A LOIRA DO BANHEIRO: A LENDA DE MARIA
AUGUSTA DE OLIVEIRA
Reza
a lenda, que se você gritar, sozinho, três vezes: “Loira do Banheiro”, em
frente ao espelho de um banheiro de escola, ela aparecerá no espelho, vestida
com sua mortalha branca, com algodão no ouvido, nariz e boca.
Esta
é, sem dúvida, uma das lendas urbanas mais populares de nosso país, que se
tornou bastante popular em escolas, com alunos que juram que já a viram em
banheiros escolares.
Na
verdade, dependendo da escola, o ritual de invocação, possui algumas variantes.
Há a que exige três chutes na porta do banheiro, ou dar três descarga em seguidas em qualquer privada, ou ainda ir para a última porta do banheiro e dar 3 descargas seguidas, e muitas outras.
Há a que exige três chutes na porta do banheiro, ou dar três descarga em seguidas em qualquer privada, ou ainda ir para a última porta do banheiro e dar 3 descargas seguidas, e muitas outras.
Algumas
variantes diz que após tal invocação ela aparecerá pedindo para tirar os
algodões sujos de sangue, ou ainda aparecerá com o rosto cortado, pedindo para
que tenha o sangue limpo do rosto.
Aos
amantes de filmes de terror, tal lenda lhes parecerá familiar, e é, pois
trata-se de uma cópia da lenda urbana norte americana da Maria Sangrenta
(Bloody Mary), que se popularizou e chegou ao nosso país por meio de filmes de
terror das décadas de 80/90. Mas, o que poucos sabem, é que a lenda da loira do
banheiro se inspira na vida trágica de Maria Augusta de Oliveira Borges, que
viveu nos finais do século XIX, na cidade paulista de Guaratinguetá.
Francisco de Assis de Oliveira Borges |
Maria
Augusta de Oliveira Borges, nascida em 1866, em uma poderosa e influente
família, cujo pai, Francisco de Assis de Oliveira Borges, Visconde de
Guaratinguetá, obrigou sua bela filha a casar, aos 14 anos, com um homem 21
anos mais velho, o influente Conselheiro do império, Francisco Antônio Dutra
Rodrigues.
Profundamente
infeliz com seu casamento, Maria Augusta, vendeu as jóias que havia ganhado, e
fugiu, em 1884, aos 18 anos, para a França.
Na
França, Maria Augusta se adaptou bem à sociedade francesa, participando de
bailes e outras atividades sociais. Viveu por lá longe dos pais, que não a
perdoaram. Até que, em 22 de abril de 1891, aos 25 anos, veio a falecer. — Infelizmente,
com o sumiço dos registros de óbito do cemitério, ficamos sem saber a doença
que vitimou Maria Augusta, embora haja a suspeita de ter sido raiva humana.
Amélia Augusta Cazal |
A
família trouxe seu corpo embalsamado de volta para a casa, para ser enterrado
no cemitério de Guaratinguetá. E enquanto a família aguardava o término da
construção de seu mausoléu, sua mãe, a senhora Amélia Augusta Cazal, guardou o
corpo da filha em um caixão de vidro, em uma pequena sala dos inúmeros
compartimentos da casa da família para visitação pública. E mesmo após o
término da construção de sua última morada, sua mãe, ainda profundamente
sentida pela morte da filha, manteve o corpo da filha durante meses na pequena
sala sob luz de velas, relutando manter-se distante do mesmo. Com o tempo, sua
mãe passou a ter sonhos com a filha, em que esta vinha para pedir que seu corpo
fosse enterrado. Foi quando finalmente decidiu enterrá-la.
O
tempo passou, e em 1902, a enorme casa familiar, que em seu tempo era uma
fazenda, se transformou na Escola Estadual Conselheiro Rodrigo Alves — e
é aqui que sua lenda tem início.
Maria Augusta de Oliveira Borges |
Logo,
a mesma visão que Dona Amélia Augusta via do fantasma da filha morta passou
também a ser vista por outras pessoas que frequentavam a escola. E o incêndio
ocorrido em 1916, que consumiu parte da escola, ajudou a popularizar ainda mais
as história do fantasma de Maria Augusta, já que passaram a ver no fato de que
Maria Augusta havia morrido por doença que lhe havia provocado desidratação e,
por seguinte, enorme sede, a causa do incêndio seria então uma forma encontrado
pelo fantasma para obter mais água para aplacar sua sede, explicação também
usada para explicar as torneiras encontradas misteriosamente abertas nos
banheiros da escola.
Por
alguma razão os relatos dos alunos logo se cristalizaram na imagem de uma loira
de branco com mechas de algodão no nariz e nos ouvidos, dando origem a lenda da
Loira do Banheiro, embora Maria Augusta tivesse cabelos ruivos.
Túmulo de Maria Augusta |
Tais
relatos logo foram além das fronteiras de Guaratinguetá, ganhando outras
cidades, e obtendo mais força ao pegar carona com a lenda urbana americana da
Maria Sangrenta, popularizada por filmes.
Hoje,
funcionários e alunos da Escola Estadual Conselheiro Rodrigo Alves, ainda ouvem
o piano do anfiteatro da escola tocar quando não há ninguém na sala, e juram
também tê-la visto caminhando pelos longos corredores da escola; sua presença é
muitas vezes acompanhada de um suave perfume, que alguns identificam com o
perfume de flores com que seu corpo se manteve longamente adornado em seu
esquife; outros com os perfumes franceses que ela usava.
\o/ Caraca!!!
ResponderExcluirParabéns ao Blog pq muitas pessoas nem sabem de onde surgiu à história da 'FAMOSA LOIRA DO BANHEIRO '.
Muito Massa 👍
História bizzara.
ResponderExcluir😲