A última rosa morreu. Não mais água, não
mais adubos, não mais amores. Dela sobeja um broto de saudades a reclamar,
murcho, por vida.
A última rosa morreu: um
raio de luz que veio e passou pela única fresta da porta dos fundos. Cansou da
espera pelo paraíso e pelo perdão dos homens. Fechou os olhos, baixou as
pétalas. Ouviu a brisa, respondeu amém. Espinhos tortos. Mão nenhuma para
sangrar. Sem lágrimas nem salvação. Morreu última, cálida, soberana. Passam
nuvens, passa o sol, vem a lua, volta o sol. Morreu a rosa só. Só. Palavra
imensa de morte a reclamar, mínima, por vida.
Áspero e triste, mas sensacional. Bem vindo ao Bornal, irmão.
ResponderExcluir