sábado, 16 de março de 2019

3 HISTÓRIAS REAIS SOBRE O VERDADEIRO DRÁCULA: VLAD O EMPALADOR


3 HISTÓRIAS REAIS SOBRE O VERDADEIRO DRÁCULA: VLAD O EMPALADOR
Quando o escritor Bram Stocker lançou seu livro Drácula, em 1897, ao mesmo tempo que causou calafrios em seus leitores, criou nestes profunda admiração pelo assustador conde que vivia em seu castelo medieval na misteriosa e remota terra da Transilvânia; que se alimentava de sangue humano e exercia fascinante atração nas mulheres, e ao mordê-las, lhes transformava em mortas-vivas, como ele, sedentas por sangue. A história virou um clássico.  E embora o mito do vampiro se perca no tempo, presente em muitas lendas de países do leste europeu, Bram Stocker foi buscar nas histórias de um sanguinário herói romeno inspiração para criar seu famoso personagem. O nome deste sanguinário herói ainda ecoa nas lendas da Romênia: Vlad Tepes.
Vlad Tepes
A mais evidente influência está no nome. Drácula vem de “Dracul”, dragão em latim, nome da ordem Cavaleiros do Dragão, a qual pertencia o pai de Vlad Tepes, que tinha como objetivo defender a cristandade da  invasão do Império Otomano, muçulmano. “Dracul” também era usado pelo pai de Vlad como nome, Vlad Tepes então passou a se chamar Draculea, que significava “Filho do Dragão”, originando o termo Drácula, usado por Bram Stocker para seu personagem. Com o tempo a palavra “Dracul” passou também a significar Diabo. Ou seja, Drácula também significava “Filho do Diabo”. Nome bem sugestivo para um personagem vindo das trevas.

A Valáquia no Tempo de Vlad Tepes

A região denominada de Transilvânia no livro de Bram Stocker também é real, sendo uma região da Valáquia, hoje pertence a Romênia, onde Vlad Tepes nasceu em 1448. Porém, embora o Castelo de Bram tenha se tornado famoso como morada do conde Drácula, este não pertencia a Vlad Tepes, mas a Mathias Corvino, rei da Hungria, onde apenas se especula que Vlad tenha sido preso por alguns dias.

A cena em que a esposa de Drácula se joga de uma das torres de seu castelo, presente no livro e no famoso filme Drácula de Bram Stocker, antigos registros afirmam que aconteceu, mas na Fortaleza de Poenari, no vilarejo de Arefu.

Mas se o verdadeiro Drácula não virava morcego nem tinha o hábito de morder inocentes pescoços e lhes sugar o sangue, Vlad Tepes tinha um hábito tão sanguinolento quanto este, e que lhe deu nome. Vlad  tinha predileção pela empalação como sua forma preferida de tortura. Dizem que aprendeu a gostar de tão terrível forma de tortura quando foi levado junto de seu irmão, Radu, e entregues ao sultão otomano Murad II, como garantia de que seu pai não se voltaria contra o sultão. E anos depois, a poria bastante em prática, contra os próprios soldados otomanos, quando voltou e recuperou o trono da Valáquia, que havia sido tomado quando seu pai fora morto.

Empalação consistia em introduzir uma grande estaca no ânus, vagina ou umbigo de prisioneiros, e depois fincá-la ao chão. Os prisioneiros tinham suas entranhas, aos poucos, perfuradas pela estaca através de seu peso. A morte era, como podemos ver, terrivelmente dolorosa e demorada, podendo durar horas ou mesmo dias.

Nessa altura, você deve estar pensando: “Ah. Então na vida real quem morria com uma estaca fincada em si não era os vampiros, mas os prisioneiros de Vlad!”. Sim, e fincada em um lugar bem mais humilhante que o coração!

Vlad costumava empalar centenas de prisioneiros, e almoçar vendo-os se debater em terrível agonia. Ele gostava tanto desta forma de tortura que o nome empalador em romeno foi incorporado ao seu nome: Vlad o Empalador (Vlad Tepes).

Por fim, após lutar seis anos contra os otomanos, Vlad Tepes  sucumbiu aos seus ataques, abandonando o trono, e adivinhe para quem? Para seu irmão Radu, que havia permanecido com os otomanos e se tornado um deles.

Vlad Tepes fugiu para o Império Húngaro, onde se casou, teve filhos e se tornou parte da família real. Mas sem nunca perder a vontade de recuperar seu trono.

Busto de Vlad Tepes,
Visto como Herói Romeno
Anos depois, em 1476, quando seu irmão Radu já havia morrido, Vlad Tepes, acompanhado por soldados húngaros e com o apoio de seu primo, príncipe da Moldávia, reconquistou seu reino. Porém, no mesmo ano Vlad morreria misteriosamente, com historiadores a dizer que foi morto durante batalha contra os turcos, enquanto outros dizem que morreu em uma emboscada, feita por pessoas descontente com seu reinado.
Abaixo, algumas antigas histórias comentadas em seu reino.

Os Cálices de Ouro de Vlad Tepes
O nome de Vlad Tepes inspirava tanto temor em seu reino que em cada riacho de suas terras havia um cálice de ouro para ser usados para matar a sede de viajantes que cruzavam a região.

E durante seu reinado nenhum cálice fora jamais roubado. Pois todos sabiam que o rei Vlad Tepes detestava, acima de tudo, ladrões e sabia como se vingar destes.

O Teste de Honestidade de Vlad Tepes
Um dia, um viajante reclamou-lhe que havia sido roubado em meio às terras de seu reino. Vlad disse-lhe que pagaria sua hospedagem e que no dia seguinte voltasse para pegar seu dinheiro roubado. E assim fez o peregrino.
Ao voltar ao castelo, viu ao lado de uma cabeça humana decepada sobre a mesa um saco com dinheiro. Vlad disse-lhe que contasse o dinheiro. E após o peregrino contar as moedas de ouro, perguntou-lhe, o rei:
— É a quantia roubada?
— Não, meu senhor.
— Diga-me quanto falta e lhe darei o dobro.
— Não falta nada, senhor, ao contrário, sobra uma moeda de ouro.
Disse então Vlad Tepes ao viajante:
— Vejo que és um homem honesto. Reclamaste que sobra uma moeda de ouro, a qual eu mesmo pus como teste. E caso não fosses honesto, haveria agora sobre a mesa duas cabeças decepadas, pois tu seria tão desonesto quanto o ladrão que lhe roubou as moedas.

Vlad Tepes Ensina Bons Modos a Monges Cristãos
Todos que entravam em seu castelo lhe reverenciavam com respeito, com o modo educado dos cavalheiros: tiravam o chapéu em sua presença. Porém um dia, três monges adentraram em seu castelo. E ao observar que estes não tiravam seus chapéus em sua presença, Vlad Tepes pôs-se a repreendê-los. Perguntou-lhes por que não haviam tirado seus chapéus em sua presença. Disse um dos monges: “Senhor, apenas em reverência a Deus tiramos os chapéus”. Disse Vlad em resposta: “Pois faço votos que continuem com tal costume”.

E para garantir que tal costume não fosse quebrado enquanto os monges permanecessem em seu reino, mandou que seus servos fixassem os chapéus em suas cabeças com pregos.

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