domingo, 5 de fevereiro de 2017

MULHERES QUE AMAM ASSASSINOS DE MULHERES



Podemos compreender, sem a menor dificuldade, que alguém goste de livros com histórias policiais que envolva assassinos e crimes misteriosos; também podemos compreender o gosto por histórias reais de assassinos, por despertar a curiosidade de saber até onde pode ir a obscura mente humana; podemos compreender até mesmo o gosto duvidoso de pessoas que colecionam objetos que pertenceram a assassinos famosos e as páginas de discussões da internet sobre “Qual o seu Serial Killer preferido?”. Contudo, há uma forma de relacionamento com assassinos que se torna de difícil explicação. São os milhares de casos de mulheres que se sentem atraídas e se apaixonam por Serial Killers; se correspondendo com eles por meio de cartas apaixonadas; se acotovelando durante seus julgamentos somente para vê-los, ou visitando-os nos presídios; se oferecendo para esposas e tentando viver com eles mesmo sabendo que muitos se especializaram em torturar e matar mulheres.
Este texto é sobre esse lado obscuro da mente de mulheres que gostam ou perderam a noção do perigo.
CAROL ANN BOONE E TED BUNDY

Carol Ann Boone

Ted Bundy — preso em 1978 por cerca de 30 assassinatos de mulheres — seguia um ritual quando escolhia suas vítimas: eram sempre mulheres brancas, de cabelos negros, lisos e repartidos ao meio. Ele se valia de sua beleza, simulando tentar carregar livros pesados até seu carro com um dos braços falsamente machucado a fim de atrair universitárias. Quando a vítima oferecia ajuda, ele as empurrava para dentro do carro, imobilizando-as até um lugar seguro para matá-las.
Ted Bundy as torturava brutalmente, estuprava-as antes de assassiná-las. Ele também dilacerava seus seios por meio de dentadas; mutilava suas vaginas com estacas; decepava suas cabeças. Ted também seguia o ritual de voltar dias depois de suas vítimas terem sido mortas para fazer sexo com seus cadáveres.
Se você imaginou que após saberem destes terríveis detalhes nenhuma mulher iria se interessar novamente por ele, você está extremamente errado. Pelo contrário, pois após se tornar conhecido pela brutalidade de seus crimes contra mulheres, Ted Bundy passou a receber milhares de cartas de mulheres se declarando apaixonadas por ele. Durante seu julgamento muitas mulheres iam só para vê-lo, algumas se vestiam semelhante as suas vítimas afim de chamar-lhe atenção. Entre suas fãs uma se destacou mais: Carol Ann Boone, que o visitava constantemente na prisão e durante seu julgamento chegou a ser pedida em casamento por ele, tendo o juiz, devido uma antiga lei americana, obrigado a efetivar o casamento.

Carol e Ted Bundy, Juntos com a Filha

Carol engravidou de Ted Bundy, fato que tornou-se motivo de especulação já que era proibido visita íntima. Alguns argumentam que eles subornaram policiais para ficarem juntos; outros argumentam que Carol levou para fora da prisão o sêmen de Ted Bundy e fez inseminação artificial. Seja como for, é espantoso que mulheres possam nutrir sentimento de carinho por alguém que odiava tanto mulheres ao ponto de tratá-las como ele tratou suas vítimas — alguns afirmam que Ted Bundy via em suas vítimas a imagem de sua mãe, que ele tanto detestava.
E se você pensa que esta atração de tantas mulheres por um terrível assassino de mulheres se deu excepcionalmente apenas com Ted Bundy, você está mais uma vez terrivelmente enganado, pois no mundo louco dos Serial Killers isto é uma regra.
Tentando compreender esta atração bizarra de mulheres por assassinos que têm prazer em assassinar e causar mal as suas vítimas, e em que elas podem se tornar vítimas potenciais deles, vamos até ao século XIX, onde tudo parece ter começado.
ROSALIND BOWERS: UMA DAS PRIMEIRAS FÃS DE SERIAL KILLERS
A primeira vez que foi documentado que um assassino de mulheres atraiu tantas mulheres apaixonadas por ele em um julgamento se deu em 1895, na cidade de San Francisco, Estados Unidos.
Era o julgamento de Willian Henry Theodore Durrant, um jovem futuro médico, de origem canadense, 23 anos, que matou duas jovens que frequentava a escola dominical de sua igreja. A primeira de suas vítimas foi Blanche Lamont, de 20 anos. Ela foi morta com facadas no peito e escondida em um armário. Foi estuprada antes e depois de ter sido morta. Já sua segunda vítima, Minnie Willians, 20 anos, foi estrangulada, porém o adiantada estado de decomposição de seu corpo impediu que fosse verificado se houve estupro.
 Willian Henry Theodore Durrant era considerado um jovem bonito, educado, religioso e trabalhador, com uma promissora carreira pela frente. Era o que podia ser considerado como o sonho de qualquer sogra. Seu julgamento, que durou três semanas, se tornou a sensação da imprensa da época, que o apelidou de “O Demônio do Campanário”. Mas o que mais chamou a atenção dos presentes e da imprensa foi o grande número de mulheres que iam somente para vê-lo. E no meio de tantas mulheres uma começou a chamar atenção de todos e, claro, também da imprensa, era uma mulher de nome Rosalind Bowers que parecia todos os dias de julgamento com um buquê de flores para oferecê-lo. Esta tentou visita-lo em sua cela, e mesmo sendo rejeitada pelo assassino, frequentou o julgamento até seu término. Rosalind tornou-se uma atração a mais ao julgamento. Mais tarde descobriu-se que ela era casada, causando desgosto em seu marido. Em 3 de abril de 1897, o jovem futuro médico foi morto por enforcamento como pena para seus crimes.
E se você pensa que nesse estranho mundo das tietes de Serial Killers há apenas admiração para os Serial Killers considerados bonitos e charmosos você mais uma vez está redondamente enganado, para muitas fãs de Serial Killers são seus terríveis atos que lhes fizeram ficar famosos:


Henry Lee Lucas

Henry Lee Lucas não se enquadrava nos padrões do que seria um homem bonito, no entanto tinha suas fãs apaixonadas que nem mesmo se importavam com o fato dele ser homossexual; o mesmo aconteceu com o “Palhaço Assassino”, John Wayne Gacy, que sentia profunda atração por rapazes novos, e que havia matado mais de 30, e escondidos seus corpos sob o chão de sua casa.


John Wayne Gacy

Se Rosalind Bowers foi a pioneira, podemos dizer que Sondra London foi a rainha delas.
SONDRA LONDON, A RAINHA DAS ADMIRADORAS DE SERIAL KILLERS


Em sua vida amorosa, Sondra London teve duas possibilidades: Ter sentido pavor de ter se relacionado com um Serial Killer, ou o começo de uma profunda atração por eles. Ela seguiu a segunda opção, pois, durante sua adolescência, Sondra namorou com um rapaz que nos anos de 1970 se tornaria um perigoso Serial Killer: Gerard Schaefer, que ao ser preso confessou o assassinato de mais de 80 mulheres em 8 anos.


Sondra e Gerard quando Jovens. Abaixo, com Mais Idade:


Após Gerard ter sido preso, e Sondra ter tido conhecimento de suas façanhas, o antigo amor de adolescência foi reavivado, e Sondra passou 20 anos visitando-o e se dedicando ao seu antigo amor, que deve ter se decepcionado quando ela, após esse período, o abandonou por outro Serial Killer de mulheres, o “Carniceiro de Gainesville”, Danny Rolling, muito mais novo e violento, com grande predileção por estripar mulheres, que deve ter feito seus olhos brilharem e se apaixonarem imediatamente por ele.

Danny Rolling

Em 1994, durante seu julgamento, Danny Rolling, aproveitou do tempo permitido a sua defesa para cantar uma música com tema de amor, declarando, em público, seu amor a ela, que estava presente no julgamento.


Sondra London não apenas deu amor aos seus Serial Killers preferidos, mas também ajudou-os em seus projetos como os livros em que seus “doces” Serial Killers de mulheres se divertiam a contar com detalhes suas aventuras quando praticavam assassinatos de mulheres. Com Gerard Schaefer ela ajudou na publicação de seu livro “Killer Fiction”, e com Danny Rolling, ela escreveu “The Making of the Serial Killers”, onde Danny Rolling põe a culpa de suas atrocidades em uma suposta entidade chama “Gemini” que teria possuído sua alma; sua explicação tornou-se uma grande piada quando descobriram a semelhança dessa suposta entidade com a entidade presente no filme “O Exocista III”.


A BELA E MORTAL VERONICA LYNN COMPTON


Se Sondra London foi a rainha das Tietes de Serial Killers, Veronica Lynn Compton foi a princesa que todo Serial Killer sonharia em ter por perto.
Veronica Lynn Compton era uma jovem e belíssima mulher que sonhava em ser atriz de Hollywood quando visitou pela primeira vez na prisão um dos chamados “Estranguladores de Hillside”, kenneth Bianch que, junto de seu primo Angelo Buono Jr., havia matado mais de dez mulheres, a maioria por estrangulamento. Veronica estava fazendo uma pesquisa para a criação do personagem de um Serial Killer mulher. Durante suas visitas a Kenneth ela se apaixonou por ele, e ele vendo o poder que exercia nesta, a convenceu de matar mulheres por estrangulamento para demonstrar a polícia de que os verdadeiros assassinos ainda estavam soltos. Para tanto Kenneth comprava sêmen de seus companheiros de prisão para que Veronica pudessem usá-los nas futuras cenas de crimes. O resultado foi catastrófico para Veronica que viajou para cidade de Bellingham, no estado americano de Washington, conheceu uma garçonete, levou-a para um apartamento que havia alugado. E quando tudo estava pronto para o estrangulamento, sua vítima se soltou, o que a levou a ser presa.
 Uma vez presa, Veronica começou a se corresponder com o Serial Killer Douglas Clark, um necrófilo que junto com Carol Bundy que atraia mulheres para que ele pudessem estuprá-las e depois matá-las, matou uma série de mulheres. Douglas, antes de fazer sexo com seus cadáveres, decepava suas cabeças para que Carol maquiassem elas para que se parecessem com a boneca Barbie e fosse usadas por Douglas como lembranças de seus assassinatos. Nas cartas trocadas entre Douglas e Venonica os dois tinham estipulados que quando saíssem da cadeia iriam montar uma funerária para que os dois pudessem manter relação sexual com cadáveres.
Veronica Lynn Compton é um exemplo de que a paixão por um Serial KIller pode levar ao crime.

Tiago da Rocha

Se após todos esses exemplos de mulheres que se sentem atraídas por assassinos de mulheres, você pensa que é algo que só acontece lá na terra do cinema, você mais uma vez está redondamente enganado, pois aqui mesmo na terra do carnaval, este parece ser um fenômeno relativamente comum que foi mais uma vez verificado quando o Serial Killer goiano Tiago da Rocha após ficar conhecido nacionalmente pelas matérias de TV que anunciava ser ele o assassino de mais de 11 mulheres que foram mortas por meio do uso de arma de fogo quando esperavam seu transporte em parada de ônibus. Tiago passou a receber milhares de cartas de admiradoras mulheres.
Outro caso que surpreende pelo mesmo fato é o do assassino Francisco de Assis Pereira, que ficou conhecido como o “Maníaco do Parque”, que torturou, estuprou e assassinou mais 9 mulheres. Após ser preso passou a receber mais de 100.000 cartas de mulheres apaixonadas por ele por mês; e esse valor não diminuiu tanto ainda hoje. Ele casou com uma pós-graduada em história; de classe alta; e bonita. E ele continua preso. Quando se diz que não é fácil compreender as mulheres, taí um bom exemplo!
Mas o que poderia explicar este fenômeno feminino em que não basta apenas se apaixonarem por assassinos, mas se apaixonam por assassinos que têm a preferência de só matar mulheres; e em quanto mais violentos são eles, mas têm admiradoras?
Sem dúvida um dos grandes motivos que levam mulheres a se aproximarem de assassinos famosos é o desejo de compartilharem com estes um pouco da fama que conquistaram com seus horríveis crimes. Contudo, embora esta seja um dos maiores motivos, não é o único. Abaixo algumas explicações para tal comportamento:
* Mulheres que possuem baixo estima podem ver no relacionamento com um Serial Killer uma forma de dominá-lo, e dominando-o se sentiriam poderosas, amenizando o sentimento da baixa estima.
* A atração por Serial Killers seria movida pelo excitante desejo do perigo.
* Mulheres que foram abusadas, mal cuidadas, ou cresceram sem a figura de um pai podem sentirem atração por criminosos.
* Há a atração provocada pela excitação sexual que a violência pode despertar em algumas mulheres.   


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