OS SEGREDOS DOS PORÕES DO
VATICANO - Parte I
Vaticano
é o nome de uma colina situada na parte noroeste da cidade de Roma, Itália,
onde foi construído o templo mais importante da religião cristã, a Basílica de São Pedro. É também o lugar onde se encontra o papa, o maior líder da religião
cristã.
Com
a oficialização do cristianismo — então uma religião perseguida pelos imperadores
romanos — feito pelo imperador Constantino, em 325 depois de Cristo, deu-se a
construção de inúmeros templos cristãos ao longo do Império Romano. E como
forma de impor a nova religião, muitos templos de deuses pagãos foram destruídos
e em seus lugares foram construídos templos cristãos.
Vista Aérea da Basílica e da Praça São Pedro |
E como um modo de
demonstrar o grande poder da nova religião que surgia, o lugar escolhido para
implantar o mais importante templo da cristandade foi a região onde se
encontrava os mais importantes templos das religiões pagãs romana; daí
originando-se seu nome Vaticano, palavra originada de um deus chamado
vaticanus, um deus que se acreditava que tinha a tarefa de "abria a boca
do recém nascido para que ele pudesse dar o primeiro grito, o primeiro
choro".
O
Vaticano também possui a mais importante biblioteca do mundo, que foi
oficializada pelo papa Paulo V em 1612 para resguardar os documentos pessoais
dos papas, com o nome de Archivum Secretum Apostolicum Vaticanum, mas que tem
acumulado, ao longo de toda a história cristã, livros, documentos, objetos,
etc., ligados não apenas a religião cristã, mas certamente a grande parte da
história da humanidade.
Para
se ter uma ideia da grande importância da biblioteca vaticana temos que voltar às origens do cristianismo.
Antes
da invenção da imprensa, em 1455, por Gutemberg, os livros eram todos copiados
à mão; e para que, com o tempo, livros não se destruíssem e sumissem para
sempre havia os copistas, que eram pessoas que trabalhavam copiando livros com
as próprias mãos. Com a oficialização do cristianismo houve um grande trabalho das
autoridades cristãs de destruírem tudo que não fosse favorável a religião
cristã, como livros de doutrinas não cristãs, ou que fossem contra o
cristianismo, assim como a destruição de livros que tinham uma visão diferente
da história cristã que a igreja julgava não ser compatível com o verdadeiro
cristianismo.
Foi no Primeiro Concílio de Nicéia, patrocinado pelo Imperador Constantino, Que as Autoridades Cristãs Escolheram quais seriam os Evangelhos Oficiais da Igreja |
Deste modo, centena de evangelhos tidos como não verdadeiros pelas
autoridades católicas foram destruídos, mantendo apenas os evangelhos oficializados
pela igreja. Sabemos disso através da descoberta de evangelhos desconhecidos,
que graças a algum devoto, foram salvos da total extinção, como os evangelhos
chamados de apócrifos, que possuem outra visão de Cristo e de sua história, incompatíveis
com a visão da igreja.
Se
livros favoráveis ao cristianismo, porém com uma visão diferente, eram destruídos,
imagine livros que tentavam destruir o cristianismo, contando, supostamente, a
verdadeira história cristã; como o livro “Discurso Verdadeiro” escrito por um
filósofo pagão chamado Celso, no ano de 178 depois de Cristo, que afirmava
conhecer o boato de que Jesus era filho natural de Maria com um soldado romano.
Contudo, o leitor deve se estar perguntando: “se todos os livros contrários a
religião cristã foram destruídos, como então se sabe esta informação?”.
Simples: o livro “Discurso Verdadeiro”, de Celso, foi refutado por um
importante teólogo cristão, Orígenes, em meados do séc. III depois de Cristo, na obra "Contra Celso"; e
este livro, sim, por ser de um padre cristão, foi conservado. E se um importante teólogo cristão se deu ao
trabalho de refutar as afirmações de um filósofo pagão é porque suas afirmações
eram bastante conhecidas à época. “Alguns estudiosos acreditam que houve uma
tradição judaica extremamente antiga, que sobreviveu no Talmude [livro sagrado judeu] dizendo, que
yeshu ou Jesus, era filho de um soldado romano chamado Panthera, Pantera ou
Pandera”.
PROCEDIMENTOS
PARA ENTRAR NA BIBLIOTECA DO VATICANO
A
biblioteca do Vaticano está aberta a um pequeno grupo seleto de pesquisadores,
que deve se creditar como um pesquisador de primeira ordem com muitas cartas de
recomendação de publicações e instituições educacionais, porém é proibido a jornalistas,
estudantes e historiadores amadores, que lhe dará uma credencial com vigência
de 6 meses, e que, curiosamente, uma vez com a licença, deve cruzar a porta
Sant'Anna e passar em frente aos guardas suíços até chegar ao Cortile do
Belvedere, onde deverá solicitar documentos específicos (três ao dia) que,
paradoxalmente, poderá ou não estar nas pastas que forem passadas pelos
arquivistas.
E
embora, em tese, a biblioteca do Vaticano esteja aberta a especialistas, na
verdade, como foi visto acima, não lhes são dado total liberdade de pesquisa,
podemos então imaginar quantos mistérios não guarda os porões do Vaticano,
capazes de gerar um novo cristianismo ou até mesmo de destruí-lo; gerando uma
nova compreensão da história da humanidade, destruindo crenças enraizadas a
centenas de anos na mente humana; ou coisas mais simples, como o papel da
igreja em grande acontecimentos políticos, como o papel da igreja católica na disputa
da descoberta da América entre Espanha e Portugal; na Revolução Francesa; o suposto
envolvimento da igreja católica com o Nazismo, etc.
FONTES:
Enciclopédia Wikipédia / www.cruxnow.com/church/2014/09/02/photos-from-inside-the-vatican-secret-archives/
Livro: Jesus, de A. N. Wilson
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Leia também: Os Segredos dos Porões do Vaticano - Parte II: Sexo, Prostituição e Assassinatos no Vaticano
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