APÓS ALIMENTAR MINHAS
PLANTAS carnívoras em meu jardim, subo para meus aposentos no castelo de
Otranto. E antes de dormir, como de costume, sento-me no escuro a contemplar as dezenas de cabeças decepadas do dia; e após contemplá-las, toco ela, a maravilhosa, a divina, TOCCATA E FUGA
EM RÉ MENOR, do maravilhoso Johann Sebastian Bach. As notas pulsam como o sangue em minhas
veias, acompanhadas com o clarão dos raios que caem do céu na madrugada
chuvosa. Mas algo soa ao longe, uma canção profana que fere meus ouvidos, que
pronuncia em lábios profanos, "tô indo embora, as malas estão lá
fora...". Quem ousa ferir meus ouvidos desta forma? Maldito
seja... Vejo que amanhã minhas plantas terão novas porções de carne humana!
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
domingo, 14 de dezembro de 2014
A ORIGEM DO NATAL
O Natal é uma festa de
origem pagã. A história do Natal - palavra
que vem da frase em latin Natalis Solis Invictus, que significa “Nascimento do
Sol Invencível” - começa, na verdade, pelo menos 7 mil anos antes do suposto nascimento
de Jesus. No hemisfério norte, o solstício de inverno era comemorado no dia 25
de dezembro por ser a noite mais longa do ano.
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
DO DEUS ANTROPOMÓRFICO
A ETERNA PERGUNTA:
"Deus criou os homens ou os homens é que criaram Deus?"
Mas uma coisa é certa:
“Os homens pensam que os deuses se vestem, falam e são como eles. Os negros
acreditam que os seus deuses têm o nariz achatado e que são pretos; os trácios,
que têm os olhos azuis e cabelo ruivo. E se os bois, os cavalos e os leões soubessem
desenhar e pintar, fariam os deuses à sua própria imagem". Isto porque um ser
pensante sempre atribuirá aos seus deuses o que eles julgam que possuem de
melhor, e assim seus deuses aparecerão necessariamente humanizados, embora nada
disso lhes caiba.
terça-feira, 7 de outubro de 2014
DEUS E O CASTIGO DIVINO
Endel Maia comentando a
frase, acima, do papa no Facebook: “Eu só quero entender. Deus criou tudo que tem vida, não é
isso? aí estão incluídos todos os vírus e bactérias? muitos desses seres fazem
muito mal ao homem. Mas Deus ama os homens não é verdade? Mas criou vírus e
bactérias que tanto nos atormentam. Eu só quero entender”.
terça-feira, 30 de setembro de 2014
O SEGREDO DAS FLORES E DAS ABELHAS
Flores são belas, e sua
beleza nunca serve a outras flores, mas apenas aos humanos e abelhas; delas aproveitamos
o perfume e a beleza, e as abelhas, o néctar.
Flores duram muito pouco;
embelezam o mundo e depois morrem para nunca mais serem vistas; são como a vida
e a beleza, perecíveis; por isso, dizia o poeta, comparando a vida a flores: “CARPE
DIEM”, isto é, aproveitem o dia; não um dia qualquer mas a vida enquanto dure,
pois assim como as flores a vida perderá a beleza e, por fim, o sentido.
domingo, 7 de setembro de 2014
ATEÍSMO
COMENTÁRIO SOBRE TEXTO DE
IDALÉCIO LOPES FEITO NO FACEBOOK:
De fato, ser ateu não é
uma questão de escolha, nasce de muita observação e análise das contradições,
incoerências e, sobretudo, das fragilidades do pensamento religioso; é um ato
extremamente racional, que requer bastante conhecimento; ao contrário do pensamento
religioso, que tem suas origens na emoção, e muitas vezes, no puro consolo.
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
A RÁDIO FANTASMA FM
Já fazia uma hora que a
última estação de rádio havia ficado para trás, naquela pista longa e solitária,
quando alguém acena para o carro pedindo carona. O velho Chevrolet para e uma
bela mulher de camiseta e bermudas jeans entra e senta-se no banco do carona,
dando inicio a uma conversa amigável com o motorista, que por alguns momentos divide
a atenção entre a estrada e o belo par de coxas ao seu lado.
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
NARCISO E O FACEBOOK
Reza a lenda que Narciso
era forte, jovem e, sobretudo, belo. Ao olhar, pela primeira vez, sua imagem
nas águas de um rio enquanto se banhava, apaixonou-se por sua própria beleza
refletida nas claras águas do rio; passando, todos os dias, horas à fio a
contemplá-la à beira de rios e lagos. Quando se aborreceu das pequenas ondas e
peixes ofuscar sua beleza, criou o espelho. Narciso agora podia contemplar-se incansavelmente,
sem nenhuma interferência em seu quarto. Quando castigado por achar-se belo
mais que todos os deuses, e por admirar apenas a si próprio, fora condenado a
habitar uma pequena casa onde nada podia refletir sua beleza. Narciso passou
então a esperar horas a fio a jovem carcereira que lhe trazia comida. Não por
esta ser bela, mas por meio dos olhos daquela Narciso ainda podia ver o
reflexo de si mesmo.
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
A BOMBA DE HIROSHIMA (por Bosco Silva)
Em uma inocente manhã de
6 de agosto de 1945, quando crianças se preparavam para irem à escola e
velhos conversavam tranquilamente nas
praças em mais um dia aparentemente comum, algo chamam-lhes atenção: um clarão de cor verde por sobre a cidade de Hiroshima, mais brilhante
que mil sóis, iluminou o céu, ofuscando o brilho deste; em seguida, em uma
fração de segundo, ondas de calor derreteram tudo que havia pela frente, aço,
carros, prédios e centenas de corpos humanos foram instantaneamente transformados
em pó;
E, por sua vez, foram seguidos por ondas de choque, que deslocaram o
ar arrasando tudo que havia sobrado em um raio de alguns quilômetros; por
último, uma densa fumaça com resíduos atômicos cancerígenos fora levada pelo
vento, contaminando solo, água, e os sobreviventes, provocando não apenas a
morte destes mas de gerações futuras, inclusive hoje, por câncer.
Aquele belo dia havia se
transformado em um verdadeiro inferno, feito de intolerância, ingratidão e egoísmo,
tornando-se real na forma de uma bomba de três metros e três
toneladas, fruto do mais alto conhecimento humano; e como um segundo sol,
explodiria matando instantaneamente 78000 e depois mais 62000 japoneses. Era a
bomba de Hiroshima que daria início ao fim da segunda guerra mundial.
A IRONIA: A bomba fora
transportada em um avião B’29, que havia carinhosamente recebido o nome de Enola
Gay, dado pelo experiente piloto Paul Tibbets como prova de seu amor por sua
mãe, avião que, ao lançar a bomba, mataria milhares de mães japonesas.
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
UMA HORA ANTES DO FIM DO MUNDO
Uma hora antes do fim do
mundo o padre Carmelo beijou a boca do coroinha em plena missa...
Cinquenta minutos antes
do fim do mundo o prefeito andou nu em plena avenida...
Quarenta minutos antes do
fim do mundo o médico da cidade trepou sem camisinha...
Trinta minutos antes do
fim do mundo foram abertas as portas de todos os hospícios e delegacias...
quarta-feira, 16 de julho de 2014
TÍTULOS E LIVROS
O título de um livro é algo extremamente importante; e em muitos
casos, até mais que a capa, eles aguçam nossa curiosidade. Lembro-me que alguns
títulos de livros mexiam muito com minha curiosidade, e que foram o principal
motivo para lê-los; e quando os via em suas respectivas capas, imagens curiosas
me vinham imediatamente à cabeça.
segunda-feira, 14 de julho de 2014
A VERDADEIRA HISTÓRIA DO NÚMERO 666
Em 2008, na cidade russa
de Yaroslavl, a polícia prendeu oito jovens acusados de matarem, esquartejarem
e devorarem quatro outros com idades entre 17 e 19 anos. Um fato chamou a
atenção das autoridades do lugar: todos tinham sido mortos com 666 golpes de
faca. O que levou a polícia imediatamente a deduzir que se tratava de um ritual
satânico.
sábado, 12 de julho de 2014
MATÉRIA OU ESPÍRITO - UMA ANATOMIA DA ALMA (por Bosco Silva)
INTRODUÇÃO
O homem
sempre conviveu cercado de dualidades: o sol, a lua, o amor, o ódio, a vida, a
morte, etc. E entre essas, uma teve um significado fundamental para ele, que
ainda hoje podemos ver, todas as vezes que o sol, com sua luz, penetra o
espesso véu da noite.
Para o homem
primitivo isto era de fundamental importância, pois, o sol, com sua luz, vinha
lhes restituir a visão, o calor, a proteção, afugentar os predadores das trevas
das noites de insegurança, etc.
Disso
fundamentaram suas noções de bem e mal, e as transformaram em noções
metafóricas, simbolizadas em LUZ e TREVAS. Para daí acreditarem que o mundo
fosse regido por estes dois princípios. À luz associaram: o bem, a
imaterialidade, o vigor, a virtude, a vida. E às trevas: o mal, a matéria, a decadência,
a fraqueza, a morte. Princípios que, por sua vez, ajudariam a originar uma de
nossas maiores dualidades: a relação entre corpo e alma.
Ao CORPO lhes
associaram, por sua vez: as trevas, o mal, a materialidade, a decadência, a
fraqueza, a morte, o pecado, etc. E à ALMA: a luz, o bem, a imaterialidade, a
eternidade, o vigor, a vida, a virtude, etc.
Dualidade que
nos obriga a concebermos dois mundos: um governado pelas leis mecânicas da
matéria, e o da alma, não sujeito a tais leis.
Por outro
lado, é interessante notar que a idéia de alma tenha mudado muito com o tempo,
Aristóteles, por exemplo, dizia que o homem só possui alma porque seria capaz
de calcular. Hoje, porém, qualquer computador calcula melhor e com mais rapidez
que qualquer humano, sem a menor necessidade de uma alma (ou deveríamos, por
isso, admitir-lhes uma?). Porém, foi mais fácil readaptá-la a estas novas
situações, do que negá-la.
Muitos diriam
que isto se deve a uma maior aquisição de conhecimento com relação a alma, enquanto
outros, ao contrário, diriam que se deve a uma recriação e readaptação do velho
conceito de alma aos nossos novos conhecimento sobre o mundo, já que sem esta
adaptação tal conceito desapareceria por completo, frustrando com o desejo de
imortalidade de muitos.
Contudo, em
um certo sentido, a idéia de alma, torna-se sim um conceito inútil, pelo menos
com relação a imortalidade, pois, como demonstraram os antigos judeus, pode-se
pensar em imortalidade sem recorrer a tal conceito.
Para estes
não haveria um elemento intrínseco indestrutível em nós, capaz de tornar cada
ser humano eterno, como a alma. Tudo dependeria da livre vontade de um Deus,
que permitiria que alguns fossem eternizados, enquanto outros seriam
destruídos. Pois, o que este Deus pode criar, também pode destruir.
O que é
extremamente estranho à cultura ocidental. Contudo, demonstra bem as várias
fases pelas quais tem passado a velha idéia de alma, desde a existência desta
aceita como dogma, como na idade média, em que era queimado vivo quem
discordasse da existência desta, à total exclusão e substituição desta, por
meio da descoberta do DNA, do código da vida, que tornou possível a existência
de organismos vivos em nosso planeta, e hoje é visto como um possível elemento
de continuidade da vida individual, através de técnicas como a clonagem, ou o
congelamento de células de um corpo, para uma futura reprodução do mesmo.
DEFININDO A
ALMA
“Um diz que a
alma do homem faz parte da substância do próprio Deus; outro que ela é parte do
grande todo; um terceiro, que foi criada por toda a eternidade; um quarto, que
foi feita e não criada; outros garantem que Deus as forma à medida que vai
precisando delas e que chegam no momento da cópula. ‘Estão alojadas nos
animálculos seminais’, proclama este. ‘Não’, assevera aqueloutro, ‘vão habitar
nas trompas de Falópio.’ ‘Enganam-se todos redondamente’, opina um recém-vindo:
‘a alma espera seis semanas até que o feto se forme e só então ocupa a glândula
pineal; mas, se depara com um germe falso, volta para trás, aguardando ocasião
mais propícia’”. (VOLTAIRE)
Definir o que
é a alma é extremamente difícil, complicado, mesmo (quiçá impossível), primeiro
porque ao tentar defini-la sempre usaremos termos físicos, porém, ela é
pré-definida como não-física. O que a torna indefinível. Por exemplo, se tento
definir alguém, seu ser, sua essência, enfim, sua alma, sempre usarei
características físicas, e se tento excluir tais características, chegarei ao
nada. Concluindo, enfim, que o que define um ser é, ao contrário, suas
qualidades físicas.
No entanto,
muitos ao ignorarem tal dificuldade, e ao forçarem uma definição, a descrevem,
como: não existindo no espaço, não criada pela matéria, não visível a
observação pública, não detectável por nenhum instrumento físico, etc. Não
percebem que são apenas modos invertidos de descrever a matéria. E, assim, usam
a mesma linguagem oriunda da observação desta. Caem, portanto, no mesmo erro
descrito acima.
Porém, a alma
sempre é vista como o núcleo da personalidade: a unidade, a identidade de uma
pessoa, seu eu permanente.
Contudo, percebemos
que nem sempre nossa personalidade foi a mesma: não somos os mesmos de quinze
anos atrás, nem à dez, nem à cinco. Podemos dizer que não somos os mesmos de
quando criança, tanto mental quanto físico: somos, portanto, uma constante
mudança. Logo, a idéia da alma como identidade, também é falsa.
A IDÉIA DE
ALMA E O PROGRESSO CIENTÍFICO
Se a alma e o
corpo são definidos como dois elementos radicalmente distintos, opostos, com
leis independentes, entre si; o primeiro visto como a sede da consciência, como
pensamento puro, e o outro, como simples matéria organizada. Como seria
possível, então, que um pudesse agir sobre o outro?
Como seria
possível que o CORPO, “inferior” e material, pudesse agir sobre a ALMA,
“superior” e “imaterial”, gerando, assim, as sensações?
Não podendo
conceber isso, várias foram as soluções dadas para tal problema, desde as mais
fantasiosas, que concebiam que a alma teria o poder de tirar idéias de seu
próprio ser, independente do mundo, por meio de idéias inatas, o que
contrariava a clara idéia do aprendizado por meio da experiência, como a de
Santo Agostinho (354 – 430), que afirmava que apenas nossos órgãos sensoriais
sofreriam as ações dos objetos exteriores, mas o mesmo com a alma não poderia
acontecer, já que o inferior não poderia agir sobre o superior. Contudo, ela
perceberia todas as mudanças sofridas no corpo e, sem nada sofrer, tiraria de
si própria, independente do corpo, uma imagem semelhante ao objeto. Essa
imagem, que seria a sensação provocada pelo objeto, não seria passividade,
sofrida pela alma, mas apenas ação, como cabe a um ser superior. E Deus seria o
mediador entre os órgãos das sensações e as idéias correspondentes, iluminando
a alma, e dela fazendo brotar as idéias continuamente.
Ou àquelas
que se revestiam de um aspecto científico, como a de René Descartes (1696 –
1650) que, movido por crenças místicas, imaginou a morada da alma na glândula
pineal. Glândula localizada no centro do cérebro; e daí, por intermédio dos
espíritos animais, espécies de fluídos semi-materiais, produzidos pelo calor do
coração, das partes mais tênues do sangue, passaria e receberia informações do
corpo, e por meio deste, do mundo.
Porém, todas
as soluções concebiam um terceiro elemento, pela qual tal relação fosse
possível, como ainda hoje, em certos meios espiritualistas, em que se concebe o
“CORPO ASTRAL” ou “PERISPÍRITO”, que é tido como o intermediário entre a alma e
o corpo.
Este Corpo
Astral ou perispírito, como dizem, “é o intermediário entre o corpo mental
[ALMA] e o corpo carnal. Ele se liga ao corpo mental, partícula por partícula,
por intermédio da vibração inteligente, que é contínua e ininterrupta. Por meio
de cordões fluídicos, liga-se ao cérebro e ao coração.” 1
O problema é
que este terceiro elemento (Deus, espíritos animais, perispírito, etc.) é tão,
ou mais, complicado, relativo e subjetivo, quanto os outros elementos (corpo e
alma), e a relação dos mesmos. O que torna ainda mais complicada tal relação,
que tentam, justamente, explicar.
Para que
fossem explicados, por exemplo, estados de consciências, ou a simples
influência de determina substância na mente de alguém, seria necessário
recorrer a esses elementos misteriosos. O que geraria discussões místicas
complicadas e intermináveis, sobre a alma de alguém, e não explicações práticas
e eficazes.
Descartes,
por exemplo, recorreu a idéia de alma, bem como a noção de idéias inatas, para
descrever os sentimentos, o conhecimento, as idéias e as paixões.
Por outro
lado, se se pode explicar, eficazmente, comportamentos, ou a ação de uma
substância, recorrendo apenas ao cérebro, por que não continuar deste modo
simples e efetivo? Para que complicar tanto, ao recorrer a essas entidades
misteriosas, e complicar ainda mais o problema? Foi o que pensaram muitos
investigadores da mente. E, assim, a idéia de alma tornou-se desnecessária como
fonte de explicação, ganhando a humanidade, em troca, tratamentos eficazes ao
combate de doenças e distúrbios mentais.
Contudo, não
foi o bastante para afastar de vez a idéia de alma das especulações
científicas.
A ANATOMIA DA
ALMA: O CASO PHINEAS GAGE
Muitas das
respostas às pretensas perguntas em relação a suposta existência da alma, ou de
sua inexistência, poderiam ser respondidas cientificamente. Porém, por questões
éticas, estas são inviáveis, pois, exigiria experiências drásticas em seres
humanos. Como, por exemplo, as que foram feitas em cachorros, na década de 50,
na antiga União Soviética, em que enxertaram a cabeça, dorso e patas dianteiras
de um cão em outro, mantendo-os assim por alguns dias. Ou a manutenção da
cabeça decepada viva de um cão, por alguns minutos, por meio de um aparelho que
simulava as funções de seu organismo, feita pelo médico soviético Sergei
Brukhonenko.
Como nos
relata Alex Boese: “Brukhonenko exibiu uma cabeça viva de cachorro em 1928
diante de uma audiência de cientistas internacionais no Terceiro Congresso de
Fisiologistas da URSS. Para provar que a cabeça sobre a mesa realmente estava
viva, ele a fez reagir a estímulos. Brukhonenko bateu com uma marreta na mesa,
e a cabeça hesitou. Lançou luz em seus olhos, que piscaram. O médico chegou a
ponto de alimentá-la com um pedaço de queijo, que imediatamente caiu pelo tubo
esofagueal do outro lado.” 2
“Nos anos
sessenta um neurocirurgião de Cleveland chamado Robert J. White juntou um
cérebro de cachorro isolado a um segundo cachorro para ver se poderia ter
alguma ação do cérebro recentemente desabrigado. A experiência foi um sucesso,
se você considerar um cão com dois cérebros funcionando um ‘sucesso’, como
White o fez.” 3
Por meio de
tais experiências pôde-se saber que, se os cães possuem alma, esta não está
necessariamente presa ao resto de seu corpo, mas sim a um órgão vital: o
cérebro. O que não seria muito diferente da hipótese contrária, mas trouxe
novos conhecimentos. Conhecimentos que podem descartar novas teorias a respeito
da alma.
Contudo, em
alguns casos, não há necessidade de experiências drásticas, mas pode-se contar
com informações já dadas, como, por exemplo:
É sabido que
pessoas que tiveram membros amputados, como mãos, pernas e braços, mesmo tendo
essas partes amputadas, ainda sentem dores imaginárias em tais partes. O que
significa que o cérebro constrói uma imagem falsa de nós próprios, que não
condiz com a realidade. O que pode ser expandido para idéia de alma, tida como
uma unidade de nossa personalidade.
E o famoso caso de Phineas Gage.
Phineas Gage
foi um supervisor de construção de ferrovias americano, que em 1848 houve um
acidente com ele em pleno trabalho, que possibilitou à ciência evidências de
que partes específicas do cérebro comandam nossa personalidade.
Ao
supervisionar a colocação de explosivo, a fim de explodir uma enorme pedra,
Phineas Gage, comprimiu a carga explosiva com um bastão de ferro, que com
contato com a pedra expeliu faíscas, dando inicio a explosão.
O bastão,
devido a força da explosão, perfurou seu cérebro de um extremo à outro, desde
baixo de seu olho esquerdo ao topo de sua cabeça.
O que chamou
a atenção em tal acidente, além, claro, de sua sobrevivência, foi que Gage,
então um homem trabalhador, educado, culto e metódico, tornou-se após o
acidente o oposto do que era: um homem grosseiro, desrespeitador, irresponsável
e preguiçoso, que vivia agora das gorjetas que ganhava contando sua história.
Sua mudança
de comportamento foi visto como o efeito da destruição de parte de seu cérebro,
que comandariam características de personalidade relacionadas a estas.
Claro que se
pode sempre contestar tais idéias, pois o que deveríamos esperar de alguém que
sofre tão drástico acidente, além de que as experiências desagradáveis tenham
gerados traumas e complexos que tenham mudado profundamente seu comportamento.
Porém, tal acidente é visto hoje como a prova da materialidade da
personalidade, já que o mesmo efeito é visto em outros indivíduos, provocados
por outras causas, como tumores, que destroem as mesmas áreas cerebrais
responsáveis por tais mudanças de personalidade.
Ao qual se
juntaram antigas descobertas, como a de Paul Broca (1824 – 1880) e a sua
descoberta, no cérebro, do centro da linguagem articulada.
Porém, vozes
se levantaram contra a teoria do cérebro como a sede de nossa personalidade,
como a de Henri Bergson.
BERGSON E SUA
CRÍTICA À TEORIA DA MATERIALIDADE DA ALMA
Ao analisar
os distúrbios de memória, como no caso das afasias, em que o indivíduo não
consegue lembrar do sentido de certas palavras, o filósofo Henri Bergson (1859
– 1941), contestou a teoria da materialidade da memória.
A afasia é o
resultado de lesões cerebrais correspondentes às áreas cerebrais responsáveis
pela memória. E ao contestar a materialidade da mesma, as idéias de Bérgson
tornaram-se um refúgio para as teorias espirituais.
Para Bergson,
longe do funcionamento do cérebro demonstrar a materialidade da consciência,
demonstraria antes a atividade contínua e ininterrupta da atividade do
espírito, da alma, como se poderia ver analisando a memória.
Pois nenhuma
atividade humana é possível sem o auxílio da memória. É graças a ela que reconhecemos
as coisas, sua utilidade, seu valor, seus efeitos, etc. A memória é o
fundamento do presente, é por meio dela que moldamos nossa atividade presente
pelas experiências passadas. E nesse processo, as atividades repetidas gerariam
memórias fundamentais para nosso reconhecimento prático do mundo.
Estas
memórias seriam liberadas para a consciência todas as vezes que houvesse
necessidade de reconhecimento das coisas, como as palavras. Tal atividade
caberia ao cérebro, que filtraria as memórias visando apenas seu valor prático,
de reconhecimento.
Por isso, o
afásico se sentiria um estranho no mundo, pois nele o cérebro não cumpriria sua
função de liberar as memórias de reconhecimento prático das coisas, dos objetos,
das palavras, do mundo.
Contudo, sua
memória continuaria ali, intocável, não criada pelo cérebro, apenas ordenada e
selecionada, por seu valor prático, pelo mesmo.
Portanto, se
o cérebro não pode explicar a origem da memória, pode, no entanto, explicar o
seu esquecimento, tanto o normal, quanto o patológico:
Do
esquecimento normal, pela seleção da memória visando apenas seu valor prático
de reconhecimento do mundo. Do patológico pela destruição das partes cerebrais
envolvidas na ordenação e seleção do valor prático da memória.
Deste modo,
Bergson ao reinterpretar o espírito, a alma, como a sede da memória, a
reinterpreta também, por conseqüência, como sede da consciência, e o cérebro,
como apenas, órgão ordenador, selecionador da memória, mas não seu criador,
restabelecendo, assim, novamente a alma, como sede da personalidade, da
inteligência, da vida.
Trocando em
miúdos, para Bergson a relação do cérebro com a alma, dá-se da mesma forma que
a do pintor com seu pincel, pois “se o corpo humano é o instrumento de que se
serve o espírito para dar existência material às suas manifestações, claro está
que qualquer alteração no funcionamento deste corpo deturpará,
consequentemente, suas relações harmônicas com o espírito. Um pintor não poderá
obter tela perfeitas se trabalha com pincel defeituoso; uma máquina defeituosa
não poderá produzir materiais perfeito mesmo que o operário que a dirige seja
competente e cuidadoso.” 4
De modo
geral, as críticas de Bergson não provaram a existência do espírito, da alma,
mas ajudaram muito, naquele tempo, a mantê-la como uma idéia possível, e talvez
tenha sido a última das grandes tentativas de prová-la com argumentos
científicos.
CONCLUSÃO
Por tudo que
foi dito, o problema da existência da alma, parece encaminhar-se para uma provável
afirmação da inexistência da mesma. O que de modo algum, como foi visto no
início, pelo menos em um sentido religioso, implica na crença de uma
inexistência da vida após a morte, como bem vira os antigos judeus, fato que
parece combinar com os relatos da ressurreição do judeu Jesus Cristo, como se
pode ver nos relatos da vida deste personagem, em que este vence a morte
deixando para trás um túmulo vazio. Pois se a crença na relação entre a alma e
o corpo fosse levada de modo coerente, haveria um corpo morto ocupando tal
túmulo.
Mas, se a
crença na idéia da alma parece ser falsa de onde, então, teria vindo?
Talvez, o
sentimento que melhor descreva a suposta relação entre corpo e alma - e que bem
possível a tenha originado - seja a sensação que se origina todas as vezes que
nosso corpo não consegue acompanhar nossas experiências, ou nossa vontade. Como
o atleta, que devido a idade, é incapaz de repetir suas performances
anteriores, seu corpo já não acompanha mais as suas experiências adquiridas, ou
sua vontade, sentindo-se, pelas suas limitações, como uma espécie de
prisioneiro em seu próprio corpo debilitado.
Este
sentimento, cria um misto de estranheza e separação em relação à nós próprios.
E pode ser visto, frequentemente, como a descrição dada da relação entre corpo
e alma, feita por muitos místicos, como os antigos gnósticos que concebiam o
corpo como a prisão da alma. O que reforça ainda mais uma explicação
psicológica, principalmente quando vista pelas sensações produzidas pelos
sonhos, em que comumente nos sentimos capazes de alcançar regiões que seriam
inacessíveis aos limites do corpo. O que, certamente, muito inspirou, e tem
inspirado as idéias sobre a relação entre corpo e alma.
Como bem viu
Raymond Ruyer, “se nossos olhos estivessem colocados de tal modo que não
pudessem visualizar nenhuma parte de nosso corpo, se nossas mãos só pudessem
tocar seres diferentes de nós, se os espelhos não existissem, seríamos muito
menos levados a cair na ilusão da dualidade corpo-alma”.
FONTES:
1. Trajetória
Evolutiva - Felino Alves de Jesus
2.
http://www.ceticismoaberto.com/ / matéria: os 20 experimentos mais bizarros da
história
3.
http://www.ceticismoaberto.com%20/ matéria: uma breve história das cabeças de cachorros
decepadas
4. Trajetória
Evolutiva - Felino Alves de Jesus
5. Baseado no
blog: obraspsicografadas.haaan.com
6.
obraspdicografadas.haaan.com / matéria: uma análise do caso Ilda Mascaro Saullo
7. Idem
8. Idem
9. Idem
10.
http://www.ceticismoaberto.com/ / matéria: o caderno de Chico Xavier
11. Idem
12. Idem
quarta-feira, 9 de julho de 2014
PEQUENO DISCURSO À NAÇÃO BRASILEIRA (por Bosco Silva)
Passada algumas horas
desde que a Alemanha pintou o sete (gols) sobre o Brasil, o brasileiro começa a
descobrir que o mundo não acabou, que o futebol é apenas um esporte, e que
vencendo ou perdendo a copa, nada muda em nossas vidas: continuamos vivendo uma
diferença brutal entre pobres e ricos, num sistema educacional falido, sem
usufruir de direitos mínimos, como bons meios de transporte; e que a seleção
brasileira não é e nunca foi “a pátria de chuteiras”, e que melhor que tudo:
venceu a competência alemã em cima do improviso, da gambiarra, do maldito
jeitinho brasileiro. Fica cada vez mais claro que o brasileiro tem que
encontrar outros modos de que possa se orgulhar além do fútil futebol
brasileiro, que apenas gera alegria superficial e passageira.
sábado, 5 de julho de 2014
HISTÓRIAS QUE NOSSAS MÃES NÃO NOS CONTAM
Sabe aquela história que
o lobo mau comeu a vovozinha e também quis comer a Chapeuzinho Vermelho? A
verdade é que você não sabe de nada, inocente. Esta é a história que nossas
mães nos contam. O que elas não nos contam é que o lobo comeu a velha e ela gostou
muito e quis outras noites também, e quando Chapeuzinho perguntou ao lobo na
cama, disfarçado de vovó, “Vovó por que esses olhos tão grandes? Ele disse “É
para ver melhor esse corpo lindo que você tem”. “E para quê esta língua tão
grande?” O lobo então respondeu “É para lhe lamber todinha”. E quando
Chapeuzinho, rindo com o dedinho na boca, disse, finalmente, “E para quê esse
pau tão grande, vovozinha?”. “Quer mesmo saber? É pra te comer a noite
inteira”, disse o lobo tirando as roupas...
quinta-feira, 3 de julho de 2014
MEU PEDACINHO DE SEIO (por Bosco Silva)
Que o povo brasileiro abusa
da sensualidade não é novidade a ninguém, assim como não é novidade a excessiva
erotização de programas infantis brasileiros. A mais nova cena desta tradição brasileira
foi o aparecimento da bela atriz Bruna Linzmeyer (acima) com seus belos seios quase que
totalmente amostra em uma cena da novela "infantil" Meu Pedacinho de Chão.
E pensar que tudo começou
com ela:
terça-feira, 1 de julho de 2014
RESENHA: A DANÇA DA MORTE E OUTRAS HISTÓRIAS DE SUSPENSE E MISTÉRIO
A MARAVILHOSA ARTE DO MEDO
"A emoção mais
forte e mais antiga do homem é o medo, e a espécie mais forte e mais antiga de
medo é o medo do desconhecido. Poucos psicólogos contestarão esses fatos e a
sua verdade admitida deve firmar para sempre a autenticidade e dignidade das
narrações fantásticas de horror como forma literária". H.P. Lovecraft
Qual
o motivo para que histórias envolvendo fantasmas, assassinos seriais,
canibalismo, assassinatos misteriosos etc, despertem prazer em tantas pessoas,
ao ponto de criar em alguns sentimento de desconfiança em relação ao gosto
daqueles que se divertem com assuntos tão mórbidos?
sexta-feira, 27 de junho de 2014
DOIS OVOS E UMA SALSICHA (de Bosco Silva)
— Tem um cabelo na minha
sopa, querida!
— É mesmo!... E é meu, amor.
Só um minutinho, já vou tirá-lo.
— Não, não precisa, não quero mais tomá-la.
— Por quê?
— Ora, por causa do
cabelo.
— Mas não é você quem diz
que meus cabelos são tão belos e sedosos; que fica toda hora elogiando-os e
beijando-os, e agora está com nojo deles?!
— Sim, seus cabelos são
belos e sedosos, querida, mas quando estão em sua cabeça não em meu prato de
sopa, meu amor. Quero agora dois ovos fritos, por favor.
— Que tal com uma
salsicha no meio?
— Isso não é motivo para
pôr minha masculinidade em dúvida, querida.
— Sim, mas você sabe de
onde vem os ovos, não sabe?
— Sim, claro, e qual é o
problema?
— Então Valdomiro você
sente mais nojo dos meus cabelos do que de dois ovos que saem daquele lugar tão
imundo da galinha!
— Amor, as coisas são
diferentes: do ovo eu como somente o conteúdo não a casca, e é ela que
entra em contato com aquela parte tão imunda da galinha, não é mesmo?
Neste momento a mulher
chora. O marido se levanta da mesa e diz a mulher:
— Gislene não acredito
que estás com ciúmes de uma galinha!
Acariciando os cabelos da
mulher, o marido lhe explica:
— Não é nada de mais
amor, acontece que quando encontramos algo que não pertence a comida
estranhamos, seja um inseto ou um fio de cabelo.
— Sim, mas não tente
comparar um inseto com o fio de cabelo de alguém que lhe é tão conhecido, como
o cabelo de sua esposa, tá?
— Sei disso meu amor, mas
até mesmo com quem amamos acontece isso. É como se estivéssemos na intimidade com
alguém e sem esperar alguém soltasse um pum, isso nos desconcerta.
— Não é o que acontece
quando fazemos sexo oral, querido. Você sempre me pede para me depilar, mas
você...
— Tome os dois ovos que
você pediu, é apenas o que você terá de mim por meses. Vou agora para a casa de
minha mãe.
— Tá bom, tá bom, mas dá
para botar pelo menos aquela salsicha que você prometeu antes.
terça-feira, 24 de junho de 2014
TONI BENTLEY: “ENTRE PELA SAÍDA. O PARAÍSO ESTÁ ESPERANDO” (por Bosco Silva)
HÁ QUEM DIGA QUE UM BOM
CAMINHO para se chegar a deus é contemplar a grande harmonia do mundo; já para
outros a profunda beleza que se vê em algo aparentemente tão singelo quanto as asas
de uma borboleta nos conduz a conceber um criador; mas para Toni Bentley o
caminho para deus é literalmente mais embaixo. Toni é uma ex-bailarina atéia
que descobriu deus por meio do mais vigoroso sexo anal. Isso mesmo que você
leu: SEXO ANAL. E para quem não acredita em minhas palavras, crendo-me um mal
interprete, exagerado e grosseiro, que tal as palavras da própria autora? Então
prepare-se:
“Dar o cu me enche de esperança.
O desespero não tem nenhuma chance quando o pau dele está no meu cu, abrindo
espaço para Deus. Ele abriu minha bunda e com aquela primeira estocada partiu
minha negação a Deus”.
Toni Bentley |
Sei que para muitos a
mensagem é chocante, inconcebível, e para quem acha que Bentley não está falando
sério, ela tem uma boa resposta — mais chocante ainda que a anterior:
“Sou ateísta por herança.
Conheci a experiência divina dando o cu — muitas e muitas e muitas vezes. Sou
uma aprendiz lenta — e hedonista gulosa. Estou falando sério. Muito sério. E
fiquei ainda mais surpresa do que você agora com esse despertar tão
curiosamente grosseiro para um estado místico. Ali estava: a grande surpresa de
Deus, Seu humor e Sua presença potente
manifestados no meu cu”.
Edição em inglês de A Entrega - Memórias Eróticas |
Há anos (sem trocadilhos)
que tenho o desejo de escrever sobre Toni Bentley, afinal sempre gostei de
pessoas e personagens que por serem tão livres chegam a incomodar. E Toni incomodou
bastante os mais recatados com o lançamento de seu livro A entrega - Memórias eróticas — lançado em 2004 —, em que descreve,
de forma minuciosa, como encontrou sua verdadeira sexualidade, o amor e deus,
por meio do sexo anal. Para tanto, Toni Bentley começa descrevendo sua profunda
busca, desde a infância, por deus, passando pela descoberta de seu talento para
o balé, a descoberta da sexualidade, as aventuras e desventuras no amor e, por
fim, sua polêmica descoberta espiritual, em que Bentley recorre a uma espécie
de diário sexual em que todas suas 298 relações anais, praticadas com o Homem-A,
seu amante, foram anotadas em detalhes.
E para quem acha que se trata apenas de
pornografia saiba que o livro possui surpreendentes análises psicológicas, escrito
em linguagem que mescla frases poéticas com a linguagem mais vulgar possível,
como quando ela chama suas práticas de sexo anal de ter a “janta socada”. Mas
isto não deve obliterar suas análises psicológicas: Toni Bentley é uma mulher
que se conhece profundamente. E a linguagem usada torna o livro delicioso,
divertido e também hilário; um misto de biografia, autoajuda e de dicas
sexuais, como nas passagens em que a autora analisa os tipos de roupas íntimas
e dá dicas sobre a compra de lubrificantes.
Toni Bentley quando bailarina |
“Conselho para quem dá o
cu: use óculos escuros para comprar KY e não se vire na fila do caixa: estão
todos olhando para sua bunda, sem acreditar”.
A autora também discorre
sobre leis de estados americanos que proibiam e que ainda proíbem a prática do
sexo anal. O que faz de A Entrega uma apologia a liberdade sexual e ao sexo
anal, descrito pela autora com tal intensidade e poesia que supera tudo que já
foi escrito na literatura a respeito.
segunda-feira, 23 de junho de 2014
O HOMEM TARADO DE DEUS
Encontrei-o na Home
Depot, uma loja de artigos de casa.
Vejam até que ponto vai o
desespero de uma mulher: Eu estava num corredor nos fundos, com uma fita
métrica e uma serra tentando cortar, pela metade um rolo de madeira para talhá-lo
de modo conveniente a ser usado por uma mulher solitária, naquelas horas em que
precisamos demais de um homem.
sexta-feira, 20 de junho de 2014
BURZUM E AS ORIGENS DO NEONAZISMO NO BLACK METAL
A Cultura
Underground é frequentemente associada apenas à música. E entre a música, em
sua grande parte, ao Rock e aos seus subgêneros. Porém, a Cultura Underground é
muito mais do que isso: é um conjunto de idéias, artes, comportamentos,
atitudes políticas, etc., contrárias as idéias vigentes, e entre esta, a mídia,
como se pode ver claramente em suas origens.
quarta-feira, 18 de junho de 2014
DEAD E EURONYMOUS E A OBSESSÃO PELA MORTE
Um
carro em alta velocidade invade a pista contrária. Sua lataria torna-se lâminas cortantes, ao chocar-se com outro carro que surge em direção oposta,
decapitando os passageiros do carro da pista de direção contrária. O motorista
e o passageiro do carro invasor, após capotar várias vezes, têm suas cabeças
esmagadas e suas vísceras expostas, sob esguichos de sangue...
domingo, 15 de junho de 2014
ARTISTA EXPÕE SUA VAGINA EM MUSEU
O blog Bornal tem
mostrado performances curiosas de artistas que misturam arte e sexualidade.
Agora chegou a vez da artista Luxemburguesa Deborah de Robertis, que gerou
bastante polêmica ao criar sua própria versão da obra do pintor francês Gustave
Coubert, “L’origini du monde” (a origem do mundo), que retrata uma vagina. Para
tanto a moça entrou na sala onde está o quadro, no museu d’Orsay, em Paris, se
sentou diante da obra para em seguida abrir as pernas e mostrar em cores reais
a sua versão do quadro pintado: sua vagina cabeluda, enquanto recitava o poema:
quarta-feira, 11 de junho de 2014
A BELA DOS CEGOS
Teresa possuía um corpo
magnífico e um belo rosto, porém o que lhe sobrava de beleza transbordava de timidez.
Desgostava-lhe ser cobiçada por tantos homens, com seus olhares indiscretos e vulgares. Era
tão envergonhada que somente se sentia à vontade quando estava só. E quando
sozinha em seu quarto, em suas horas vagas, enfrente ao espelho, a fazer poses,
imaginava-se como modelo de pintores famosos que, inspirados em sua beleza,
pintariam os mais belos quadros. Quadros cuja vergonha impedia que existissem. E assim era Teresa um misto de beleza e horror a olhares vulgares. Por isso adorava seu trabalho em que sua beleza não possuía nenhum valor vulgar; e
embora nunca estivesse sozinha a trabalhar, sempre lhe dava a impressão de
estar só. Teresa trabalhava em meio a dezenas de cegos.
segunda-feira, 2 de junho de 2014
A CAVERNA
Há dias que estávamos
perdidos em um território selvagem e úmido, de montanhas e vales extensos, com
uma grande e profunda caverna contornada por uma densa floresta que, como areia
movediça, suga você, e uma vez lá dentro, não se pode escapar mais. E há alguns
dias havíamos perdido o contato com o primeiro grupo de nós que tinham ido à
frente; não sabíamos o que havia acontecido com eles, se estavam ainda vivos e
muito menos se tinham alcançado nosso objetivo.
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