domingo, 28 de novembro de 2021

A GLÂNDULA PINEAL E AS EXPERIÊNCIAS DE QUASE-MORTE



A GLÂNDULA PINEAL E AS EXPERIÊNCIAS DE QUASE-MORTE

Muitos dizem que experiências sobrenaturais são invenções, criações imaginárias da mente humana, e que nenhuma suposta experiência sobrenatural resistiria a uma boa análise científica. Contudo há uma forma de experiência sobrenatural que tem resistido a qualquer análise científica e muitas delas acontecem em um ambiente bastante científico, com pessoas submetidas a aparelhos de detecção de reações fisiológicas, que negam as convicções dos mais céticos. Estou falando das chamadas experiências de quase-morte.

Há milhares de relatos de pessoas que durante operações cirúrgicas, narram terem tido experiências de quase-morte, no momento em que, segundo seus médicos (e comprovado por aparelhos hospitalares), não poderia haver nenhuma atividade cerebral consciente no paciente. Essas pessoas relatam terem saído de seus corpos, visto a si próprios deitados na mesa de cirurgia e, em muitos casos, chegam a descrever instrumentos e os procedimentos usados pelos médicos durante a operação, chegando ao ponto de citar nomes dos aparelhos e de pessoas presentes à cirurgia, e tendo sido confirmado pelos profissionais envolvidos.

O canal do youtube Afinal, O Que Somos Nós? se dedica a coletar estas experiências por meio de entrevistas com os envolvidos. O canal, que possui dezenas de relatos, é comandado pelo neurocirurgião Edson Amâncio e pelo físico Carlos Mendes.

Há relatos de experiências que se originaram das mais variadas formas: afogamento, acidente de carro, atropelamento, AVC, complicações cirúrgicas, ataque cardíaco, choque elétrico, etc. E surpreendentemente há relatos, em menor número, de pessoas que tiveram tais experiências sem terem passado por fatos drásticos, bastou apenas um simples acordar, ou meditar.

Os Sentimentos

Em quase todos os casos, o entrevistado afirma ter sido inundado por um profundo sentimento de paz, amor e familiaridade com o lugar vivido em sua experiência de quase-morte, e que ao voltar ao corpo sente toda a dor e desconforto causado por sua enfermidade. 

Todos parecem também ser unânimes em afirmar que os fatos e sensações vividos por eles não se assemelham a sonhos, e muito menos obedecem às descrições dadas por suas religiões. Ateus descrevem terem deixado sua descrença de lado e passado a crer na existência de algo além da morte, após suas experiências de quase-morte; e com a experiência passam a não temerem mais a morte. 

O Ambiente

Em tais relatos é comum a presença de outros indivíduos que aparentam estar na mesma situação dos entrevistados; há  também criaturas humanoides em forma de luz, que estão lá para auxiliar, ou apenas testemunham a experiência. E em muitos casos é relatado a presença de familiares já falecidos. É dito também que a comunicação não se dá por meio da fala ou de gestos, mas pelo puro pensamento, como uma espécie de telepatia; e os entrevistados afirmam possuir durantes estas experiências uma visão global de tudo ao redor, não necessitando mover os olhos para captar o ambiente; é há até mesmos aqueles que relatam terem tido contato com OVNIS durante estas experiências.

É também bastante curioso a descrição dos ambientes onde ocorrem tais experiências, que são muito mais variados do que os tradicionais túneis de luz e o “vi minha vida passar em minha frente como se fosse um filme”. Há relatos de pessoas que descreveram terem ido para salas de paredes brancas, ou sem paredes alguma, como uma sala de espera, sempre com uma delimitação que conduz a outro ambiente, a um ambiente ainda não permitido de ser ultrapassado pelo entrevistado; em outros casos a pessoa flutua sempre mais alto da Terra, alcançando o espaço infinito em direção a um ambiente de muita luz vislumbrado por meio de uma porta, por exemplo; outros relatam terem sidos transportado para um lugar paradisíaco, com gramas verdes e um belo céu, diferente do terrestre. 

Nem Sempre a Experiência é Boa

Contudo, enquanto a grande maioria relata terem alcançado um ambiente de total ausência de dor, de muita paz e amor absoluto, alguns entrevistados, certamente um número bem menor de pessoas, relataram vivenciados um ambiente horrível, de destruição, e com pessoas sofrendo, envoltos em sentimentos de angústia, medo e desespero. Destaco aqui o relato impressionante de um dos entrevistados, que narrou sua estadia, por alguns dias, em um ambiente de campo aberto, em que pessoas mutiladas se contorcia com dor, no chão, enquanto uma criatura gigantesca e disforme caminhava pelo campo mutilando os corpos que não morriam e continuavam a sofrer. Ele procurava fugir do local, orientado por uma voz que o alertou para não entrar em uma passagem onde se vislumbrava uma fogueira; a voz dizia-lhe que se ele entrasse ali, não conseguiria mais voltar.

Como Explicar as Experiências de Quase-Morte?

Acompanhando as entrevistas, vê-se que alguns dos entrevistados afirmam que seus médicos atribuíram tais experiências como efeito da anestesia, ou de outro medicamento, ao mesmo tempo que alguns ficam perplexos pela experiência acontecer em um momento de extrema inconsciência, como durante de uma parada cardíaca, em que os entrevistados não possuem nenhuma atividade consciente. Contudo, a maioria dos cientistas tentam explicar o fenômeno como efeito do DMT, o dimetiltriptamina, uma droga alucinógena natural produzida pelo corpo, principalmente pela glândula Pineal, localizada no cérebro, responsável por criar nossos sonhos, e que quando sob grande estresse, nosso corpo a reproduziria em maiores doses, gerando estes relatos maravilhosos; e até se conseguiu reproduzir casos semelhantes aplicando altas doses de DMT em pacientes durante experiências. 

Porém, estas explicações não explicariam os detalhes vistos pelos entrevistados durante suas experiência de quase-morte, acontecido ao seu redor; detalhes que depois foram confirmados como acontecidos de fato, como o caso do senhor Nilton David que, após ter se acidentado durante um voo de asa delta, durante sua experiência de quase-morte pôde ver onde havia caído a mochila que carregava antes do acidente, e com base nas visões que tivera, pôde mapear a região e o local onde se encontrava a mochila, mochila que posteriormente foi encontrada com base em sua informação. E para todos os entrevistados, esses detalhes são a prova incontestável de que saíram de seus corpos.

Para terem obtidos estes detalhes minuciosos, seria necessário que seus relatos houvesse de fato acontecido e não apenas frutos de alucinações criadas por suas mentes sob os efeitos do DMT.

Seja prova ou não da existência de vida após a morte, as experiências de quase-morte provam que ainda se sabe pouco sobre a consciência humana, e que tais experiências devem nos dar uma nova concepção de consciência.

Para acessar o canal: Afinal, o que Somos Nós? 

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

NASCE UMA LENDA: “O CÃO FANTASMA DO PALACETE BOLONHA”



NASCE UMA LENDA: “O CÃO FANTASMA DO PALACETE BOLONHA”

Lendas são histórias criadas de forma anônima e repassadas, oralmente, de geração em geração; e sempre quem narra dá sua própria versão à história, não raro, adicionando fatos novos, ou, aumentando ainda mais algum aspecto espantoso delas para chamar mais atenção dos ouvintes. Por isso é comum que uma lenda tenha várias versões diferentes, até que surge alguém disposto a registrá-la no papel, tornando a versão escrita a oficial, que nada mais é do que a versão daquele que a registrou por escrito --- os contos de fadas são um bom exemplo disso.

Walcyr Monteiro Registrou Lendas de Belém em
 seu Livro Visagens e Assombrações de Belém

Mas, algumas vezes, essas regras são quebradas originando causas diferentes para a criação de lendas, que surgem não de fontes anônimas, mas por meio de obras de autores conhecidos que com o tempo acabam tendo o nome esquecido, e sua obra acaba se popularizando de forma indireta, de boca à boca, terminando por ser vista como lenda por aqueles que a reproduzem sem saber sua real origem, passando a ser vistas erroneamente como anônimas. 

Um bom exemplo disso, é a lenda da cidade de Recife (PE), conhecida como A Lenda da Emparedada da Rua Nova.

A lenda conta que há muito anos atrás na Rua Nova, um rico comerciante após saber que sua única filha havia se engravidado de alguém que ele considerava indigno de ser pai de seu neto, por desgosto, mandou amarrar e emparedar a filha em sua própria casa antes de viajar com a esposa para Portugal. 

Para Saber Mais Sobre a Lenda, Clique em: Investigando a Lenda da Mulher Emparedada Viva, de Recife.


Ao que tudo indica, essa lenda foi criada pelo escritor Joaquim Maria Carneiro Vilela (1846 - 1913), em seu livro A Emparedada da Rua Nova, que foi publicado em capítulos durante o mês de agosto de 1909 e janeiro de 1912, em um jornal bastante popular da cidade.

A história da emparedada se tornou tão popular que, ao contrário de seu autor, não foi esquecida, se tornou lenda anônima para a população da região. O interessante é que a história se enraizou tanto no imaginário da população que, mais de um século depois da publicação do livro, sua história ainda origina toda uma variedade de relatos fantasmagóricos de pessoas que juram terem visto o fantasma de uma mulher segurando um bebê, atribuindo a visão ao fantasma da emparedada e de seu filho.

Essa forma de criação de lenda urbana tornou-se bastante comum com o surgimento da internet, principalmente com a chamada Deep Web, com as mais diversas histórias escabrosas, que são contadas com a afirmação de que foi obtida do relato de quem presenciou o acontecido, citando alguma fonte segura de sua origem, como nome de jornais, nome de pessoas, cidade e endereço, que leva a aparentar ter mesmo acontecido, mas sem que haja qualquer comprovação, fato que acontece com a história narrada no livro A Emparedada da Rua Nova.

Pois não é que em nossa cidade, Belém, algo semelhante está acontecendo com um conto escrito para esse blog, que está também presente no livro Após a Chuva da Tarde - A Lenda do Cão Fantasma do Palacete Bolonha.

O conto passou a ser citado junto com lendas anônimas associadas ao Palacete Bolonha, tanto em vídeos de mistérios do youtube quanto em comunidades do Facebook, sendo reproduzido como uma das Lendas Urbanas de Nossa Cidade, citada junto com lendas antigas e tradicionais de nossa cidade, como as da "Moça do Táxi", e a "Lenda da Cobra Grande". O conto narra a ocorrência de assassinatos monstruosos causados por um misterioso cão negro que habitaria as dependências do Palacete Bolonha, que protegeria o belo prédio de vândalos e ladrões, e que estaria associado a figura do cão negro que se encontra em sua entrada.

Leia ou Ouça o Conto Clicando Aqui: O Cão Fantasma do Palacete Bolonha.

É curioso acompanhar o surgimento de uma nova lenda, quando se é o autor dela. O que me leva a imaginar que as outras lendas também tiveram seus autores conhecidos, e que seus nomes simplesmente se perderam no tempo por puro descaso e desinteresse da população por seus autores.

Abaixo, leia algumas lendas de Belém produzidas pela comunidade Belém Ontem e Hoje do Facebook, que também acrescentou a elas, um resumo do conto O Cão Fantasma do Palacete Bolonha.