Conheça Liló, "o lambe fundo".
Um belo conto sacana da premiadíssima
escritora Hilda Hilst.
A ESPECIALIDADE DE LILÓ
Antes da fala da igreja
vou falar do bordel a 30 quilômetros da Gota do Touro. No bordel todo mundo
gostava de ver Liló lamber as putas. E ele adorava que o vissem. Era um sujeito
atarracado, elegante, doidão por xereca de puta. Tomava três ou quatro cálices
de cachaça puríssima que as mulheres encomendavam lá de Minas, e aí começava um
ritual danado. Dizia: quem é a primeira hoje? As mulheres riam, os homens davam
seus palpites. Nessa noite havia uma moça novata, chamada Bina. 18 anos, a
cabeleira opulenta até a cintura, ancas avantajadas, seios delicados, boca de
mulata, polpuda, e que dentes! Liló só estava interessado na cona da moça. Todo
mundo começou a gritar Bina! Bina! Ela riu dengosa, fez muxoxo de acanhadinha e
liló foi ajeitando a cadeira de veludo rosa, fofa, porque era naquela cadeira
que ele gostava de examinar qualidade, espessura e tamanho das cricas.
O pessoal ficava à volta bebericando, ele mandava a mulher se sentar, fazia vênias, perguntava se não queria um gole de vinho doce, era gentil feito embaixador. Nesse dia, então, foi Bina. Liló gostava da moça vestida. Ele ficava só de cuecas. Um cuecão muito branco, largo, a caceta pra dentro. Bina sentou-se. Alguns homens já ficavam de pau duro logo nesse pedaço. Outros não aguentavam ver até o fim e ejaculavam ali mesmo encostados nas outras donas. Liló ajoelhava-se. Ia levantando devagarinho a saia da moça dizendo “abre lindinha, abre um pouco mais, vem mais pra frente da cadeira, não fica nervosa bichinha”. O prazer de Liló era o acanhamento postiço da mulher. Todas sabiam que ele só gostava se a mulher fingisse pudor, um pouco de receio no início, um tantinho de apreensão.
Quem ia ser chupada já sabia disso. Gostava também que usassem calcinha. Ia empurrando o tecido da calcinha para a virilha da mulher e esticava os pentelhos devagar. Depois tirava a calcinha e começava a examinar a boceta. Vejam, ele dizia, esta é de cona gorda, peitudinha de boca. Os homens se inclinavam. Alguém dizia: deixa eu dar uma lambida, Liló? Calma, cara, o assunto é comigo agora. Algumas ficavam logo molhadas e aí ele gostava muito, punha o dedo lá dentro e mostrava: vê, gente, já tá empapada. Dona Loura, a gerente (era assim que era chamada a cafetina), trazia uma almofadinha de cetim azul e punha debaixo das coxas da mulher. E Liló começava o trabalho. De início dava uma grande lambida e parava. Bina se torcia inteira. Ele perguntava: “quer mais?” Ela dava um gemido de assentimento. “Então fala que quer mais, senão não lambo mais.” “Quero mais, Liló, Por favor.”
A caceta de liló era um talo duro e gotejante. Uma das putas deitava ao lado dele e começava a chupá-lo. Ele ia lambendo Bina igual à cadela que lambe a cria, o linguão de fora. Parava de vez em quando. As mulheres seguravam a cabeça da que estava sendo chupada e alguns homens a beijavam na boca outros nos seios. Tinha jeito de mesa de cirurgia aquilo tudo (sorry, médicos). Liló só queria a cona e ejaculava espasmódico na boca da outra no tapete, enquanto Bina gozava na boca de Liló. Em seguida Liló levantava-se com um grande sorriso e dizia: “Meu nome é liló, o lambefundo. E mais uma rodada pessoal, de cachaça especial, dona Loura!” Depois não queria mais mulher alguma. Tomava dois cálices no balcão do bar do puteiro e saía com passadas rapidinhas, ereto e sempre muito elegante.
O pessoal ficava à volta bebericando, ele mandava a mulher se sentar, fazia vênias, perguntava se não queria um gole de vinho doce, era gentil feito embaixador. Nesse dia, então, foi Bina. Liló gostava da moça vestida. Ele ficava só de cuecas. Um cuecão muito branco, largo, a caceta pra dentro. Bina sentou-se. Alguns homens já ficavam de pau duro logo nesse pedaço. Outros não aguentavam ver até o fim e ejaculavam ali mesmo encostados nas outras donas. Liló ajoelhava-se. Ia levantando devagarinho a saia da moça dizendo “abre lindinha, abre um pouco mais, vem mais pra frente da cadeira, não fica nervosa bichinha”. O prazer de Liló era o acanhamento postiço da mulher. Todas sabiam que ele só gostava se a mulher fingisse pudor, um pouco de receio no início, um tantinho de apreensão.
Quem ia ser chupada já sabia disso. Gostava também que usassem calcinha. Ia empurrando o tecido da calcinha para a virilha da mulher e esticava os pentelhos devagar. Depois tirava a calcinha e começava a examinar a boceta. Vejam, ele dizia, esta é de cona gorda, peitudinha de boca. Os homens se inclinavam. Alguém dizia: deixa eu dar uma lambida, Liló? Calma, cara, o assunto é comigo agora. Algumas ficavam logo molhadas e aí ele gostava muito, punha o dedo lá dentro e mostrava: vê, gente, já tá empapada. Dona Loura, a gerente (era assim que era chamada a cafetina), trazia uma almofadinha de cetim azul e punha debaixo das coxas da mulher. E Liló começava o trabalho. De início dava uma grande lambida e parava. Bina se torcia inteira. Ele perguntava: “quer mais?” Ela dava um gemido de assentimento. “Então fala que quer mais, senão não lambo mais.” “Quero mais, Liló, Por favor.”
A caceta de liló era um talo duro e gotejante. Uma das putas deitava ao lado dele e começava a chupá-lo. Ele ia lambendo Bina igual à cadela que lambe a cria, o linguão de fora. Parava de vez em quando. As mulheres seguravam a cabeça da que estava sendo chupada e alguns homens a beijavam na boca outros nos seios. Tinha jeito de mesa de cirurgia aquilo tudo (sorry, médicos). Liló só queria a cona e ejaculava espasmódico na boca da outra no tapete, enquanto Bina gozava na boca de Liló. Em seguida Liló levantava-se com um grande sorriso e dizia: “Meu nome é liló, o lambefundo. E mais uma rodada pessoal, de cachaça especial, dona Loura!” Depois não queria mais mulher alguma. Tomava dois cálices no balcão do bar do puteiro e saía com passadas rapidinhas, ereto e sempre muito elegante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário