão ingênuo a ponto de ser enganado por qualquer um, inclusive por ele próprio, por seu inconsciente (leia texto abaixo).

CHICO XAVIER E A CRIPTOMNÉSIA
9. Criptomnésia é “um distúrbio de memória que faz com que as pessoas se esqueçam de que conhecem uma determinada informação”. Assim Chico Xavier poderia construir seus livros baseado apenas em lembranças inconscientes de suas leituras.
Um exemplo, entre vários outros dedicados a Chico, tirado do blog Obras Psicografadas (obraspsicografadas.org), em que a obra “Vida de Jesus”, do escritor francês Ernest Renan, de 1863, é comparada com a obra “Boa Nova” de Chico Xavier, de 1941. Reparem na semelhança entre ambas as obras.
Cores são utilizadas para ajudar a destacar trechos idênticos ou semelhantes.

Vida de Jesus (Ernest Renan)
Boa Nova (Chico Xavier)

Mesmo hoje em dia, é uma excelente estada, talvez o único lugar da Palestina onde a alma se sinta um pouco aliviada
(pág. 104)


Nazaré, com a sua paisagem, das mais belas de toda a Galiléia, é talvez o mais formoso recanto da Palestina
(pág. 07)


Nazaré era uma cidade pequena, situada numa dobra de terreno largamente aberto, no alto do grupo de montanhas que limita ao norte a planície de Esdrelão
(pág. 104)


Suas ruas humildes e pedregosas, suas casas pequeninas, suas lojas singulares se agrupam numa ampla concavidade em cima das montanhas, ao norte do Esdrelon
(pág. 07)


O horizonte da cidade é estreito, mas por pouco que se suba e que se atinja o planalto, fustigado poruma brisa perpétua, que se estende das casas mais altasa perspectiva é esplêndida
(pág. 105)


Seus horizontes são mesquinhos e sem interesse; contudo, os que subam um pouco além, até onde se localizam as casinholas mais elevadas, encontrarão para o olhar assombrado as mais formosas perspectivas.
(pág. 07)


Ao oeste, se desdobram as belas linhas do Carmelo, terminadas por uma ponta abrupta que parece mergulhar no mar. Depois se desenrolam o cume duplo que domina Magedo, as montanhas de Siquém, com seus lugares santos no tempo patriarcal; os montes Gelboé, o pequeno conjunto pitoresco ao qual se ligam as lembranças graciosas e terríveis de Sulém e Endor; o Tabor, com sua forma arredondada, que a Antiguidade comparava a um seio. Por uma depressão entre a montanha de Sulém e o Tabor se entrevê o vale do Jordão as planícies de Pereia, que formam uma linha contínua do lado leste. Ao norteas montanhas de Safed, inclinando-se para o mar, escondem São João de Acre, mas revelam o golfo de Caifa. Tal foi o horizonte de Jesus
(pág. 105)


Ante seus olhos surgiam as montanhas de Sarnaria, o cume de Magedoas eminências de Gelboéa figura esbelta do Tabor, onde, mais tarde, ficaria inesquecível o instante da Transfiguração, o vale do rio sagrado do Cristianismoos cumes de Safedo golfo de Khalfao elevado cenário do Pereu, num soberbo conjunto de montes e vales, ao lado das águas cristalinas



(pág. 07)


    
FONTES:
2. idem
4. AS Vária Vidas de Chico Xavier/ Marcel Souto Maior/Página 98

Nenhum comentário:

Postar um comentário