terça-feira, 1 de agosto de 2017

FACES DA MORTE: A MENTIRA QUE ASSUSTOU ADOLESCENTES NOS ANOS 80 e 90



FACES DA MORTE: A MENTIRA QUE ASSUSTOU ADOLESCENTES NOS ANOS 80 e 90

Lançado em 1979, nos Estados Unidos, o documentário FACES DA MORTE, explorava a morte humana em seus mais diversos aspectos. Tornou-se bastante popular em nosso país durante a década de 1980.




Com sua capa ostentando caveiras e o sugestivo aviso “Proibido em mais de 46 países”, supostamente, por conter cenas de assassinatos, acidentes e penas de morte por decapitação, fuzilamento, morte na câmara de gás e na cadeira elétrica, etc., amedrontava ou atraia a atenção dos frequentadores das locadoras de filmes em VHS da época; na presença de sua capa ninguém ficava impassível. Assisti-lo, era como um teste de coragem que separava crianças amedrontadas de adolescentes corajosos.


Nessa época não havia internet, nem celulares com câmeras e, claro, também as centenas de sites que hoje se dedicam a matar curiosidades relacionadas a morte, mostrando pessoas sendo mortas de todas as formas possíveis para o prazer mórbido de seus milhares de frequentadores diários; tudo que havia, naquela época, eram cinemas e locadoras de fitas VHS. Contudo, a curiosidade pela morte sempre existiu, não apenas nos anos 80 e 70, mas em todas as épocas da humanidade. E estimulados pela forte curiosidade em relação a morte, uma Lenda Urbana começou a se tornar bastante popular nos anos 70, ligada ao submundo dos filmes de horror: a lenda dos SNUFF MOVIES.


Tal Lenda Urbana afirmava que havia um filme de horror ou de sexo sadomasoquista que continha em seu conteúdo cenas reais de assassinato.


Cartaz do Filme Snuff


Esta Lenda Urbana se popularizou bastante, em certos círculos. E logo, como era de se esperar, alguns produtores de filmes sem escrúpulos se aproveitaram de tal lenda para ganharem dinheiro produzindo um filme bastante sensacionalista, de nome SNUFF, que trazia estampado em seu cartaz a frase “Um filme que só poderia ser feito na América Latina onde a vida é barata”.


No entanto, o filme não foi um sucesso; não havia preenchidos os requisitos necessários para impressionar as milhares de pessoas que queriam satisfazer sua curiosidade pela morte. Elas teriam que esperar mais alguns anos para aquele que foi o maior aproveitador da fama dos Snuff Movies, o lendário FACES DA MORTE.





Talvez o grande diferencial da série FACES DA MORTE, aquilo que lhe proporcionou sucesso, tenha sido o seu formato de documentário, com cenas supostamente captadas, casualmente, de acidentes, suicídios e assassinatos, o que conferiu a ele maior credibilidade, satisfazendo a curiosidade de seus telespectadores, e, por isso, sendo copiado por outras séries, como os Traços da Morte e Execuções, etc.


Mas o que poucos sabem ainda hoje, é que, em sua maior parte, tudo não passou da mais pura encenação, ou melhor, a mais pura enganação, até mesmo a chocante frase “Proibido em mais de 46 países”, já que na realidade foram apenas cinco; e isso poderia ter sido desconfiado ainda durante os anos 80, por um simples fato: na época de sua produção, câmeras de vídeos não eram tão acessíveis quanto hoje, em que todos possuem uma acoplada em seus telefones, prontas para filmarem as cenas mais casuais e inusitadas.


Acima, a Famosa Cena da Cadeira-Elétrica

Mas para aqueles que se mantiveram fiéis a sua suposta veracidade, o DVD de comemoração dos 30 anos do lançamento do primeiro volume da série, um make off, denominado The Death Makers, entregou seus segredos: tudo não passava mesmo de encenação, com atores fazendo as performances de vítimas em acidentes e assassinatos; o cérebro de macaco devorado por turistas em um suposto restaurante marroquino, não passava de couve-flor misturado a sangue cenográfico, servido na cabeça de um boneco; as sanguinárias lutas entre cães não passavam de simulações com saborosa geleia vermelhas sobre os pelos dos cães; e a famosa morte na cadeira elétrica fora filmada na casa de um amigo do diretor, e o ator soltava creme dental pela boca simulando os efeitos da eletricidade em seu corpo; tudo não passava mesmo de simulação, exceto, claro, as cenas históricas dos campos de concentração nazistas ou de acidentes históricos.




A série FACES DA MORTE é o que podemos chamar de um Shockumentary, ou seja, um filme de ficção que se assemelha a um documentário sobre fatos reais. Mas, para mim, isso é apenas um nome moderno para um falso documentário.


Curiosamente, hoje, devido ao grande uso de câmeras de celulares, filmes semelhantes aos FACES DA MORTE, em que busca saciar a curiosidade mórbida pela morte alheia, possuem o mínimo de cenas simuladas, suas cenas sangrentas e reais, são em grande parte oriundas do oriente médio, do fundamentalismo muçulmano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário