segunda-feira, 30 de novembro de 2015

O MEDO E A LITERATURA DE TERROR



O MEDO E A LITERATURA DE TERROR
O famoso escritor americano de terror H. P. Lovecraft já nos advertia: "A emoção mais forte e mais antiga do homem é o medo, e a espécie mais forte e mais antiga de medo é o medo do desconhecido. Poucos psicólogos contestarão esses fatos e a sua verdade admitida deve firmar para sempre a autenticidade e dignidade das narrações fantásticas de horror como forma literária".
Taí alguém que sabia muito bem do que dizia, pois sua obra está há décadas conquistando cada vez mais novos leitores com seu terror baseado no primitivo medo do desconhecido; um terror psicológico estendido para todo o universo, que até mesmo tem originado novas religiões.

H. P. Lovecraft e uma de Suas Criaturas
O medo, este sentimento tão primitivo do ser humano, não é em si um mal, ele é um artifício dado pela natureza como uma forma de nos proteger do perigo, criando reações biológicas, capazes de nos levar a reações rápidas de defesa, que certamente foi tão importante aos nossos primitivos ancestrais. Contudo, quando esta mesma reação é levada para a arte, como forma de diversão, uma importante pergunta surge:
Como é possível sentirmos prazer com algo que em princípio é descrito como desagradável, o MEDO? E como seria isto possível?, já não bastaria estarmos rodeados do perigo das simples atividade do dia a dia: na possibilidade de um assaltante ao dobrar a esquina, ou durante a simples ida a um banco?
O Escritor Edgar Allan Poe demonstrou por Meio de sua Obra 
que a Razão e a Loucura são Separadas por uma Tênue Linha Demarcatória 
Simples: o medo tem o grande poder de quebrar a banalidade e a monotonia de nossas vidas, trazendo sentimentos fortes a ela; e o leitor de histórias de terror é alguém que, antes de tudo, busca na literatura algo que chacoalhe seus sentimentos, que lhe faça sair imaginativamente de sua zona de conforto; como alguém que embarca em uma montanha-russa em busca de emoções fortes, sabendo que irá senti-las mas na total segurança de sua poltrona; ou aquele que assisti a um filme de terror em meio à segurança de uma sala de cinema.
Stephen King Explora o Medo Infantil, que Continuaria na Fase Adulta, em suas Obras
 E neste processo de se relacionar, não apenas com o medo primitivo de que nos fala Lovecraft, mas também com o medo moderno de nosso dia a dia, a literatura de terror, como bem viu Braulio Tavares, funcionaria como uma espécie de vacina contra o próprio sentimento de medo, pois ela nos faria lidar melhor com os nossos medos particulares, nos ensinando a identificar as ameaças verdadeiras, “a controlar as descargas químicas que ela produz em nosso organismo. É um processo educativo como qualquer outro, uma experiência virtual que nos prepara para encarar com segurança as experiências reais que um dia virão”.

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