quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

DOCUMENTÁRIO DA NETFLIX ABORDA A EXPERIÊNCIA DE QUASE-MORTE



DOCUMENTÁRIO DA NETFLIX ABORDA A EXPERIÊNCIA DE QUASE-MORTE

O que acontece nos momentos finas da vida? Que sensações temos quando a morte se aproxima? O que existe após a morte?

O documentário Vida Após a Morte, da Netflix, tenta responder a essas perguntas, recorrendo a pesquisadores, médicos e relatos de pessoas que tiveram paradas cardíacas, ficaram sem oxigênio por vários minutos, e cujos aparelhos médicos comprovaram estarem mortas, voltaram relatando experiências curiosas. 

Vida Após a Morte, se divide em
1) Relatos dos Ressuscitados; 
2) Médiuns - Parte 1; 
3) Médiuns - Parte 2; 
4) Recados dos Mortos; 
5) Vendo Gente Morta; 
6) Reencarnação.

A primeira parte do documentário, se dedica a relatar as experiências de quase-morte.

Estima-se que entre 10 a 20 por cento das pessoas cujos corações param, relatam experiências curiosas.

Várias relatam um túnel de luz e, do outro lado, seres de luz, e também o encontro com parentes já falecidos; outras, que desfaleceram durante cirurgias, relatam verem de cima seus corpos sendo operados, as posições dos médicos, e até detalhes dos instrumentos usados pelos médicos durante as cirurgias, e  os detalhes de seus relatos comprovados pelos próprios médicos. Mas como poderia acontecer isso, se tais pessoas estavam anestesiadas e inconscientes?

O Primeiro Pesquisador


A primeira pessoa que se interessou em catalogar tais experiências foi o suíço Albert Heim, que durante a prática de alpinismo, em 1892, caiu escalando uma montanha, e ele durante a queda notou que o tempo havia ganhado outra dimensão, expandia-se indefinidamente durante a queda. Curioso, Albert perguntou a outros montanhistas se estes haviam tido alguma experiência semelhante, e vários relataram que sim. Desses relatos Albert Heim fez um livro com mais de 30 relatos semelhantes ao seus.

Décadas depois, com a evolução da medicina e das técnicas de ressuscitação, os relatos ficaram mais fáceis de serem obtidos. Foi então que, em 1975, o médico Raymond Woody, escreveu o livro Vida Depois da Morte

Mas o que Poderia Ser a Causa de tais Relatos?


Argumentou-se que tais experiências seriam produzidos pelos medicamentos injetados no paciente. Mas os relatos de tais experiências são muito antigos, são anteriores aos usos de tais medicamentos.

Argumentou-se também que a falta de oxigênio poderia ser a causa das alucinações provocadas pelo cérebro humano. Mas você não pode manter a consciência a não ser que o cérebro esteja com oxigênio suficiente para que possa estar de alguma forma consciente para produzir tais experiências, afirma pesquisadores do assunto.

No documentário Vida Após a Morte, dedicado ao tema, da Netflix, há o depoimento de uma médica que ao cair e afundar de caiaque em um rio no Chile, ela ficou durante os inacreditáveis 30 minutos submersa e sem oxigênio debaixo d’água, tendo ela relatado experiência de quase morte, em que ela havia ido para um ambiente composto por milhares de flores, e onde teria encontrado com um avô já falecido. O documentário conta outros relatos de pessoas que foram tidas como mortas e que passaram por experiências semelhantes de quase-morte. O mesmo documentário  conversa com médicos, neurocientistas e pesquisadores sobre suas pesquisas sobre o tema, e até visita centros universitários dedicados a pesquisa do fenômeno. Porém, infelizmente, o documentário não foca sobre o DMT, substância  alucinógena produzida pela glândula pineal.

A Glândula Pineal e Experiências de Quase-Morte


No fundo do nosso cérebro existe uma glândula tão pequena quanto um grão de feijão, a glândula pineal. Capaz de produzir um poderoso alucinógeno, chamado DMT, ou dimetiltriptamina, responsável por criar nossos sonhos quando dormimos.

A glândula pineal sempre esteve associada a crenças místicas. Povos antigos a consideravam como uma espécie de terceiro olho, capaz de nos fazer ver o que os olhos da carne não conseguem ver. Tem sido assim desde os egípcios, passando pelas milenares crenças hindus da Índia.

Uma hipótese é de que quando próximos da morte, esta glândula é estimulada a produzir a maior quantidade possível de seu alucinógeno, servindo como um relaxante natural produzindo as experiências de quase-morte daqueles que estiveram no limiar da morte, e que, por alguma razão, voltaram à vida descrevendo túneis de luzes, criaturas angelicais durante sua breve permanência em um lugar mágico, descrito com formas paradisíacas, ou ainda o famoso relato de que "toda sua vida lhe passou como um filme em sua mente".

O Túnel de Luz


Na maioria das vezes, nas experiências de quase-morte é descrito um túnel de luz, e do outro lado do mesmo, vê-se uma figura clara, em um ambiente iluminado, que espera o recém chegado. Esta descrição possui semelhanças com o nascimento de um ser humano, que percorre o túnel que o conduz do útero para fora  da vagina de sua mãe; e o ser do outro lado do túnel, se assemelha a figura de uma parteira, enfermeira, ou médico encarregado de ajudar no parto, que estando ligado a esse momento, ganha ares místico. Não seria de se surpreender se, durante experiência extrema causado pelo momento de quase-morte, o DMT, produzido pela glândula pineal produzisse uma regressão psíquica, e recriasse o momento do nascimento. 

Porém, o DMT não seria capaz de produzir relatos em que pessoas que tiveram experiências de quase-morte relatam detalhes de fatos acontecidos nas salas de cirurgias quando estavam inconscientes.

Médiuns
O documentário da Netflix também dedica a segunda e terceira parte a abordar o fenômeno dos médiuns, que afirmam receberem mensagens dos mortos, e repassando as mensagens endereçadas a parentes, por meio de perguntas a estes. Confesso que nesse ponto o documentário perde a credibilidade científica, caindo no reino da fé. Vale lembrar que sessões envolvendo médiuns já foram muitas vezes desmascaradas como fraude, e aqui, diferentemente, dos casos de experiências de quase-morte, não se tem a confiança proporcionada por aparelhos hospitalares que a testam que o paciente, de fato, esteve em um estado de quase morte. 

Vendo Mortos
A parte denominada Vendo Gente Morta tem como tema: casas mal-assombradas, detecção de vozes e imagens de supostos fantasmas por meio de gravadores e câmeras fotográficas, etc., pesquisadores conhecidos como Caçadores de Fantasmas, que pesquisam locais tidos como mal-assombrados, munidos de aparelhagens próprias, fenômenos que, mais uma vez, não possuem a mesma credibilidade que possui as experiências de quase-morte, e também pessoas que descobriram, por acaso, imagens estranhas em fotos caseiras, que são apontadas como manifestações sobrenaturais.

Aqui, um assunto importante é abordado por um médico  que auxilia doentes em fase terminal, que se dedica a coletar relatos dos pacientes que afirmam serem visitados em sonhos, ou mesmo presencialmente, por familiares já falecidos.

Esses pacientes são vistos conversando com alguém que não é visto por outras pessoas. Já crianças em fase terminal, por não terem parentes falecidos, tais experiências se dá com bichos de estimação, que lhes aparecem em sonho, ou em uma forma tão viva, que eles relatam que tiveram uma "visão".

As pesquisam mostram que doentes à beira da morte tem mais sonhos com entes queridos já falecidos do que os saudáveis.

Reencarnação
Contudo, a parte dedicada a reencarnação, é simplesmente surpreendente, trazendo relatos de casos de crianças que desde muito cedo possuem traumas e sonhos em que relatam nomes de estranhos, e de detalhes de uma outra vida, que foram devidamente pesquisadas, e que acabam sendo relacionados a fatos ocorridos verdadeiramente.

Aqui, dois casos são abordados, em que crianças relatam seus nomes de outra vida passada, relatando também fatos que até mesmo os filhos da pessoa falecida, não tinha conhecimento, sobre objetos, comportamento, costume do morto.

Vale lembrar que o documentário Vida Após a Morte, da Netflix, foi feito abordando relatos de pessoas, que não apenas tem suas identidades reveladas, como também fazem parte de pesquisas de médicos e psiquiatras que tem seus nomes identificados, bem como as universidades de onde provem a pesquisa.  
 
E embora a pesquisa sobre o que vem após a morte ainda não seja conclusiva, já aponta para uma forma mais abrangente de se conceber o que chamamos de consciência. Evidencia também o fato de que, quem experimentou a quase-morte, não parece ser mais o mesmo, passando a ter outra visão sobre a vida e a morte. 

Vale a pena assisti-lo.

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