quinta-feira, 9 de agosto de 2012

EXTRATOS NOCTÍVAGOS II (de Renê Romana)


 
Ela desejava palavras condensadas e cremosas escorrendo pelo seu ventre;
Sonhava com aquela invasão pelos seus poros, estava a ponto de implorar de tanto desejo...  
Queria sentir o peso desse corpo que não saia de seu pensamento;
Desejava ser objeto de prazer, e que seu corpo não fosse nada alem do que a fonte dos desejos daquele homem que lhe tirava o sono.
Não queria nada de concreto, só poético, não, não queria palavras, não desejava amor, 
não planejava nada além de uma noite ardente, não queria seu endereço;
Seu corpo era puro ardor, e em sua mente o desejo daqueles toques, 
na sua imaginação ela só queria aqueles dedos, aquela boca;
Delirava movida por tanta perversão, tanta tara, tanto tesão...
Ela acordava com suas entranhas em brasas por causa desse homem imaginário que lhe tirava o sono nas madrugadas silenciosas.

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