quarta-feira, 1 de junho de 2016

RELATO DO LEITOR: O Mistério do Poço

RELATO DO LEITOR: O Mistério do Poço
Era um final de semana como outro qualquer. Eu e uma amiga havíamos ido para a pequena e aprazível ilha de Cutijuba, um balneário popular, próximo de Belém. Naquele tempo não havia luz elétrica na ilha. Seus caminhos eram iluminados apenas pela luz da lua e de lanternas; e as casas, por sua vez, por luz de velas e lamparinas. E para irmos a algumas das praias, era comum pegarmos um atalho que nos obrigava a passarmos por dentro de um cemitério rústico e simples. O que conferia, junto com as histórias de que a ilha havia servido, no passado, de abatedouro de presos, um toque sinistro aos nossos passeios noturnos na ilha. Contava-se que um antigo governador do estado ao mandar presos para o presídio de Cutijuba, recomendava que alguns fossem extraviados pelo caminho, assim, meio que por acidente. Desta forma, alguns corpos apareciam afogados com mãos e braços amarrados, em leitos de rios naqueles tempos.
E estando lá, encontramos um casal de amigos, que nos convidou para ficarmos na casa onde eles estavam. Uma pequena casa de madeira, com um poço no quintal, trancado por uma tampa de madeira que cobria toda sua superfície, sem corda, balde e roldana, usados para puxar água. A casa ficava em uma pequena passagem, com a entrada para a rua principal da ilha. A pequena passagem era estreita, com poucas casas e com bastante árvores que lhe dava um aspecto sombrio, mesmo em plena tarde ensolarada, as sombras das árvores fazia a passagem escura. O silêncio, a solidão e seu aspectro de permanente crepúsculo, completava o clima, lhe dando uma atmosfera sinistra.
Ao fim da tarde, como o poço continuava trancado, resolvemos procurar pela vizinhança algum vizinho que nos permitisse tomar banho em seu poço. Encontramos um poço não tão distante, que estava aberto. Ao ouvir vozes conversando, vindo da pequena cabana fui até lá pedir aos moradores permissão para usar o poço. Quando contornei a pequena casa, as vozes imediatamente se calaram; e não apenas descobri que não havia ninguém alí, como percebi que a casa estava há algum tempo abandonada, já que o outro lado da casa havia desmoronado. Fiquei por alguns minutos confuso, mas logo pus a culpa em minha imaginação e segui para o banho.
À noite, fomos para a praia. E ficamos lá até retornarmos ao casebre para dormir. Foi quando tudo começou...
Após a última vela acabar, o barulho de alguém puxando água do poço parecia vir do quintal, do poço trancado; dava para ouvir nitidamente o som produzido pela corda na roldana. Me levantei então do pequeno colchão que se encontrava na pequena sala que era independente do resto da casa. Porém, ao me aproximar da porta da frente, o barulho cessava. E com o fim do barulho, eu retornava para o pequeno colchão. Contudo, ao deitar-me, ele novamente recomeçava. E mais uma vez eu levantava, e com o silêncio, retornava novamente para o colchão. Foi quando ele mais uma vez recomeçou, e, decidido, consegui abrir a porta, dessa vez sem que o barulho cessasse. Fui para frente da casa e, confesso, que não tive coragem de ir até o quintal.
Na manhã seguinte, contei o ocorrido para o casal de amigos, que havia dormido em outro quarto. E ao ouvir o que eu tinha dito, a namorada de meu amigo relatou que durante o resto da noite, viu, pelas brechas das paredes, vultos brancos que caminhavam ao redor da casa.
Hoje, relembrando o ocorrido, vejo que tudo não passou de um grande engano. Com direito a teatrinho e zoação da namorada de meu amigo, pois penso que eram eles que deviam estar tomando banho kkkkkkkkkkkkkkkk... Quê vergonha!!!
Bem, esta foi mais uma daquelas histórias em que a imaginação cria o medo, e este paralisa o pensamento, não deixando que você raciocine direito, não deixando descobrir o que realmente se passou... SERÁ MESMO???
* Relato Mandado pelo Leitor Hyldon Silva.



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