quarta-feira, 26 de julho de 2023

AFINAL, QUEM É A MISTERIOSA MULHER DA FOTO ANTIGA?

AFINAL, QUEM É A MISTERIOSA MULHER DA FOTO ANTIGA?

Recentemente um texto escrito para divulgar o livro “Após a Chuva da Tarde - um Romance Gótico Amazônico” viralizou na internet, chegando a milhares de compartilhamentos, extrapolando os limites das redes sociais, transformando-se em vídeos e matérias de jornais. O texto mostrava uma foto antiga de uma bela mulher vestida ao modo do século XIX. Logo associaram a foto a personagem do romance, Camille Monfort uma cantora lírica que vivera de 1869 a 1896, e que ao vir para Belém do Pará, era vista, seminua, a se refrescar durante a chuva da tarde algo impensável para uma dama da sociedade , e por suas crenças, espírito livre, para uma mulher de seu tempo, e hábitos noturnos, fora associada ao vampirismo.

 

Montagem Tirada do Jornal No Amazonas é Assim

Críticos logo se levantaram, disseram que alguém com o nome de Camille Monfort jamais havia cantado no Theatro da Paz, durante sua suposta estadia, em 1896, mesmo que no livro citado seja dito que nem sempre ela usara o mesmo nome; disseram também que a foto não poderia ser dela, já que esta trazia a marca de um estúdio fotográfico inglês, Elliotte & Fry, que fechou em 1901, devido a um bombardeio, e que o nome real da moça havia se perdido para sempre em meio aos escombros da explosão. 


Discordaram também que ela pudesse ter sido enterrada no belo Cemitério da Soledade, já que este havia fechado em 1880, portanto 16 anos antes do suposto enterro da cantora lírica. Estes esquecem que os mausoléus continuavam a receber seus ricos cadáveres, e que a regra geral, só valia para os desvalidos. Ah, até na morte os ricos têm seus privilégios!




Já para os mais imaginosos, a bela moça da foto seria Caroline M. Bell, uma viajante do tempo, que ostenta em suas mãos um iphone algo inconcebível para sua época. Segundo essa mesma fonte, sua foto fora achada durante a reforma do antigo Hotel Nanau, em 1970, em meio a um diário, provavelmente escrito, a contar por suas anotações, por Floyd Treible Manau, pertencente a família proprietária do hotel, escrito entre 1901 e 1902, que, além de cartas e poemas dedicados à jovem da foto, por quem se apaixonara, anotou também no diário informações sobre mudanças de costumes no mundo e novos objetos tecnológicos descrito por Caroline, e que ocorreria somente em décadas futuras inconcebíveis para sua época.






Acima, Páginas do Misterioso Diario e a Capa
com a Inscrição "Chérie" (Querida em Francês)

Portanto, de um lado temos uma suposta vampira, do outro, uma viajante do tempo, e em meio a isso, uma foto perdida de uma bela mulher que ninguém sabe ao certo o nome. 


Mas, na verdade, a identidade de vampira e de viajante do tempo, não se excluem mutuamente, podendo realmente se tratar da mesma pessoa, ou quem sabe da mesma personagem.



Fotos Autênticas dos Estúdios Fotográficos Elliotte & Fry

Mas a verdade é que a moça da foto jamais existiu, ela é o resultado do banco de dados e dos frios processos do Midjourney, um programa de inteligência artificial que cria belas imagens, incluindo imagens de pessoas que nunca existiram, que fora anexado às páginas de antigos documentos reais vendidos pela internet, e tudo montado por Philipe Kling David para um de seus contos sobre uma viajante do tempo, chamada de Caroline M. Bell, que fora também usado como ilustração para meu texto de divulgação do romance “Após a Chuva da Tarde”.


May Sinclair

É impressionante como a imagem de alguém que nunca existiu é capaz de causar tanto interesse e sentimentos no público. Talvez pelo fato de que, assim como a inteligência artificial cria imagens por meio de partes de imagens reais existentes de rostos humanos reais , que evoca em nós comparações com alguém que nós conhecemos, por isso, certa familiaridade, a história de Camille Monfort, é também composta de fatos reais, um composto das histórias e vidas de mulheres que desafiaram seu tempo, como a da francesa Sarah Bernard (1844 - 1923), atriz e dançarina francesa, que, de espírito livre, escandalizou os mais conservadores de seu tempo por sua inteligência e talento, e da escritora inglesa May Sinclair (1863 - 1946), membro da Liga Sufragistas de Autoras, membro também de uma das primeiras clínicas a oferecer treinamento psicanalítico na Inglaterra e também da Sociedade de Pesquisa de Fenômenos Psíquicos e Paranormais de Londres, cuja a novidade das materializações espirituais, causava preconceito na sociedade, não raro, criando nomes ofensivos aos seus praticantes, que eram comumente chamados de bruxas, necromantes e também vampiros; soma-se a isso, os hábitos extravagantes de Sarah Bernard, que gostava de passear por Paris com um chapéu que exibia ao alto um morcego empalhado e seu frequente hábito de dormir em um caixão que também era usado em suas apresentações.


Sarah Bernard

Mas, ao julgar pelos fatos, quantas Camilles Monfort não existiram, que se impuseram por sua inteligência e talentos próprios, e a personagem do livro tem um pouco de todas elas.



Para Adquirir o Livro Clique em: Após a Chuva da Tarde - um Romance Gótico Amazônico.  

 

terça-feira, 25 de julho de 2023

ARTHUR BERZINSH E SUA ARTE IRREVERENTE


ARTHUR BERZINSH E SUA IRREVERENTE ARTE

Arthur Berzinsh é um pintor e músico da Letônia, nascido em 1983. responsável por várias capas de álbuns de bandas de rock. Sua obra mistura técnicas de pintura com digitação moderna; também utilizam de temas renascentistas e clássicos, com grande pitada de humor, sarcasmo e irreverência.




Nesses dias de imagens criadas por inteligência artificial, é uma grande alegria contemplar obras com características tão humanas, o humor e a irreverência, as mais características das qualidades humanas.












segunda-feira, 24 de julho de 2023

"APÓS A CHUVA DA TARDE": ADAPTANDO A LITERATURA GÓTICA AO CALOR AMAZÔNICO



“APÓS A CHUVA DA TARDE”: Adaptando a Literatura Gótica ao Calor Amazônico

Histórias góticas são mais conhecidas por seu clima de mistério, sobretudo pelas imagens sombrias associadas a castelos europeus; antigos cemitérios; ruas tomadas por espessa neblina e clima frio, que dão à história uma atmosfera sombria, contribuindo para a sensação de solidão dos personagens encerrados em algum ambiente claustrofóbico e sombrio. Assim tem sido desde o surgimento da literatura gótica, em 1764, com a obra inglesa O Castelo de Otranto, de Horace Walpole.


Mas, de modo mais preciso, obras de literatura gótica possuem elementos recorrentes que a definem; são eles:

  • Espaço: O ambiente é extremamente importante para uma obra gótica, que pode ser um castelo, uma mansão vitoriana, uma cidade, um laboratório, etc. O importante é que algo o ligue aos seus moradores, mantendo uma ligação bastante forte com estes, que pode ser: um segredo de família, guardado em um de seus quartos fechados; uma maldição; fantasmas, etc., algo que represente o passado assombrando seus moradores;

  • Transgressão: É comum em obras góticas indivíduos ou famílias com comportamentos que transgrida leis divinas ou normas sociais da época, seja por meio do assassinato, do incesto, do sexo, etc.

  • Sobrenatural: É também comum que histórias góticas tenham elementos sobrenaturais --- fantasmas, maldições, pactos diabólicos, seres com poderes não-humanos, etc. --- que podem ser explicadas como não sendo coisa do outro mundo, ou como algo que não possa ser explicado pelas leis da natureza.      

  • Atmosfera Tensa: Obras de literatura gótica não são construídas para provocar susto, não descrevem violência ou horror, mas provoca no leitor um clima de tensão, inquietação, perturbação;


Observação: Uma obra gótica não é necessariamente uma obra de terror, mas quando o terror assume o papel principal e esteja envolto de elementos góticos (como os de cima), chama-se terror gótico.


Então, após a descrição dos cenários europeus como parte essencial das obras góticas, como uma obra gótica poderia ser adaptada a países de clima quente, semelhante ao Brasil, ou mais especificamente à Amazônia, como se propõe o romance “Após a Chuva da Tarde”, que tem como um dos seus subtítulos: “um Romance Gótico Amazônico”?


Adaptando o Gótico ao Calor Amazônico

Em “Após a Chuva da Tarde”, de subtítulo: “Um Romance Gótico Amazônico”, todos os elementos da literatura gótica estão incrivelmente adaptados à Amazônia, especificamente, à cidade de Belém, uma região quente, de sol abrasador, tão distante do clima frio e de espessas brumas dos países europeus.


Mas como o autor de "Após a Chuva da Tarde" conseguiu adaptar uma obra gótica à cidade de Belém? Porém antes de responder, vamos a sinopse do livro:


Uma enigmática cantora lírica francesa, Chamada Camille Monfort, que tivera uma breve estadia na cidade de Belém, durante o auge da riqueza da venda da borracha, em 1896, e que provocou escândalos devido seu comportamento livre das convenções sociais de seu tempo, é relembrada, em 1934, pelos moradores da cidade, de duas formas: por meio de notícias de jornais da época sobre sua estadia e pelo testemunho de personagens que conviveram com ela durante sua passagem por Belém, contada de forma realista; a outra forma é contada por personagens populares, que a concebem envolta em mistérios, boatos e lendas, de forma mágica, como uma sedutora vampira, cabendo ao leitor se decidir sobre qual das versões é a verdadeira.


O romance também possui outras tramas que se entrelaçam e se cruzam, com personagens fantásticos dividindo as cenas com importantes personalidades reais da história da cidade de Belém e também com criaturas míticas das lendas e do folclore amazônico, como o boto encantado e a moça do táxi, tudo em um clima gótico com pitadas de fantasia e realismo mágico.


A Transposição dos Elementos Góticos para a Cidade de Belém


O Espaço


Palacete Bolonha

As sombrias mansões vitorianas da literatura gótica inglesa são substituídas pelos belos palacetes de Belém, construídos durante o rico período do Ciclo da Borracha; construídos no estilo francês da Art Nouveau; destaque, aqui, para o belo Palacete Bolonha, um dos cenários do romance e um marco do rico período do Ciclo da Borracha, construído com os adornos em estilo Rococó, telhados góticos e detalhes da Art Nouveau.


Palacete Bibi Costa

Em “Após a Chuva da Tarde”, como em um bom romance inglês gótico, os palacetes estão carregados de tétricas lembranças que, tal qual fantasmas, assombram seus moradores, mantendo uma forte relação com eles, tão fortes e emotivas que fazem dos palacetes verdadeiros personagens.



O autor também se utiliza da famosa chuva da tarde de Belém do Pará (daí o título do livro), que refresca o forte calor amazônico e, não raro, com suas espessas nuvens escuras, dão ao clima da tarde de Belém um aspecto sombrio, misterioso e ameno, mergulhando a cidade em um clima propício para a narração de histórias sombrias e misteriosas, servindo de substituto às espessas brumas europeias.



Inclui-se nisso, o belo e antigo Cemitério da Soledade, com seus mausoléus sombrios e belos, e com uma trágica história para contar: fora construído para acomodar os cadáveres daqueles que tombaram com as epidemias de cólera e febre amarela, em 1853.


A Transgressão

Acima, uma Polaca, Nome Dado às Mulheres que Eram Enganadas com Promessa de Casamento, e Obrigadas a se Prostituírem no Brasil

O romance aborda as transgressões morais dos ricos barões da borracha, que chegavam a importar mulheres da Europa, torturavam desafetos nos porões de seus palacetes, e soma a estes fatos um tom vampiresco com a presença de uma cantora de ópera que rompe com a postura submissa de boa moça imposta às jovens da época, mostrando toda a hipocrisia que se escondia sob a falsa capa virtuosa dos ricos senhores da época.


O Sobrenatural

Representação da Matinta Perera pela IA

O romance “Após a Chuva da Tarde” toma do rico folclore amazônico e das sombrias lendas urbanas da cidade de Belém, sua dose de sobrenatural, acrescentando a elas o elemento vampiresco, e explorando as semelhanças entre a lenda dos vampiros europeus e a lenda do boto amazônico.


A Atmosfera Tensa

Francisco Bolonha

A atmosfera tensa do romance provém das próprias lendas sombrias associadas aos palacetes citados no romance, como a história de que antes da construção do Palacete Bolonha seu terreno já carregava a sinistra fama de ser um local onde corpos de escravos eram desovados, o que para alguns deu ao palacete e seus moradores uma influência malfazeja; soma-se a isso as aspectos sombrios das lendas amazônicas, que poucos conhecem esse lado, além das lendas urbanas da cidade de Belém, como a famosa lenda de Josephina Conte, a Moça do Táxi, que no romance é uma das personagens.




Para Adquirir o Romance “Após a Chuva da Tarde”, Clique Aqui

quarta-feira, 12 de julho de 2023

RESENHA DO LIVRO "APÓS A CHUVA DA TARDE" (por Timoty Reichenbach)







RESENHA DO LIVRO “APÓS A CHUVA DA TARDE” (por Timoty Reichenbach)

O romance Após a Chuva da Tarde, do paraense Bosco Chancen, veio como uma agradável chuva de verão trazendo vida nova a uma terra árida e estéril de criatividade e inovações como tem sido as histórias atuais de vampiros, que parecem repetir, ad infinitum, a mesma fórmula.


Após a Chuva da Tarde rompe com estereótipos e traz inovações às crônicas vampirescas, a começar pelo ambiente, que tem como cenário a Amazônia, mais precisamente a cidade de Belém capital do estado do Pará. E torna-se mais singular ainda quando vampiros londrinos passam a conviver, lado a lado, com personagens de mitos amazônicos, tais como a Princesa do Mayandeua, ou as terríveis matintas pereiras, ou ainda compartilham maldições com personagens de lendas urbanas da cidade de Belém, como a lenda de Josephina Conte, a famosa Moça do Táxi, que é um dos personagens do romance.




Outra inovação fundamental do referido romance, pela primeira vez um romance de vampiro torna-se um Romance Histórico, tendo como pano de fundo a Belle Époque amazônica (1870), período importante em que cidades da região se tornaram ricas exportadoras de látex, tendo como modelo de urbanização cidades importante da Europa; tal período ficou conhecido como Ciclo da Borracha, quando o látex extraído das seringueiras era a matéria-prima dos pneus dos automóveis, exportada para o mundo todo, enriquecendo fazendeiros, da noite para o dia, fazendo da cidade de Belém o centro cultural da Amazônia e do Theatro da Paz palco para grandes artista que desafiavam a selva amazônica para mostrar sua arte.


Palacete Bolonha

O referido romance também toma como personagens personalidades históricas e misteriosas da cidade de Belém que deram origem a lendas urbanas ainda conhecidas na região um desses é o famoso engenheiro Francisco Bolonha e seu misterioso palacete, que no romance torna-se mais que apenas um dos cenários da trama, mas se tornando um verdadeiro personagem; e muitos outros.




Por último, não posso deixar de comentar sobre a escrita do autor, que usa dos cinco sentidos para descrever as paisagens da Belém antiga; descreve o cheiro das suas ruas dos anos de 1930, como se estivéssemos a passear pelo Largo da Pólvora (Praça da República), o Boulevard da República (hoje, Boulevard Castilho França), ou ainda nos leva a nos sentir nos famosos saraus do Palacete Bolonha, na primeira metade do século XX.


Mas vamos a uma breve sinopse do romance:

Na Amazônia, uma antiga tradição ensina, em noites de lua cheia, a amassar dentes de alho e a jogar no rio a fim de afugentar botos e impedi-los de que, transformados em um belo rapaz, entrem nas casas de ribeirinhos, seduza mulheres presentes e as leve para o fundo do rio. A mesma tradição também aconselha pôr crucifixos nas portas e jogar água benta nos rios.

É impossível não identificar os mesmos procedimentos usados em lendas europeias para afugentar vampiros… Sim, a Amazônia também tem seus seres vampirescos.

***


Em 1896, a riqueza proporcionada pela extração da borracha trazia grandes artistas europeus para os teatros da Amazônia. Entre eles, uma bela e misteriosa cantora lírica, Madame Camille Monfort (1869 - 1896), que escandalizou a conservadora sociedade da época por seu comportamento livre e por ter sido acusada de vampirismo e de ter trazido um misterioso culto vitoriano à Amazônia. 


Em meio a experiências alucinógenas com o chá da ayahuasca e o rico folclore e lendas amazônicas, a história da cantora lírica Camille Monfort (ainda hoje, misteriosa e desconhecida) é contada aqui por meio de matérias de jornais da época e do testemunho daqueles que a conheceram.






É uma pena saber que tão inovadora obra terá tão pouco acolhimento, por ter nascida em um país que oferece oportunidades escassas a escritores nacionais, e cujo povo possui quase nenhum interesse por sua própria história, e com tão poucos leitores.


Peça o Seu Exemplar Aqui. 

sexta-feira, 7 de julho de 2023

CAMILLE MONFORT: A Vampira da Amazônia



EM 1896, A CIDADE DE BELÉM enriquecia com a venda da borracha amazônica. Os Fazendeiros prosperavam, construindo luxuosas mansões com materiais importados da Europa, e suas esposas e filhas mandavam suas roupas para o velho continente para serem lavadas e tomavam banho com água mineral importada de Londres. 


Theatro da Paz, Fundado em 1878

O Theatro da Paz era o centro da vida cultural da Amazônia, com artistas vindos da Europa. E entre eles, uma chamou especial atenção por sua grande beleza, a encantadora cantora lírica francesa Camille Monfort (1869 - 1896), que causou desejos inconfessáveis em ricos senhores, e ciúmes em suas esposas. 




Camille também provocou indignação por seu comportamento livre das convenções sociais de seu tempo. Ela era vista, seminua, a dançar pelas ruas de Belém, enquanto se refrescava sob a chuva da tarde, despertando também olhares curiosos com seus solitários passeios noturnos, com seus longos vestidos negros, à beira do Rio Guajará em noites de lua cheia. 

 

Boatos maliciosos logo se espalharam sobre ela. Dizia-se que era amante de Francisco Bolonha (1872 - 1938), que a trouxera da Europa, que lhe dava banho de champanhe, que fora atacada pelo vampirismo em Londres, devido à sua palidez e aspecto frágil, e que hipnotizava suas vítimas com sua linda voz, drenando-lhes o sangue. Tal boato ganhou força com relatos de jovens desmaiando nos corredores do teatro, explicado como o efeito da forte emoção de sua música. 


Contava-se, também, que ela possuía o poder de se comunicar com os mortos, materializando seus espíritos em densas brumas que expelia de seu próprio corpo em misteriosos cultos. Eram as primeiras manifestações na Amazônia do que viria a se chamar de Espiritismo. 


Cemitério da Soledade, Construído em 1850

No final de 1896, uma epidemia de cólera atingiu Belém, fazendo de Camille Monfort uma de suas vítimas, sendo sepultada no Cemitério da Soledade. 




Sua sepultura ainda está lá tomada pelo limo, musgo e pelas folhas secas, sob uma enorme mangueira que a faz mergulhar na obscuridade de sua sombra, apenas clareada por alguns raios de sol que se projetam por entre suas folhas verdes. É um mausoléu de linhas neoclássicas com um portão fechado por um velho cadeado enferrujado, de onde pode-se ver um busto feminino em mármore branco sobre a ampla tampa do túmulo abandonado; e, fixado à parede, uma lápide com uma pequena imagem emoldurada de uma mulher vestida de preto, onde pode-se ler: 


Aqui Jaz

Camille Marie Monfort (1869 - 1896)

A Voz que Encantou o Mundo


Mas há rumores que afirmam que seu túmulo está vazio, que sua morte fora apenas uma encenação, e que Camille Monfort ainda vive na Europa, aos 154 anos de vida. 


Quando você visitar o Cemitério da Soledade, em Belém, não esqueça de visitar seu túmulo, e lhe depositar uma rosa vermelha; e não se assuste se, no dia seguinte, a rosa tenha se tornado sangue. 


(* Pequeno Resumo de Divulgação do Romance Após a Chuva da Tarde).





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