No romance SEXO, PERVERSÕES E ASSASSINATOS o autor
transita através do estranho e misterioso mundo do sadomasoquismo, abordando
gostos sexuais que muitos chamariam de bizarro, pertencentes a este mundo
anônimo, onde a dor, a humilhação e o prazer se confundem de tal maneira que se
torna impossível diferenciá-los. Assim, no livro, há aqueles que se excitam com
lambidas em delicados pés femininos, ou sendo pisados por pés femininos
calçados com sapatos de finíssimos saltos; um mundo que, aos poucos, ao lermos
o romance, descobrimos que não é tão distante de nossa realidade, pois quem
nunca ouviu histórias sobre um fulano, amigo do amigo de um amigo, que possui
desejos estranhos como preferir mulheres grávidas ou menstruadas, fantasiando,
durante o ato sexual, ter-lhes desvirginado?
Este mundo escondido,
guardado na penumbra do anonimato, à sete chaves, cheio de desejos estranhos, aos
poucos vai sendo vasculhado pela mídia, pelas beiradas, como fazemos quando
comemos algo delicioso, mas quente, com pequenas colheradas, por meio de filmes
e livros que aborda o assunto como inocentes jogos amorosos entre casais, mas
esquecem o lado mais extremo deste: o centro quente do prato. Contudo, algumas
vezes, este mundo deixa-se mostrar da forma mais terrível e direta possível,
por meio de acidentes que vitimam seus praticantes, ou por meio de livros como
o SEXO, PERVERSÕES & ASSASSINATOS.
E embora haja a descrição de dezenas de desejos sexuais não-convencionais e
curiosidades sexuais no romance, como o bondage, o bukkake, a bestialidade e a
coprofilia, um possui especial valor já que é importante para a trama policial
do livro: a asfixia erótica, que algumas vezes deixa o anonimato e invade as
páginas de jornais, demonstrando da forma mais direta possível sua existência, como os conhecidos casos de morte por asfixia
auto-erótica, do ator David Carradine e do vocalista, Michael Hutchence, da banda
INXS.
Acima o corpo de David Carradine
O romance, desde sua
primeira página, aborda esta obscura prática sexual de se obter prazer por meio
da falta de oxigênio, através do enforcamento produzido por objetos como
cordas, cinto ou sacos plásticos; praticado com um acompanhante, sendo um dos
parceiros o agente do enforcamento, ou sozinho, no caso da masturbação. E aqui
mora o perigo, já que ao estar sozinho o praticante pode desmaiar e perder o
momento certo de desfazer a asfixia.
Tal prática cresce vertiginosamente
entre os jovens.
“Descobri que o
sufocamento me excitava durante a adolescência, quando lutava jiu-jítsu e
curtia golpes como o mata-leão”, diz. “Sentia uma moleza boa, parecida com a do
orgasmo. Anos depois, descobri que aquela era só uma das minhas tendências
sadomasoquistas.” Afirma a chef de cozinha Margoth, 26 anos*.
Abaixo, o trailer do documentário "Liturgia do Prazer":
Abaixo, o trailer do documentário "Liturgia do Prazer":
No romance durante a
autópsia de alguém suspeito de ter morrido afogado, perante evidências como “um
leve filete de esperma no pênis; sinais de enforcamento, como face arroxeada e
marcas no pescoço; além de marcas e roxuras nos pulsos”, o personagem Moreira,
contrariando tal possibilidade, questiona:
“Mas estes não poderiam
ser apenas sinais de enforcamento?”
E em seguida, perante a
perplexidade da legista, explica:
“Sempre ouvi falar que os
enforcados sempre gozam antes de morrer, ou, pelo menos, estes sempre expelem
esperma”.
E obtém da legista uma
resposta irônica:
“Ééééééééh!... Talvez, seja
por isso que eles sempre estão com a cara comprimida, de gozo... E a língua
esticada? Sinais de sexo oral, não, investigador? – indagou a bela legista aos
risos. - Não se deve dar sempre ouvidos ao que o povo fala – respondeu-lhe
Renata, finalizando a frase com um leve piscar com seu olho esquerdo”.
O que surpreende na
pergunta do personagem Moreira é que, conhecendo bem a asfixia erótica, a
pergunta não parece ser tão descabida como supõe a legista, e o autor do livro
conduz a história de tal modo a levar o leitor a se surpreender com o que é
dito, em seguida, pela legista:
“Bem, há relatos de que
alguns homens morrem na forca com o pênis ereto. O que demonstraria, no máximo,
uma relação obscura entre o estrangulamento e a fisiologia do prazer sexual.
Mas não devemos exagerar tanto, investigador, pois se assim fosse certamente
teríamos milhares de enforcados ao ano”.
Assim, o que parecia ser
um absurdo ganha aos poucos fundamento, até descobrirmos que cerca de 500 a
1000 pessoas, só nos Estados Unidos, são vitimadas a cada ano praticando a
asfixia erótica, embora em muitos casos sejam interpretados como suicídios.
Qual seria então a obscura relação entre o estrangulamento e a fisiologia do
prazer sexual?
O psiquiatra Luiz Sperry
César, do Hospital Emílio Ribas, explica:
“Durante a asfixia, o
nível de oxigênio no cérebro diminui e produz um torpor semelhante ao do
orgasmo”.
Já o psiquiatra Afonso de
Albuquerque nos explica que "ao nível do cérebro, o lóbulo frontal
vai sendo desligado pela falta de oxigenação. Ficam assim desinibidas todas as
estruturas que gerem o autocontrole, o que leva ao aumento da intensidade das
fantasias, da ereção, chegando mesmo a atingir-se o orgasmo".
Segundo o Dicionário Da
Vida Sexual: “O pescoço é um istmo pelo qual passam canais e nervos
relacionados com todas as funções vitais, principalmente porque estabelecem
conexão entre o encéfalo e o corpo que ele comanda”.
Por esta razão o pescoço
tem obtido especial atenção nos momentos mais eróticos, com beijos, mordidas e também
asfixia.
*www.mfdmargoth.blogspot.com.br
Abaixo, um video do INXS:
Abaixo, um video do INXS:
Conheça o
blog de fetiche e contos eróticos “INFERNO DE SADE”: http://infernodesade.blogspot.com.br/
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