Aquela parecia ser uma noite especial
para Thompson. Era uma sexta-feira, com uma bela lua que parecia boiar em um
céu salpicado de estrelas.
Cansado do dia estressante de trabalho,
Thompson resolve ir para um bar para um merecido happy hour.
Senta-se como de costume em seu lugar
preferido, ao lado do balcão. Um lugar tão freqüentado por solitários em busca
de um papo amigável.
Após a quinta cerveja, uma bela mulher
chama-lhe atenção. Ela aproxima-se, senta-se ao seu lado, e pergunta-lhe se tem
fogo. Isto lhe pareceu como o que faltava para que a noite tivesse um final
feliz. Afinal, uma bela mulher, numa noite como aquela, não havia nada que mais
combinasse.
O cigarro pareceu-lhe como um pretexto
para uma boa cantada. E assim, logo estavam numa conversa bastante animada.
Após a décima quinta cerveja, o que era
uma conversa animada, tornou-se em abraços e beijos ardentes. E logo surgiu o
convite para irem para outro lugar.
Ela sugeriu um motel discreto que havia
nas proximidades. E logo partiram para tal lugar.
Ao chegarem à intimidade do quarto, o
que era beijos ardentes, por sua vez, tornaram-se em mordidas e chupões no
pescoço, nas coxas e nas nádegas volumosas e redondas, daquela mulher que
parecia incendiá-lo por inteiro. O que contrastou subitamente com um leve frio
que parecia vir-lhe de sua nuca.
Após olhar para trás, Thompson percebe
que o frio que sentira, era o frio do cano de dois revolveres, que lhe era
apontado por dois sujeitos.
A mulher pôs-se a discutir imediatamente:
- Por que vocês demoraram tanto? Eu já
estava enojado deste sujeito, tive que beijá-lo incessantemente a noite
inteira, argh!!! Eu já não agüentava mais!!! O que vocês ainda queriam, que eu
chupasse o pau dele?
- Calma, querida, nos atrasamos um
pouco, mas estamos aqui, não estamos?
Thompson ainda atordoado pelo susto
tentou argumentar:
- O que é isto, um assalto? Um
seqüestro? Se for, por favor, eu posso lhes pagar. Quanto querem?
- Calma, não se assuste, vamos apenas
roubá-lo – disse o homem com arma em punho.
Em seguida, lhe injetaram uma substância
em suas veias, e disseram-lhe:
- Fique tranqüilo, isto é uma anestesia,
apenas para você não nos seguir.
* * *
Thompson acordou atordoado em um quarto
escuro como o breu. Tentou, apalpando a parede, encontrar o interruptor que
acenderia as luzes. Mas não o encontrou.
Esgueirou-se pelas paredes, desviando-se
dos móveis em direção às suas roupas, que tinha deixado sobre uma pequena
cômoda que havia no quarto.
Ao encontrar sua roupas achou também sua
carteira, que estava em seu bolso.
Ao abrir sua carteira, surpreendeu-lhe
saber que o dinheiro estava, aparentemente, todos ali. Nada havia sido roubado.
Isso parecia-lhe sem sentido, pois aqueles eram ladrões.
Voltou, então, a esgueirar-se em direção
a porta do quarto.
Ao perceber o chão melado por um líquido
viscoso, mandou a mão ao chão, percebendo que se tratava de sangue.
Imediatamente sentiu que havia sangue também em suas pernas. E ao tatear o
caminho do sangue que levemente escorria, percebeu que este vinha de seu rosto.
E imediatamente, em seguida, Thompson percebeu que o que tinham-lhe roubado foram
os seus olhos.
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