CASO MADELEINE McCANN E O SEQUESTRO DE CRIANÇAS PARA A PEDOFILIA

CASO MADELEINE McCANN E O SEQUESTRO DE CRIANÇAS PARA A PEDOFILIA

Todos os dias milhares de crianças desaparecem no mundo, a maioria nas situações mais corriqueiras. Muitas fogem de casa devido a maus tratos, miséria, etc., mas uma parcela destas crianças não fogem mas são sequestradas ou até mesmo vendidas pelos pais; e entre estas algumas são sequestradas por adultos com problemas emocionais — mulheres ou homens que frustrados por não poder ter filhos recorrem ao sequestros de crianças como forma de solução —, mas uma parcela desses sequestros são praticados por criminosos sexuais servindo a si próprios ou a grupos de indivíduos especializados em sequestrar crianças para venda para redes internacionais de pedofilia; e ainda há a hipótese de que muitos sequestros de crianças tenha como motivo o tráfico de órgãos.

O Sequestro de Madeleine McCann

Madeleine McCann

Em 2007, com o sequestro da pequena inglesinha Madeleine McCann, de quase quatro anos de idade na época, em um complexo turístico, na Praia da Luz, em Algarve, Portugal, chamou a atenção do mundo para a existência de uma rede internacional de pedófilos sequestradores de crianças.

Madeleine McCann dormia junto com seus irmãos gêmeos em um dos apartamentos de um resort na região turística de Algarve, enquanto seus pais juntos com amigos haviam saído para o restaurante do hotel; durante uma das visitas aos filhos durante a noite, sua mãe, Kate McCann notou que uma janela estava aberta e que sua filha havia sumido.

Kate e Gerry McCann com o Livro Escrito por Kate Sobre o Caso

Com o passar do tempo, a polícia portuguesa apontou Kate e Gerry McCann como suspeitos de terem criado a situação de sequestro para esconder o possível falecimento da filha. O que levou a polícia portuguesa e a opinião pública a se tornar ofensiva com os pais da pequena Madeleine, levando estes a ser ofendidos pelas redes sociais e jornais sensacionalistas a estampar em suas páginas manchetes ofensivas ao casal.

Porém, com o tempo, nenhuma evidência que ligasse os pais ao desaparecimento da filha foi descoberta, repercutindo muito mal para a polícia portuguesa, que teve que se retratar sobre seus péssimos métodos de investigação.

O Caso do Sumiço de Joana Cipriano

O sequestro de Madeleine passou a ser ligado a rede internacional de pedofilia e chamando atenção para outros casos de sumiços de crianças em Portugal. Como o desaparecimento da menina Joana Cipriano, de 8 anos na época, em 2004.

Joana Cipriano ao Lado de sua Mãe, Leonor Cipriano

Segundo sua mãe, a menina, que morava próximo a Praia da Luz, onde Madeleine havia desaparecido, foi comprar comida e sumiu. Ela morava com Leonor, sua mãe, e o tio João.

O Tio João Escoltado por Policiais Portugueses

A polícia portuguesa encerrou o caso dizendo que o tio matou a criança com ajuda da mãe, após Joana ter presenciado o tio mantendo relação sexual com a mãe dela. Ele a esquartejou, guardou se corpo na geladeira de casa e, posteriormente, a descartou jogando-a no chiqueiro para os porcos de casa.

Leonor pegou 20 anos de cadeia, e João, 19.

Posteriormente uma foto de Leonor com o rosto machucado vazou; a prova era uma prova de que ela havia sido torturada pela polícia portuguesa para confessar o crime. O corpo de Joana nunca foi encontrado, nem mesmo vestígios deste foram encontrados no chiqueiro da casa.

Ao ser solto, um companheiro de cela do tio da menina ao ser abordado por um detetive que investigava o sumiço de Madeleine, disse que o tio de Joana tinha dito a ele que Joana ainda estava viva, havia sido vendida para um casal estrangeiro. O tio era viciado em drogas, o que reforça o testemunho, já que viciados são capazes de tudo para obter dinheiro para o vício.

O Caso do Sumiço de Rui Pedro

Em 1998, Rui Pedro Teixeira Mendonça, um garoto de 12 anos, havia sumido de perto de sua casa enquanto brincava de bicicleta.

Rui Pedro Teixeira Mendonça

Algum tempo depois o site de pedofilia chamado de Worderland, que compartilhava fotos e vídeos de sexo com crianças, havia sido desmantelado, e as fotos das crianças havia ido para um banco de dados para que posteriormente estas crianças pudessem ser identificadas.

A mãe de Rui Pedro foi convidada a examinar tais fotos, e foi com desagradável surpresa ela pode ver a foto do filho em meio as outras crianças  cujo conteúdo fazia parte do site.

O site Wonderland possuía mais de 150 pedófilos cadastrados de diferentes partes do mundo.

O Caso da Casa Pia

O sequestro da pequena Madeleine McCann, trouxe também à tona um caso famoso de pedofilia que aconteceu naquele país e que envolveu pessoas da alta sociedade de Lisboa, Portugal.

A casa Pia de Lisboa, Colégio de Prima Manique, instituição portuguesa para onde iam órfãos e crianças pobres de Portugal, se tornou o centro de um grande escândalo de pedofilia, quando, na década de 1980, ex-residentes do local passaram a afirmar terem sido abusados por pessoas que faziam parte da administração do lugar bem como pessoas exteriores ao mesmo, eram políticos e personalidades da alta sociedade de Lisboa.

A jornalista Felícia Cabrita apurou que durante a década de 1960, milionários americanos, com a desculpa de levar ajuda às crianças da Casa Pia, chegavam com seus aviões particulares, com o real propósitos de abusar sexualmente das crianças do lugar; tudo era organizado por pessoas responsáveis pela administração do lugar.

O caso chocou a sociedade portuguesa e a pedofilia passou a ser discutida em Portugal.

Redes de Pedofilia

Em 2016, só em Portugal, houve 124 casos de desaparecimento de crianças com idade entre 0 a 12 anos de idade e 1543 crianças desaparecidas com idade entre 13 a 17 anos.

Um dos grandes atrativos de Portugal para redes de pedofilia é a facilidade com que se pode sair de Portugal para outros países da Europa, e até mesmo para a África, sendo a duração da viagem do sul de Portugal para o Marrocos de apenas duas horas.

Suposta Imagem de Madeleine Encontrada na Deep Web

E como podemos ver, a internet deu um grande impulso à pedofilia, fazendo com que se criassem grupos especializados que ganham milhões por meio de vendas de crianças, fotos e vídeos de abusos sexuais disponibilizando na chama Deep Web, parte da internet que guarda maior anonimato de pessoas, tornando-se muito difícil a identificação de pessoas ligadas a esse tipo de comércio.

Antes pedófilos eram pessoas solitárias que dificilmente tinham como dividir com outras pessoas seu gosto sexual por crianças, porém com a criação da internet, eles viram que se podia formar grupos em sites, fóruns, bate-papos; a união destes os deram maior poder. Hoje, 2% apenas dos sites da Deep Web é dedicado a pedofilia, contudo, o dinheiro que este crime movimenta no mundo é calculado por especialista como sendo mais de 150 bilhões de dólares ao ano.

Muitos questionam por que pedófilos se dedicariam a raptar uma criança como Madeleine pertencente a uma família com boas condições financeiras, e por isso bem mais difíceis de serem sequestradas, depois de  haver tantas crianças em condições econômicas ruins, e por isso facilitando a venda das mesmas pelos pais ou de serem sequestradas.

A resposta está no fato de que sites de pedofilia, como o Wonderland, classifica crianças em categorias; sendo assim, é bem possível que crianças brancas, loiras, de olhos verdes ou azuis, falantes da língua inglesa, pertença a uma categoria bem mais difícil de serem achadas, e por isso, o preço mais alto, motivando o enfrentamento de maior risco e dificuldade.

E segundo as investigações do Caso Madeleine, as investigações mostraram que houve um planejamento para o sequestro da garota. Uma semana antes moradores relataram que havia homens recolhendo ajuda para um suposto orfanato, que depois foi demonstrado que não havia nenhum orfanato pela região. Esses homens iam de casa em casa, e uma moradora relatou o caso de um desses homens não tirar os olhos de sua filha, enquanto conversava com sua mãe.

Teriam sido eles quem sequestraram Madeleine McCann? Ainda não sabemos. A garota, apesar de todos os esforços dos pais e da polícia, continua ainda desaparecida.

FONTE: O Desaparecimento de Madeleine McCann (Documentário da Netflix).