segunda-feira, 14 de outubro de 2019

O MISTÉRIO DO PALACETE BOLONHA


O MISTÉRIO DO PALACETE BOLONHA
A lenda Mistério do Palacete Bolonha começa com uma história de amor. O engenheiro Francisco Bolonha, personagem principal desse mistério, se apaixona pela pianista carioca Alice Tem-Brink e promete a amada que, se ela fosse morar com ele em Belém, construiria para ela um palacete que não deixaria nada a desejar aos europeus.


E foi o que Bolonha fez. Mandou erguer, no ano de 1905, uma das edificações mais importantes da arquitetura de Belém do Pará. O Palacete é um prédio em estilo art noveau, com características clássicas da época do Ciclo da Borracha. E foi construído com o que de mais moderno, em termos tecnológicos, o dinheiro podia comprar. O arquiteto uniu vários estilos arquitetônicos no edifício e realizou a morada mais suntuosa e luxuosa da cidade àquela época.

Mas o que intriga a todos que passaram pelo Palacete Bolonha, são os incidentes macabros ocorridos lá. Uma sucessão de fatos e acontecimentos que permanecem sem resposta nos últimos cem anos. Dizem que o Palacete é um lugar amaldiçoado, ou por ter sido construído sob um antigo brejo, onde se jogavam os corpos dos escravos, ou em função de uma circunstância misteriosa e sobrenatural da vida do engenheiro. Vamos aos fatos.


















Francisco Bolonha nasceu em Belém do Pará no ano de 1870, oriundo de uma família tradicional da cidade que fez sua riqueza através do lucro da extração da Borracha e a venda de escravos. Durante a infância a família se muda para a Europa, para o tratamento da frágil saúde de sua mãe, Henriqueta Bolonha. Vão morar em Paris e aparentemente vivem uma vida tranquila. Mas na volta ao Brasil, depois de alguns anos, ele vive a sua primeira grande tragédia, sua mãe, infeliz por voltar ao Brasil se joga ao mar na frente do menino Bolonha, que “impávido” vê sumir o corpo da mãe nas profundas águas do oceano atlântico.

Aos 10 anos de idade Bolonha, sente o peso da tragédia familiar e volta a Belém, fica quase um ano sem se falar e isso preocupa seu Pai, “Manoel Bolonha”, que tenta de todas as formas ajudar o filho, O menino passa por médicos, psiquiatras, padres, Curandeiros indígenas, até que por conselho de alguém, Manoel da ao menino um cão, da raça “Rotvailer” que o acompanha pelo resto de sua vida. Em algumas semanas Bolonha volta a falar e retoma sua vida. Aos 16 anos Bolonha vai para o Rio de Janeiro, fazer engenharia e depois de formado volta para a Europa para morar novamente em Paris.

Lá convive com a alta sociedade Parisiense, conhece artistas, gente influente, e descobre também a famosa boêmia da França. Festas intermináveis, bebidas, drogas alucinógenas as tão famosas prostitutas francesas. Mas sua animada vida tem um novo rumo com a segunda tragédia na vida de Bolonha, seu amigo arquiteto “Eiffel”, sim… o da Torre, tem uma morte misteriosa na sua frente. O que o faz desistir da glamorosa e rica vida na França e volta ao Brasil.

Logo na chegada ao Rio de Janeiro, conhece a pianista Alice Tem-Brink, se apaixona e desse amor é construído o Palacete Bolonha em um terreno alagadiço pantanoso. Em 1905 o casal vai morar no prédio mais imponente de Belém em companhia de criados e do Cachorro que Bolonha havia ganho na infância.

Durante os primeiros anos, o casal vive em lua de mel, felizes e otimistas com o futuro e com a chegados dos filhos, vivem uma vida de riqueza e prosperidade, mas os filhos não vem, Alice não consegue engravidar, e a relação do casal começa a ficar abalada, até que Bolonha resolve do lado da casa construir um parque para as crianças do bairro. Coincidentemente depois dessa reforma as coisas começam a mudar no Palacete. O comportamento de Bolonha vai se transformando, e o casal começa a ter visões dentro da casa, sons de correntes sendo arrastadas, aparições de espectros de escravos, gritos de horror durante as noites. Isso abala profundamente Alice que vive trancada em seu quarto enquanto Bolonha muda radicalmente seu comportamento, começa a beber, a usar drogas e a levar mulheres para o Palacete. Dizem que chegou a trazer prostitutas da França no auge da sua loucura, fazia festas intermináveis que acabavam em grandes orgias. Enquanto Alice vivia enclausurada em seu quarto, sofrendo em silêncio aquela tragédia.

A cada dia que passa Bolonha, exagera mais na sua vida promiscua, gasta sua saúde e uma grande parte da sua fortuna. Em poucos anos o engenheiro esta um trapo humano, doente com diabetes e sífilis, cai de cama e é cuidado por sua esposa, que se dedica ao marido até o dia em que Bolonha morre decorrente da diabetes. Alice após esse episódio se vê livre, vende o Palacete e com o que resta da fortuna de Bolonha, vai para a Europa e nunca mais volta ao Brasil.


Mas a história do Palacete Bolonha não para por ai, e fica ainda mais Macabra. Depois da venda do imóvel e a morte do Engenheiro O local vira a sede da prefeitura de Belém, que permanece lá durante alguns meses, depois diversas famílias ricas se revezam no local, mas nunca permanecem mais de 6 meses, e mantem em silêncio os segredo e as coisas que acontecem no edifício, talvez para não desvalorizar o imóvel. Muitos dizem que o espirito de Bolonha ficou preso ao Palacete e que ele de la nunca mais saiu.

A história vai ficando conhecida e o povo de Belém que no inicio se deslumbra com a casa do engenheiro, agora tem pavor, e olham com medo para aquela construção macabra. Muitos moradores do bairro de Nazaré vêem durante as madrugadas o cão de Bolonha que ronda a casa, o cão já falecido esta enterrado na frente do casarão com as palavras em latim cuidado com o cão. A população começa então a evitar passar perto da casa durante as madrugadas.

Um dos episódios mais macabros dessa história é que em 1968, dois homens tentam invadir a casa para praticar um furto e são mortos com extrema violência como se publica no Jornal na época:
“Dois corpos foram encontrados estraçalhados no bairro da Campina, entre a Praça da República e o bairro do Reduto. Os corpos, literalmente, haviam sido triturados e partes deles espalhados em frente ao Palacete Bolonha e pendurados em fios da iluminação pública, em um raio de 300 metros; uma verdadeira visão dantesca do inferno em plena Belém!”
Depois desse acontecimento a casa fica fechada durante 30 anos, e as coisas estranhas que aconteciam parecem que ficam fechadas com os segredos de Bolonha, Em 1998 a casa é tombada pelo patrimônio histórico e volta a pertencer a prefeitura de Belém e é reaberta para a visitação.

Mesmo que com menos intensidade a atividades paranormais continuam a acontecer, muitos turistas relatam ter vistos mulheres nas banheiras, vultos passando de uma sala para outra, e latidos de um cão de grande porte. Um vigia que la trabalhava em uma madrugada escuta a voz de Bolonha que pede silencio, apavorado o vigia deixa local aos gritos. Um dos últimos relatos de aparições é que em uma apresentação Musical dentro da casa, de um conhecido grupo de teatro e musica, que foi se apresentar em Belém, uma das bailarinas desse grupo ao usar o banheiro, tem uma visão assustadora e vê uma mulher loira na banheira do Palacete, quando ela vira o rosto é uma caveira. A bailarina passa mal, perde os sentidos desmaia, bate a cabeça e sai de la em uma ambulância.

Muitos paranormais foram até o palacete e a maioria dos relatos é que Francisco Bolonha não conseguiu se desligar da casa e seu espirito, junto com o espirito do seu cão, vagam ha mais de 100 anos pelo local. Existem relatos nessa história que ao tentar curar o filho, o pai de Bolonha fez um pacto com o demônio, dando o cachorro que era a representação deste. E por isso Bolonha para pagar sua divida com as trevas ficou aprisionado ao casarão e a sua vida terrestre.

Até o termino dessa macabra história, O Palacete Bolonha, continua fechado para reformas, e será reaberto para o público em breve…


Essa cronica de terror é dedicada ao maior contador das lendas e histórias assombradas do Pará, o escritor Walcyr Monteiro.

Co-autoria e inspirado no conto de Bosco Silva: A Lenda do Cão Fantasma do Palacete Bolonha.

Esta Crônica é de Autoria de Dino Menezes: O Mistério do Palacete Bolonha.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

O QUE NINGUÉM TE CONTA SOBRE O CÍRIO DE NAZARÉ

O QUE NINGUÉM TE CONTA SOBRE O CÍRIO DE NAZARÉ 
O Círio de Nazaré é uma manifestação religiosa que acontece todo ano, no segundo domingo de outubro, na cidade de Belém (PA). É considerada a maior manifestação religiosa do cristianismo, e uma das maiores manifestações religiosas do mundo, capaz de reunir, aproximadamente, 2 milhões de devotos, que se reúnem para cultuar Maria e pagar promessas. Seu nome, Círio, vem da palavra latina “Cereus”, que significa vela grande, devido, em suas origens, ao contrário da forma atual, ser realizado à noite, justificando o uso de velas.

A Lenda do Círio de Nazaré


Reza a lenda que, em 1700, Plácido, um caboclo descendente de portugueses e de índios, andava pelas imediações do igarapé Murutucu (área correspondente, hoje, aos fundos da Basílica de Nazaré) quando encontrou uma pequena estátua de Nossa Senhora de Nazaré. A imagem, réplica de outra que se encontrava em Portugal, entalhada em madeira (com aproximadamente 28 cm de altura), encontrava-se entre pedras lodosas e bastante deteriorada.

Plácido levou a imagem consigo para casa, onde, tendo-a limpado, improvisou um altar. De acordo com a tradição local, a imagem retornou inexplicavelmente ao lugar do achado por diversas vezes até que, interpretando o fato como um sinal divino, o caboclo decidiu erguer às próprias custas uma pequena capela no local, como sinal de devoção.

A divulgação do milagre da imagem santa atraiu a atenção dos habitantes da região, que passaram a frequentar à capela, para render-lhe culto. O que também  chamou a atenção do então governador da Capitania, Francisco da Silva Coutinho, tendo este determinado a remoção da imagem para a Capela do Palácio da Cidade. Contudo, mesmo mantida sob a vigilância da guarda do Palácio, a imagem novamente desapareceu, para ressurgir na pequena capela. 
Este fato teria, supostamente, dado origem a construção a Basílica de Nazaré, em 1909, e ao culto oficial à imagem de Nossa Senhora de Nazaré.

Mas, se a explicação acima, tão cheia de mistérios e possibilidades de falseamento, não lhe convenceu, temos uma explicação mais simples e histórica para lhe dar.

Imperador Constantino e o Culto a Maria


O Círio de Nazaré faz parte das festividades do culto a Maria, celebrado em todos os países católicos. Festividade que foi criada pela igreja católica com a finalidade de prestar homenagem àquela que é considerada mãe de Jesus. Foi oficializado pela igreja a partir do séc. V, no Concílio de Éfeso, em 431. “O próprio conselho foi realizado em uma igreja que havia sido dedicada a Maria cerca de cem anos antes”.

O que chama atenção ao culto à Maria é: como pode um personagem que lhe foi dado tão pouco espaço nos textos bíblicos (nos evangélicos Maria profere apenas sete frases - limitação, em parte, totalmente explicável devido ao extremo machismo da religião cristã, bastante claro nas palavras de Paulo de Tarso: "Como em todas as comunidades de fiéis, que as mulheres se calem nas assembléias, pois não lhes é permitido falar; que estejam submissas, como diz a lei." (Primeira Epístola aos Coríntios, 14:34-35) possuir tanto destaque em seus cultos, tornando-se tão importante, no cristianismo católico, quanto o culto a Cristo, que é o centro de toda doutrina cristã?

E mais: Quando Maria conversa com Jesus nos textos bíblicos, nenhum tratamento especial é dado a ela por este, que pudesse justificar o seu grande culto, nem mesmo de mãe, Jesus a chama, se limitando a chamá-la apenas de “mulher”, demonstrando sua natureza comum a outras mulheres; como nesta passagem:
A mãe de Jesus disse-lhe: Eles não têm mais vinho.
Respondeu-lhe Jesus: Que tenho eu contigo, mulher? ainda não é chegada a minha hora. (João 2:4).

Uma explicação histórica pode desvendar a grande importância conferida a Maria no catolicismo.

A fim de evitar que disputas religiosas dividissem seu império, o imperador Constantino oficializou o cristianismo como uma das religiões oficiais do império romano; mas isto não foi o bastante, pois querendo manter a unidade do império, ele criou uma forma de cristianismo que contivesse elementos de outras religiões, a fim de torná-lo familiar a devotos não cristãos e facilitar conversões a sua forma de cristianismo; de modo que se tornasse uma religião universal, ou como é traduzido para o grego - sua língua original - CATÓLICO, como também pretendia que fosse seu império. Sendo assim, muitos cultos, que não possuem bases bíblicas, foram sendo introduzidos como parte dos cultos cristãos, copiados de religiões não cristãs, como o culto aos santos, que são espécies de semi-deuses humanos, capazes de feitos miraculosos, e que, como a antiga tradição da religião romana, cada cidade católica teria um santo protetor, como em Roma era atribuído a deuses romanos; e como não poderia ser diferente, o culto a Maria, mãe de Jesus, também é uma cópia de cultos não cristãos. (Acesse: O Imperador Constantino e a Criação da Bíblia - Parte 2).

No culto a Maria, é comum que seus devotos passam a vê-la não apenas como mãe de Jesus, mas como mãe de toda a humanidade; Maria é chamada de rainha do céu; virgem miraculosa; mãe misericordiosa, etc. Porém, no Império Romano havia um culto semelhante, extremamente popular, dedicado a uma antiga deusa, em que seus devotos se vestiam de branco, para demonstrar a pureza de sua virgindade, em procissão pela cidade, em que uma imagem de sua deusa era carregada por seus devotos, e em que promessas feitas em seu nome eram pagas: era o culto a deusa Ísis, chamada também por seus devotos de Rainha do céu, Mãe de Deus etc.

Ísis e Hórus, ao Lado de Maria e Jesus


O culto a Ísis tem sua origem no antigo Egito, aproximadamente 30 séculos antes de Cristo. Ísis, assim como Maria, tinha sido uma virgem que havia dado luz a um deus, Hórus; e junto com seu filho e o pai deste, Osíris, formava, assim como Maria, José e Jesus, a Sagrada Família da religião egípcia, 3 mil anos antes da religião cristã.

Contudo, a partir do séc. V, o culto a Ísis foi pouco a pouco sendo extinto pelos cristãos; porém podemos dizer que foram pouco a pouco sendo substituído pelo culto a Maria. E que a semelhança desta com Ísis foi, certamente, um grande motivo de conversão ao cristianismo, como pretendia Constantino.

Acima, Deusas-Mães de  Outras Religiões


Na verdade, a própria deusa Isis, por sua vez, já representava deusas mais antigas, de uma longa linhagem que se perde na pré-história; chegando a mais antiga que temos conhecimento, a Deusa-Mãe, que representava a fecundidade e o Sagrado-Feminino presente na natureza. Possivelmente pertencente a uma era em que as religiões eram dominadas não por figuras masculinas, mas maternais, femininas.

Deusa-Mãe Pertencente a Pré-História

Promessas e Sacrifícios


Um dos atrativos da romaria do Círio de Nazaré são as promessas pagas, feitas em nome de Maria. Geralmente são promessas pagas com sacrifícios físicos, seja puxando a corda que carrega a imagem da santa, em meio ao aperto da aglomeração de pessoas, sob o intenso calor; seja caminhando todo o percurso de joelhos, ou caminhando com objetos pesados sobre a cabeça, que correspondem a promessa, etc.


Como regra geral, é associado o pagamento da promessa ao sacrifício físico do devoto. Mesmo neste ponto podemos encontrar semelhanças entre o tipo de sacrifício exigido no Círio com o sacrifício feito em religiões não cristãs, como no judaísmo, em que é oferecido o sacrifício físico à deus, porém não sacrifício humano mais de um animal, enquanto ao culto à Maria, lhe é oferecido o próprio sacrifício do devoto.

CONCLUSÃO
Acreditar que possa existir uma religião que seja independente de outra, que não tenha herdado nem uma tradição anterior a esta, é impossível, como deixa claro a própria religião cristã.

Para Saber Mais: 
O Imperador Constantino e a Criação da Bíblia - Parte 2

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

FACES DA MORTE: 41 ANOS DEPOIS DE SUAS MENTIRAS

FACES DA MORTE: 41 ANOS DEPOIS DE SUAS MENTIRAS
NOS ANOS 80/90 não existia internet. As novidades vinham da TV, das revistas e vídeo locadoras de fitas VHS. E toda vídeo locadora que se prezasse tinha nos fundos de seu acervo, um lugar especial, meio proibido, escuro, onde as “pessoas de bem”, ou “de família” e as crianças nunca iam; onde se encontravam os filmes proibidos. E quem vasculhasse tal ambiente, em meio às centenas de filmes pornô, que ostentavam em suas capas loiras com seios à mostra e cabelos eriçados de laquê abraçadas a algum famoso ator pornô da época, era comum encontrar um vídeo de capa estranha, com uma sinistra caveira que se destacava em meio a seios e bundas de atrizes pornô da época (pelo menos era assim na locadora do bairro). Eram os famosos FACES DA MORTE, que ostentava em sua capa, a mensagem: "Contém Cenas Reais de Mortes". E em sua contracapa havia a chamativa mensagem: "Proibido em Mais de 46 Países". Pronto. Era o que todo adolescente da época (e de todos os tempos), queria: um vídeo que ostentasse a atraente palavra "PROIBIDO". Na época era comum que também levassem junto algum filme pornô e o famigerado Faces da Morte.


O filme, para a época, era impactante, com cenas de mortes das mais diversas formas: suicídios, acidentes, tiroteios, afogamento etc., apresentadas por alguém que se dizia patologista, e que afirmava ter  coletado, ao longo dos anos, “compilado uma  biblioteca das muitas faces da morte”.


Nessa “biblioteca” havia até a cena dos últimos momentos de um prisioneiro (com o familiar nome De Silva), que era executado na cadeira elétrica (cena nunca antes vista), que estrebuchava, babando, quando o capacete elétrico era ligado em sua cabeça, e no final, escorria sangue de sua boca e olhos, quando a corrente elétrica alcançava sua maior intensidade. Havia também cenas de um restaurante, supostamente, gravado em um país exótico, onde um casal era servido com uma iguaria sem igual: cérebro de macaco vivo. O animal era preso na mesa, e tinha seu crânio quebrado alí mesmo pelos fregueses, com batidas em sua cabeça com um pequeno martelo, e seria devorado na própria cabeça do animal.


Faces da Morte: um Falso Documentário
Confesso que com a substituição, em outros volumes da série, do primeiro apresentador do documentário por um substituto, que abusava de expressões faciais exageradas, afirmando que seu antecessor ficou tão obcecado pela própria morte que acabou por antecipar a própria, e mostrando o que seria a urna que conteria suas cinzas, confesso que me levou a desconfiar que aquilo tudo não era algo sério, mas logo isso foi esquecido com a visão das próximas cenas.

Mas havia melhores argumentos para acreditar que tudo era pura encenação. Um desses fatos era o grande número de mortes acidentais gravadas, que não parecia combinar com o número tão restrito de câmeras nas ruas.

Em 1978 não existia a facilidade de captar tais cenas, como de hoje em dia, em que cada pessoa possui uma câmera de filmar em seu bolso, 24 horas por dia, acoplada ao seu celular, tendo por isso a grande chance de poder gravar acontecimentos inusitados. Era uma época em que câmeras de filmar eram caras, grandes e nem todos tinham. Então como tais cenas eram obtidas, aparentemente com tanta facilidade? Acredito que poucos se aperceberam disso.

Pois não é que o famoso documentário, que desde 1978, ano de seu lançamento, tinha marcado gerações por suas cenas horripilantes, e feito muita gente dormir com a luz acesa, ao comemorar seus 30 anos de lançamento, trazia em uma nova edição um make off  mostrando e revelando, de uma vez por todas, que tudo não passou de encenação, trazendo entrevistas e cenas que explicavam como tudo teria sido feito. O homem executado na cadeira elétrica era apenas um ator; o cérebro do pobre macaco era couve-flor; a sangrenta briga de cães, não havia sangue, mas apenas geléia vermelha, e por aí vai. Há também o fato curioso de que alguns atores morriam em determinadas cena, para aparecerem vivos em outra, para “morrer” novamente (risos).

Na verdade, o documentário Faces da Morte era um falso documentário, que aliava a forma  documentário a falsa afirmação de que seu conteúdo continha imagens reais, somente para impressionar e chocar o público. Artifício que hoje é tão comum, seja na exibição da frase  “baseado em fatos reais”, ou em filmes com aparência de documentários. E o Faces da Morte fez tanto sucesso, que não apenas deu origem à uma série de vídeos mas também impulsionou que outros o imitassem.


Como Surgiu o Faces da Morte
O verdadeiro nome do diretor de Faces da Morte se chama John Allan Schwartz, embora ele ainda insiste em ser, como na época da gravação de seu famoso filme, chamado de Conan LeCilaire --- nome que em francês ele achava que significava Conan, o Assassino.

Ele conta que, na metade dos ano 70, um produtor da produtora japonesa Tohokushinsha,  bateu na produtora de filmes de seu pai, que era especializada em filmes da natureza, com a ideia de se produzir algo semelhante ao filme The Great Hunt, contendo imagens de pessoas  matando animais, caçando-os para comê-los, com cenas de vários lugares do mundo. Esses tipos de filmes, por chocar, eram bastante popular na época. Conan LeCilare, como já estava cheio de filmar animais, sugeriu outra coisa mais chocante. Ele disse: “Por que não fazer algo sobre seres humanos sendo mortos?”. O homem deu um olhar estranho, mas aceitou a proposta, e pediu que Conan LeCilaire preparasse  uma amostra de como seria o filme para ver se poderia ser aprovado.

John Alan Schwartz (Conan LeCilaire)

O futuro diretor de Faces da Morte passou então a correr atrás de cenas de pessoas mortas. Convenceu um médico amigo a deixá-lo filmar em um necrotério e cenas de autópsia, cenas que foram misturadas a imagens de marinheiros sendo espancados até a morte. Sua filmagem foi mostrada ao produtor que a encomendou. Sendo na hora aprovada e deixando-o bastante entusiasmado com o resultado.

Aprovado seu projeto, LeCilaire precisava encontrar mais imagens de pessoas mortas. Ele comprou de uma empresa de TV as imagens de uma mulher pulando da janela de um prédio e as cenas de acidentes de automóveis. Ele se sentiu bastante alegre quando um estagiário de uma empresa de TV lhe disse que possuía uma fita em que estava escrito “partes do corpo”. Porém, como as cenas reais eram bem poucas, não dando para preencher o tempo de um filme, LeCilaire resolveu, junto com um escritor, bolar cenas não reais --- ataque de crocodilo, cadeira elétrica, decapitação, e além de outras, a famosa cena do cérebro de macaco --- para tanto alugou locações, contratou atores uma empresa de Hollywood, e em pouco mais de um mês, Faces da Morte estava pronto.

Faces da Morte foi mesmo Proibido em 46 Países?
O Faces da Morte foi lançado nos cinemas japoneses em 1978, com o nome Junk, e foi um enorme sucesso. Porém, seu sucesso seria ainda maior, mundialmente, com o surgimento dos videocassetes e das locadoras de vídeo, na década de 80. E a verdade é que Faces da Morte foi proibido, sim, em alguns poucos países, como a Grã-Bretanha, por seu conteúdo violento. Motivo que inspirou seus produtores a chamar mais atenção, aumentando muito o número de países que o proibiu.

Assassinatos Relacionados ao Faces da Morte
Nos Estados Unidos, algumas locadoras passaram a não aceitar ter o Faces da Morte em seu acervo, e leis passaram a proibi-lo de cair nas mãos de adolescentes. Psicólogos discutiam o efeito ruim dele em mentes jovens. Fato que agravou ainda mais quando, em 1986, Rod Matthews, um garoto de 14 anos, de Massachusetts, atraiu um colega para uma floresta e o espancou com um taco de beisebol. Mas tarde ele afirmou que decidiu matar alguém após ter visto Faces da Morte. Após isso, mais dois assassinos se disseram estimulados a matar após ter visto o famoso filme.

Questionado pela possível influência de seu filme  sobre tais assassinatos, Conan LeCilaire, disse: “Faz-me sentir mal por [Matthews] dizer: 'Foram os Faces da Morte que me fizeram fazer isso.' Mas acredito que, se Faces da Morte não estivesse por perto, isso o teria impediria de fazê-lo? Não."

Em uma nova pergunta, LeCilaire, disse: "Não acredito que seja minha culpa", disse ele, depois faz uma pausa. “Talvez seja. Detestaria pensar nisso”. E perguntado sobre o que ele queria com seu filme, Conan LeCilaire, responde: "Chocar as pessoas".

Na manhã de 13  de agosto de 2019, o diretor e criador do Faces da Morte, John Alan Schwartz (Conan LeCilaire), faleceria, e sua esposa, Joan Alperin-Schwartz, prestou uma homenagem na rede social do marido:
"Hoje de manhã, John faleceu. Ele está agora com os anjos. Mas tenho a sensação de que ele voltará. Ele morreu em paz. Ele foi uma das pessoas mais engraçadas, únicas, originais, criativas e mágicas que eu já conheci. Viver com ele foi uma aventura. Ele chorou por filmes tristes, riu muito e fez os outros rirem muito. Ele acordava todos os dias com uma nova idéia para um programa de TV ou um filme. Ele trouxe o escritor para mim e me trouxe café e um pãozinho na cama todos os dias durante vinte e dois anos.Ele compartilhou a mesma paixão pelas viagens que eu e fizemos algumas aventuras realmente extraordinárias e fizemos algumas festas incríveis. John era um ótimo cozinheiro e adorava jantares ... Embora nunca comesse neles. Ele estava sempre cheio demais de provar a comida que estava criando. Ele era tão apaixonado por animais quanto eu. Ele adorava conversar com as pessoas e fazia as perguntas mais íntimas, e porque as pessoas sabiam que era sincero, elas revelariam a ele os segredos mais profundos. Ele era definitivamente único. Acho que John e eu nos conhecemos em outra vida. No segundo em que o vi, soube em todas as células do meu corpo que estaríamos juntos para sempre e em algum nível estaremos. Adeus, Johnny. Sentiremos a tua falta."

FONTES: The Guardian

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

4 CONTOS DE HORROR QUE MAIS ME IMPRESSIONARAM

4 CONTOS DE HORROR QUE MAIS ME IMPRESSIONARAM
Estes 4 contos de horror (comentados e disponibilizados aqui) têm em comum a forma como seus autores exploram o horror em suas histórias. Não se trata do horror superficial obtido pela descrição de corpos esfacelados, decompostos, ou violência gratuita, do tipo “sangue e tripas”; ou da exploração de alguma fobia pertencente a maioria dos leitores, como o medo de palhaço, insetos asquerosos, doenças, etc. Não é desse horror simples de que tratam esses contos, mas de uma forma mais complexa de extrair o horror, nascida da sensação de estranheza quando o autor explora o sentimento de compaixão despertado no leitor por algum personagem, para depois exibir algum ato horrível cometido por este mesmo personagem, gerando no leitor uma mistura estranha de compaixão e desprezo. Algo de que o leitor ainda não sentiu. Esses contos trazem, pois, novas experiências ao leitor, levando-o a conhecer melhor seus sentimentos.

A Pata do Macaco



Este é uma das melhores histórias de terror já escrita. É frequente em coletâneas contendo “Os Melhores Contos de Terror”. É uma espécie de versão macabra da história do gênio da lâmpada. Porém, ao contrário do gênio, aqui há uma pata de macaco mumificada e enfeitiçada que é mostrada a uma família que dá abrigo a um desconhecido durante uma noite muito fria, e em que, em tom de brincadeira, se pede por certa quantia de dinheiro que possa  pagar a dívida da casa. Porém eles irão perceber que o que se pede se realiza de forma macabra. O amuleto mágico concretiza os sonhos materiais dos que desejam, mas para tanto retira aquilo que o pedinte mais ama, e que o dinheiro não pode pagar. E é aqui que reside o seu horror. É um conto fenomenal, escrito pelo escritor inglês W.W. Jacobs (1863 - 1943) que, curiosamente, ficou conhecido escrevendo uma história de terror que parecia não ser a praia dele.

Leia: A Pata do Macaco

A Galinha Degolada



O autor deste conto, o uruguaio, Horacio Quiroga (1878 - 1937) teve uma vida marcada fortemente por acontecimentos trágicos e suicídios: “a morte do pai quando ele tinha 4 anos, o suicídio do padrasto, a morte do melhor amigo com um tiro acidental disparado por ele, o suicídio da esposa”, e por fim o seu próprio suicídio, motivado pela descoberta de um câncer.

Horacio Quiroga se especializou em escrever contos de horror. E um de seus contos mais conhecidos é A Galinha Degolada. Este conto traz a história de um casal que ao ter filhos, a esposa sempre dá luz a filhos “idiotas”, cujas vidas se resume a passar o dia sentado babando no pátio da casa, até que, prestes a desistir de terem filho, o casal gera uma filha saudável, que passa a ser o mimo da família, passando a receber todo o amor e atenção possível dos pais. Mas um trágico acontecimento porá fim a última alegria dos pais, levando a história a ter um final extremamente perturbador; um dos finais mais perturbadores que eu já li.

Leia: A Galinha Degolada

Um Homem Bom é Difícil de Encontrar


Este conto da americana Flannery O’Connor (1925 - 1964), mostra bem que não é necessário fantasmas, lobisomens, ou outro qualquer ser sobrenatural para assustar, basta apenas a maldade humana e a ideia de que um simples passeio tranquilo e divertido entre família pode mudar de uma  hora para outra, e tornar-se extremamente caótico e perverso, mostrando que, na realidade, vivemos em um mundo que nos passa uma falsa tranquilidade e segurança. E é aqui, precisamente, que se encontra seu elemento de horror, nos causando mal estar e reflexões sobre o que de ruim o futuro pode nos reservar em um simples passeio em família, e de que não somos senhores de nosso futuro.

Leia: Um Homem Bom é Difícil de Encontrar

Os Porcos



A brasileira Júlia Lopes de Almeida (1862 - 1934) --- que hoje não é tão lembrada, mas que em sua época foi bastante famosa, e embora tenha ajudado a fundar a Academia Brasileira de Letras, não participou desta simplesmente por ser mulher ---, nos traz um conto em que seu horror, assim como o conto Um Homem Bom é Difícil de Encontrar, tem como base a maldade humana, e também o preconceito contra a mulher, e a pobreza extrema.

Sua história narra o desespero de uma mulher grávida, solteira, que por estar grávida é rejeitada pelo pai de seu filho, e que vive sob a ameaça do pai que promete espancá-la e jogar a criança para ser devorada pelos porcos assim que nascesse. “Ela mesma, lembráva-se, encontrara uma vez um braço de criança entre as flores douradas do aboboral. Aquilo, com certeza, tinha sido obra do pai”. Aqui o horror se encontra na dualidade de sentimentos, no amor materno que a mãe passa a sentir ao nascer do filho e a ameaça do pai. É uma história que nos leva a nos pôr na pele da personagem.

Leia: Os Porcos/ Procurar por:  Autor: Júlia Lopes de Almeida   

A LENDA DO CÍRIO DE NAZARÉ

A LENDA DO CÍRIO DE NAZARÉ
Reza a lenda que, em 1700, Plácido, um caboclo descendente de portugueses e de índios, andava pelas imediações do igarapé Murutucu (área correspondente, hoje, aos fundos da Basílica de Nazaré) quando encontrou uma pequena estátua de Nossa Senhora de Nazaré. A imagem, réplica de outra que se encontrava em Portugal, entalhada em madeira (com aproximadamente 28 cm de altura), encontrava-se entre pedras lodosas e bastante deteriorada.


Plácido levou a imagem consigo para casa, onde, tendo-a limpado, improvisou um altar. De acordo com a tradição local, a imagem retornou inexplicavelmente ao lugar do achado por diversas vezes até que, interpretando o fato como um sinal divino, o caboclo decidiu erguer às próprias custas uma pequena capela no local, como sinal de devoção.

A divulgação do milagre da imagem santa atraiu a atenção dos habitantes da região, que passaram a frequentar à capela, para render-lhe culto. O que também  chamou a atenção do então governador da Capitania, Francisco da Silva Coutinho, tendo este determinado a remoção da imagem para a Capela do Palácio da Cidade. Contudo, mesmo mantida sob a vigilância da guarda do Palácio, a imagem novamente desapareceu, para ressurgir na pequena capela. 

Este fato teria, supostamente, dado origem a construção a Basílica de Nazaré, em 1909, e ao culto oficial à imagem de Nossa Senhora de Nazaré.

O Círio


O Círio de Nazaré é uma manifestação religiosa que acontece todo ano, no segundo domingo de outubro, na cidade de Belém (PA). É considerada a maior manifestação religiosa do cristianismo, e uma das maiores manifestações religiosas do mundo, capaz de reunir, aproximadamente, 2 milhões de devotos, que se reúnem para cultuar Maria e pagar promessas. Seu nome, Círio, vem da palavra latina “Cereus”, que significa vela grande, devido, em suas origens, ao contrário da forma atual, ser realizado à noite, justificando o uso de velas.


terça-feira, 1 de outubro de 2019

A LENDA DO LAGO DA PRINCESA DE ALGODOAL

A LENDA DO LAGO DA PRINCESA DE ALGODOAL
Em meio às belas paisagens da ilha de Algodoal há uma lenda que hoje apenas seus resquícios ainda é contada pelos nativos da região, e que parece ser sussurrada pelo vento aos ouvidos daqueles que visitam a ilha encantada. E quem frequenta o Lago da Princesa se sente curioso por saber a origem de tal nome.

Dizem os antigos que há muito tempo atrás, em um tempo distante e mítico em que os pajés se dirigiam àquelas bandas para buscar a virtude de curar; um tempo em que as crianças que passassem pela ilha ficavam encantadas, abandonavam suas mães, para sempre, ou para serem encontradas, misteriosamente adormecidas, em alguma praia da ilha, que num piscar de olhos era capaz de nos transportar para vastos mundos míticos, havia uma bela cidade construída sob as águas do rio Mayandeua (nome também dado a ilha onde Algodoal é apenas uma parte desta), com casas de grandes colunas de mármores banhadas constantemente pelas águas do rio e gigantescas pirâmides que se mantinha rígidas diante do vento implacável da região; uma cidade prateada. Essa cidade possuía uma moradora especial, uma mulher com pele mais clara que a areia da praia e cabelos mais dourados que os raios do sol da manhã.



Os pescadores que aportavam na ilha, então deserta, juravam ter visto pela praia o rastro de um pequeno, elegante e mimoso pé de moça, que passaram a chamar de pegadas da  Princesa de Mayandeua.

Ela era sempre vista nua, ao longe, com seu cabelo dourado ao vento, sentada em uma pedra branca. Ou à meia-noite, envergando o seu vestido branco, passeando vagarosamente pela beira do lago e desaparecendo de repente. Ninguém sabe quem é, ou ao que veio. Mas chamaram-lhe a “Princesa do Lago”. Os caboclos a espiavam por entre as moitas, e dão-lhe de ombro, voltavam para suas redes, e sonham com seu reino sob as águas. Não sentiam febre nem dor de cabeça como no caso das uiara. E em noites quando o luar caia sobre a ilha como poeira dourada, eram vistas moças da cor da lúcida espuma d’água, de cabelos loiros, caídos sobre os ombros a contornar a ilha em majestosos navios à vela em meio às ondas do rio. Eram as moradoras da cidade que por ali existia, da cidade encantada dos caruanas.



No meio da ilha, entre pequenos montes de areias brancas, existe um lago de água doce, que se mantém doce mesmo durante as cheias. É um lago encantado, como tudo na ilha, onde, a quem desejar mergulhar tão fundo, pode-se descobrir conchas de todos os tamanhos e cores, provando ser um portal unindo a ilha a cidade encantada do fundo do rio, servindo de passagem para a Princesa do Lago.

Há quem jure que, à meia-noite, após o galo cantar, se pode ouvir o tocar de tambores vindo do fundo do rio, vindo da mítica cidade dos caruanas --- os guias espirituais dos pajés. E a princesa do lago é a senhora que faz as crianças chorar no ventre de suas mães, encantando-as antes de nascer, predestinado-as a tornarem-se futuros pajés, videntes a possuir o poder da cura. Para tanto, após nascidas passam sete anos na companhia das uyaras, dos caruanas, e das boiúnas, que têm o poder de se comunicar com os mortos. E a princesa do lago é a senhora desses servos humildes, que a veem quando querem, como a princesa encantada do Mayandeua, que a estimam como uma amante fiel e dedicada, graças a quem podem ter a magia de curar todas as enfermidades após passarem por seu reinado oculto aos pobres mortais.



Mas isto perdeu-se no tempo, tornou-se como ecos de coisas mortas, e lenda cantada na letra de um carimbó:

Lá na Praia do Farol
Ela é também beleza
Lá fora tem o Canta-Galo
Aonde mora a Princesa
Lá na Praia do Farol
Ela é também beleza
Lá fora tem o Canta-Galo
Aonde mora a Princesa
Os antigos contavam
E hoje eu já ouvi contar
Que viam os navios ancorados
E ouviam o galo cantar
(Carimbó entoado pelo pescador Orlando Muniz Teixeira, em 1994).